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A reunião da escola

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Publicado em 30/08/2017, às 14h56 por Ivelise Giarolla


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Se há um compromisso que não gosto é reunião escolar. Não porque tenho algo contra, acho super importante, mas porque nelas eu me sinto frágil, vejo os atrasos da Lorena mais nitidamente, começo a fazer as naturais e inevitáveis comparações com os coleguinhas da classe, enfim, detesto.

Talvez venham me falar; “ah que bobagem, ela está ótima”, “é inteligente”, “super bem”, “muito inserida”, “todos a amam”, etc, para me mostrar que não deveria me sentir desta forma.  Porém, hora da reunião, alguns pontos, por vezes esquecidos propositalmente, vem à tona. Comentários de ganhos, evoluções, fala, escrita em que a pequena tem atrasos comparados com a turma, acabam incomodando.

Mais um semestre acabou e lá foi a Ivelise para mais uma reunião. Sentei-me na sala de aula junto dos outros pais e mães. Respira fundo. Professora chegou e passou os assuntos sobre os projetos e as evoluções dos pequenos. Naturalmente as mães começaram a comentar o que os filhos falam quando chegam da escola (Lorena não faz isso ainda, embora eu pergunte diariamente), falaram sobre o inglês (Lorena mal verbaliza o português), sobre as brincadeiras (Lorena não comenta), sobre o que um quer da lancheira do outro (não tenho ideia), o livro que leram (socorro, não sei de nada disso), se tem “dia do brinquedo” (e tem?), que estão contando até tal numero (ah isso eu sabia, pois a pequena conta até 10 em casa), sobre falar a letra inicial do nome do amiguinho (oi? Já fazem isso é?), enfim.  Feliz por todos os coleguinhas, mas eu lá, sem entender nada, sentada, só escutando.

Eis que a professora pegou uma apostila aleatoriamente e começou a mostrar as atividades. E eu escutando “que legal”, “adorei”, “que lindo”. Então ela parou numa página e disse; “vejam, eles já estão construindo as figuras humanas, os rostos já estão aparecendo!”. E todos ficaram entusiasmados e eu só observando,  pois sabia que Lorena só fazia rabiscos.

E a professora deixou a apostila de lado. E eu olhei. De quem era? Da Lorena! Sim, dela! A apostila aleatória era dela! Com desenhos, com figuras humanas aparecendo, com atividades que geraram entusiasmos em todos os presentes.

Pedi licença para ir embora, pois senti uma emoção forte e chorei muito. Lorena é sensacional. E eu? Aprendendo.

“O saber a gente aprende com os mestres e os livros. A sabedoria se aprende é com a vida” (Cora Coralina)

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