Bebês

Saiba como seu filho aprende a falar e como facilitar esse processo

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Publicado em 19/12/2017, às 14h36 por Redação Pais&Filhos


bebe-galeriaCom a palavra, o bebê

A descoberta da linguagem e as primeiras palavras são grandes passos para o desenvolvimento da criança. Saiba o que esperar de cada fase e como isso acontece em famílias binacionais ou com crianças que tem educação bilíngue

Tudo começa com alguns sons. Um balbuciar de quem precisa de alguma coisa – falar. O bebê começa a usar a língua, os lábios, o céu da boca ou qualquer dente que esteja aparecendo para produzir sons. Logo, evoluem para um “mamã” ou “papá”, que podem escapar sem querer entre o quarto e o quinto mês. A partir daí, seu bebê vai aprender mais palavras com quem estiver mais perto dele e assim ele começa a falar.

O desenvolvimento da linguagem ocorre desde a barriga da mãe, pois ele já consegue ouvir lá de dentro. Portanto, o estímulo para a fala começa desde esse momento. Converse com seu filho durante a gravidez: leia um livro em voz alta ou cante para o bebê enquanto estiver no banho. Você pode estranhar, pois pode parecer que você está falando sozinha, mas não se preocupe com isso. Ele também já ouvirá bastante sua voz ao conversar com outras pessoas. Além disso, estudos comprovam que o bebê é capaz de reconhecer e distinguir a voz da mãe logo após o nascimento.

“Quando o bebê nascer, converse com ele enquanto estiver amamentando, trocando a fralda ou dando banho e sempre dê um tempo para que ele responda com um sorriso ou olhando nos seus olhos. Você pode descrever o que estiver fazendo, esse já é um bom começo. Por volta dos cinco meses, você poderá perceber que ele presta atenção aos movimentos da sua boca. Continue falando e, em breve, ele começará a tentar conversar com você também”, diz Jorge Huberman, pediatra, neonatologista do Instituto Saúde Plena, filho de Rachel e Davi.

Durante os primeiros meses de vida, entre 0 e 12 meses, a criança está no período da pré-linguagem. Isso significa que o seu cérebro está em maturação neurofisiológica – ou seja, ainda está desenvolvendo sua estrutura – e psicológica, se preparando para a aquisição da linguagem. Ao completar um ano, e durante os seis meses que se seguem, a criança entra no chamado período linguístico, onde é capaz de falar palavras isoladas, mesmo sem entender ainda o significado delas. O importante é se expressar!

“Quando damos atenção genuína para a criança, olhando-a nos olhos, passando um tempo mostrando os objetos, contando histórias e dando espaço para que ela se expresse, da maneira dela, estimulamos não só os centros da fala no cérebro, mas também áreas ligadas às emoções”, explica Marcelo Katayama, especialista do Hospital das Clínicas e terapeuta do Núcleo Ser Treinamento e Consultoria, pai da Carolina. E dá o seu exemplo: “minha filha tem 1 ano e nove meses. Ela consegue se expressar, falando o que quer, com pequenas frases de duas ou três palavras, como ‘Papai, qué papá!!’, o que nos traz muita alegria e facilidade de atender às necessidades dela. Mas minha mãe diz que eu demorei para começar a falar; hoje, como pai, entendo a ansiedade e preocupação que isso pode gerar”, conta.

Não existe estímulo melhor para a fala do que conversar com a criança, de preferência sobre assuntos do mundo dela, como os brinquedos favoritos ou o que estão fazendo no momento. “A melhor maneira de estimular a criança a falar é através da comunicação verbal, brincadeiras e cantigas. É muito importante que os pais conversem com a criança desde cedo, criando situações para que esta possa explorar o seu universo, satisfazer suas curiosidades e interagir com o seu meio, compartilhando descobertas e sentindo-se estimulada a buscar sempre mais”, explica Aline Bellino, psicóloga, autora de Letras e Fonemas (Editora Matrix), filha de Álvaro e Idamar .

Após os dois anos as crianças começam a fazer as primeiras combinações de palavras, o que já permite a formação de frases simples. Caso isso não aconteça, é importante buscar a ajuda de um profissional. “Com essa idade a criança já deve falar, efetivamente. Se ainda não disser nenhuma palavra, recomenda-se o acompanhamento de um fonoaudiólogo. Mas é importante acompanhar desde muito antes: um bebê que aos seis meses não tenta nem balbuciar ou emitir sons também deve ser investigado”, revela Karina Reis, fonoaudióloga e mãe da Laura. Tudo tem o seu tempo, mas é sempre bom ficar atento!

Não é assim, é assim

Quando eles começam a formar as primeiras palavras e frases é uma fofura só. E aí “bola” vira “boia” ou “laranja” vira “lanja”. É bonitinho, mas não pode virar costume. Também devemos ter cuidado para não exagerar na “fofurice” e nós mesmos falarmos errado com nossos filhos. “A melhor maneira de estimular a criança é falar com ela, de forma direta e correta, sem traquejos, sem diminutivos. Mesmo que a princípio existam palavras complexas a criança vai aprender ao longo do tempo”, diz Eliana Maria Silva, psicóloga clínica e mãe da Mariana.

Até os três anos é normal que as crianças tenham dificuldade na pronúncia de algumas palavras. Porém, após essa idade, os pais precisam corrigir e incentivar que a criança fale de forma correta.

Primeiros erros da redação

Perguntamos em nossa página do Facebook as palavras que os seus filhos falavam errado quando ainda estavam aprendendo. Quanta criatividade!

“piu piu” – ovo (Miguel, filho da Paolla Tosetto)

“guiliça” – lingüiça (Maryana, filha da Rosemary Souza)

“peticulá” – espetacular (João Victor, filho da Karla Farias)

“amulucunjá” – maracujá (Enzo, filho da Rita Sorensen)

“depilócaro” – helicóptero (Miguel, filho da Silvana Alves)

“cóculos” – óculos (Kenzo, filho da Tatiana Higa)

“glegle” – banho (Mateus, filho da Juliana Pacheco)

“tosca” – mosca (Vitor Hugo, filho da Izis Brant)

“pacaruga” – tartaruga (Isabela, filha da Jovana Malagueta)

“gabideiro” – brigadeiro (Luana, filha da Elen Torres)

“bizibizi” – farofa (Guilherme, filho da Carol Martins)

“ombinus” – ônibus (Gabriel, filho da Liana Motta)

“federante” – refrigerante (Alice, filha da Juliane Santos)

“pafé” – café (Heitor, filho da Gislene Lima)

“gadanga” – garganta (Lorenzo, filho da Lis Bonafim)

“pianja” – pijama (Américo, filho da Esther Santana)

“pisvra” – pizza (Letícia, filha da Mirella Sombrio)

“trabe ralho” – trabalho (Yasmin, filha da Lidiane Quintanilha)

“surca” – açúcar (Gabriela, filha da Cristiane Ximenes)

“babete” – tablet (Davi Luiz, filho da Natalia Rodrigues)

Oi? Hola? Hello? (ensino bilíngue)

As escolas bilíngues estão se multiplicando a cada dia. De fato quanto mais cedo a criança aprende um idioma, maiores as chances de que ela tenha fluência nele mais cedo – mas e quando a criança em questão ainda está aprendendo a falar?

“Esse tema é sempre polêmico, mas nota-se que atualmente, muitas famílias acabam por não ter muita escolha e o bilinguismo simplesmente acontece. Atualmente, acredita-se que a exposição precoce pode até proporcionar um desenvolvimento mais rico do ponto de vista linguistico-cognitivo. Nesses casos o desenvolvimento das duas línguas ocorre de forma simultânea e atrasos não são esperados em função do bilinguismo”, explica Alessandra Buosi, fonoaudióloga, mãe do Luigi.

As pesquisas realizadas sobre a educação bilíngue sugerem que, em alguns casos, há uma demanda de tempo maior para que a criança submetida a esse processo de ensino compreenda as diferenças de sons entre cada idioma. “No entanto, isso não se configura como atraso de aquisição do idioma, mas sim como ganho, visto que a criança bilíngue apresenta maior desempenho cognitivo e ganhos na consciência metalinguística de forma mais precoce do que as crianças que foram alfabetizadas apenas em seu idioma materno”, explica a psicóloga Aline Bellino.

A questão também surge quando se tratam de famílias binacionais. Nesses casos a criança não terá um segundo idioma, mas sim duas línguas nativas. “É importante manter o padrão onde, por exemplo, a mãe só vai falar em inglês com a criança e o pai vai falar somente em português para que ela tenha a referência. Pode ser que, em alguns momentos, ela misture os dois idiomas, mas isso não compromete o desenvolvimento da fala. O aprendizado da língua se dará naturalmente e, quando adulta, ela não terá sotaque nenhum na língua estrangeira”, comenta a fonoaudióloga Raquel Luzardo, mãe do Gabriel.

Aprendendo a falar, de acordo com a idade

Antes de nascer: o bebê já identifica sons e vozes dentro da barriga da mãe. Conversar com a criança durante a gravidez é fundamental.

Entre 0 e 12 meses: é o chamado período da pré-linguagem. A criança aprende a se comunicar com sons, expressando suas necessidades e desejos.

Entre 12 e 18 meses: a criança é capaz de falar palavras isoladas, mesmo sem entender seus significados.

No período entre 18 e 24 meses: já se observam as primeiras combinações de palavras, o que permite a formação de frases simples.

SE LIGA! – “A melhorar maneira de estimular a criança é falar com ela, de forma direta e correta, sem traquejos, sem diminutivos”

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