Publicado em 07/06/2016, às 12h37 - Atualizado às 13h38 por Ivelise Giarolla
Ei, você que está lendo esse texto: por acaso usa frequentemente a palavra retardado para se referir a uma pessoa lenta, com algum tipo de dificuldade ou mesmo para falar mal de alguém? Deveria refletir e não utilizar, pois o termo retardado não é apenas uma palavra.
Mesmo na sua utilização para expressar uma pessoa com deficiência de aprendizado, a palavra “retardo mental” já foi substituída por “deficiência intelectual”. A utilização do termo retardado tem sido combatida.
O que está de errado com essa palavra? Ninguém melhor do que John Franklin Stephens, atleta das Olimpíadas Especiais, que tem Síndrome de Down, para explicar. Em declaração ao jornal norte-americano “The Roanokes Times”, ele diz o seguinte:
“Me magoa e me assusta quando sou a única pessoa com deficiência intelectual no ônibus e jovens começam a fazer piadas. Pense, por favor, nesse ônibus lotado com pessoas diferentes de você. Imagine que elas comecem a fazer piadas usando o termo que lhe descreve. Isso machuca e é assustador. O problema é que só é engraçado se você pensa que um retardado é alguém bobo e superficial. Eu não sou nenhuma, nem outra coisa, mas toda vez que o termo é usado, a mensagem que passa para os jovens é: ‘tudo bem pensar que eu sou assim e tudo bem me manter fora do grupo’. É por isso que usar ‘retardado’ é um grande problema para pessoas como eu. Algumas pessoas acham que não há mal em usar o termo “retardado” quando estão se referindo a elas próprias ou a pessoas sem deficiência intelectual, mas essa expressão nunca deve ser usada, independentemente do contexto. Há um desrespeito com o uso da expressão “retardado” porque é sempre pejorativa e há forte ligação histórica com o tratamento desigual e segregador dado a pessoas com deficiência intelectual.”
Uma campanha chamada “R-word — Spread the word to end the word”, promovida pela organização americana Special Olympics, foi lançada em 2008 e já realizou diversas ações para defender a erradicação do termo “retardado”.
Um vídeo comparando o uso da palavra “retardado” a outros xingamentos à minorias com a participação das atrizes Lauren Potter e Jane Lynch, do popular seriado juvenil norte-americano “Glee”, já contempla milhões de visualizações. Assista ao vídeo.
Tradução e descrição do filme:
Homem negro diz: “Não é admissível que me chamem de preto”.
Mulher hispânica diz : “Não é admissível que me chamem de cucaracha”.
Mulher oriental diz: “Que me chamem de china”.
Rapaz diz : “Que me chamem de boiola.”
Idoso diz : “Não é admissível que me chamem de judeuzinho”. (o termo “kike” não possui equivalente em português)
Atriz Lauren Potter, do seriado Glee, que tem síndrome de Down diz: “Não é admissível que me chamem de retardada, que você se chame ou chame seus amigos de retardados quando eles fazem alguma bobagem.”
Atriz Jane Lynch, a treinadora do seriado Glee diz : “Usar a palavra que começa com R é o mesmo que xingar qualquer minoria. Trate-a como tal. E não a use.”
Usar a palavra “retardado” não ofende somente os indivíduos alvos, como seus parentes, seus amigos e qualquer outra pessoa que tenha um pouco de empatia e se importe. Eu, como mãe de uma pessoa com Síndrome de Down, aboli essa palavra do meu vocabulário e de todos em minha volta. Chamar alguém de R- definitivamente não é legal.
E aí pessoal, vamos mudar nossas atitudes? Já pararam para pensar no poder das palavras? #FicaADica
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