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Não diga não! Por que?

Imagem Não diga não! Por que?

Publicado em 26/04/2015, às 21h00 por Ligia Pacheco


Está difícil fazer o seu filho entender e obedecer? Cansou de gritar e não ser ouvido? Você diz mais nãos do que sins? Seu filho transforma o “não” em “sim”?  “Seus problemas acabaram!”, diriam as Organizações Tabajara apresentando alguma bizarra solução. Mas há solução séria, observe. A neurociência explica porque as crianças têm tanta dificuldade para atender as ordens, especialmente as que iniciam com o “não”, trazendo-nos importante dica de como agir. Comecemos por nós.

Imagine que estamos numa praia e você se encaminha para o mar. Eu dou um grito: “NÃO ENTRE!” Ao ouvir esta ordem seu cérebro ativa automaticamente a ação de entrar no mar e se prepara para executá-la. Mas, como houve um “não” na frente da ordem, o seu córtex pré-frontal (região que fica atrás da testa) entende que é preciso bloquear a ação. E só então você irá perguntar, ponderar, analisar e decidir o que fará. Assim, graças a essa região cerebral, que tem ainda muitas outras funções, somos impedidos de responder aos estímulos automaticamente. Maravilha! Mas por que isso não acontece com as crianças? Por uma razão simples: o córtex pré-frontal só amadurece na adolescência. Eis aí o problema, mas também a solução.

Do mesmo modo que nós, quando a criança escuta uma ordem (Não “ponha a mão na tomada”, não “corra”, não “debruce na janela”, não “suba no sofá”, não “pule na cama”, não “morda o amiguinho”) as palavras de ordem, como tocar, correr, debruçar, subir, pular, morder, ativam automaticamente o cérebro infantil a executá-las. Contudo, o seu cérebro ainda imaturo encontra dificuldade para bloquear a ação ao ouvir o “não”, entra em um dilema e acaba agindo, muitas vezes e automaticamente, pelo “sim”. Então, dar uma ordem que se inicia com um “não” pode sugerir, perigosamente, a sua ação.

E aí entra a dica da neurociência: devemos aprender a usar a ativação automática de ideias e dos programas motores a nosso favor, substituindo o “não” por ordens positivas. Isso amplia em muito as chances da criança obedecer. Assim, pode-se substituir o “não suba” por “desça daí”, o “não corra” por “ande devagar”, o “não coloque o dedo na tomada” por “tire o dedo da tomada“, o não debruce na janela” por “fique parado” enquanto você se aproxima para proteger e explicar à criança os perigos de tal ação. Mas, não dizer “não” é bem difícil. Preste atenção às ordens que você dá. Se você for um pai ou uma mãe cauteloso(a), aposto que a maioria das ordens inicia-se por “não”. Ou seja, precisamos começar por nós.

Primeiro passo, a intenção. Ou seja, é preciso querer mudar. Segundo passo: a atenção. Isto é, atentar-se às ordens dadas transformando-as em positivas. E por fim, o treino. E como o próprio nome nos lembra, requer tempo, dedicação, inspiração e transpiração. Mas você pode ter um parceiro a te auxiliar. O nosso já conhecido pré-frontal, que ao ouvir “não diga não” pode bloquear o impulso de assim fazê-lo. Assim, use e abuse dele e opte pelo “sim”! O cérebro do seu filho, por ora imaturo, agradece. E com o tempo o seu agradecerá também. Garanto.


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