Publicado em 09/04/2024, às 10h31 por Geovanna Tominaga
Quando olho para o meu filho prestes a completar 5 anos de vida, lembro da minha própria infância e das minhas convicções profissionais desde muito pequena. Eu sempre soube o que eu queria fazer. Me comparando com o Gabriel, percebo como é precoce alguém definir o seu futuro nesta fase da infância.
Eu comecei a trabalhar muito cedo. Posso dizer que minha carreira teve início antes mesmo de entrar para o ballet, aos 4 anos, porque foi quando eu decidi que queria estar nos palcos: ser artista, cantar, dançar, interpretar… Tem gente que passa a vida inteira sem saber o que quer ser quando for mais velho. No meu caso, acho que eu nasci sabendo.
Aos 12 anos já tinha uma carreira como artista mirim e carteira assinada com uma emissora de televisão. Tinha que cumprir horários de chegada e saída no estúdio e trabalhava com responsabilidades de gente grande. Além dos estudos da tv, eu amava estar no palco do Clube da Criança para dançar. Os ensaios e shows pelo Brasil com a Angélica era o quando eu me sentia brincando… Fazendo o que gostava de fazer!
Entre dançar e auxiliar a apresentadora durante as gravações, eu também cuidava das crianças na plateia. Adorava estar com elas! O melhor público que qualquer artista pode querer. O mais fiel e sincero que podemos encontrar. Se uma criança diz que gostou, é porque gostou mesmo! Se não, fala logo a verdade doa a quem doer. Eu sempre gostei disso, além do universo da ludicidade que mergulhamos quando estamos conversando com os pequenos, não é mesmo?
Eu trabalhei com a Angelica no "Clube da Criança", na "Casa da Angélica" e no "Angel Mix" até o final do programa de auditório dela. Logo em seguida, passei eu mesma a apresentar um programa infantil, a Tv Globinho. Mais uma vez, estava eu falando com as crianças. Dos meus 32 anos de carreira, metade deles foram dedicados a produzir conteúdo para os pequenos.
Aquela vontade de “só dançar” me levou por caminhos inimagináveis dentro da minha profissão como comunicadora. Me formei em jornalismo. Depois do infantil, passei a falar para o público jovem e logo estava apresentado programa para os adultos, como o Video Show e Hipertensão. Crescer junto do meu público foi um caminho necessário para me experimentar em diversos lugares e posições. Já estive na frente das câmeras, atrás delas, produzindo, dirigindo, escrevendo…
Neste mês, completo 44 anos e me descubro voltando meus olhares e meus esforços criativos para o mesmo público que assistiu minha estréia. Mas agora, falando para aqueles que cresceram, que já são pais assim como eu e que, assim como eu, também se preocupam em proporcionar uma infância saudável, rica em estímulos e memórias afetivas, e feliz para os seus filhos.
Agradeço aos meus pais que sempre me incentivaram a ir atrás do que me fazia sorrir. Hoje, observo meu filho, seus gostos e talentos, sem reforçar comportamentos ou forçar nenhum tipo de escolha. Nesse sentido, acredito que o papel dos pais está em mostrar os caminhos que existem no mundo para que os filhos decidam por onde querem caminhar. E que é possível mudar de rota sempre e a qualquer momento se o sorriso não for mais aquele mesmo da infância.
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