Colunas / Minha vida nada Down

O legado das Paralimpíadas

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Publicado em 08/10/2016, às 10h12 por Ivelise Giarolla


Após o sucesso que foi a Olimpíada no Rio de Janeiro, eu aguardava ansiosamente o início das Paralimpíadas. Sou uma pessoa amante do esporte, praticante da corrida de rua e incentivadora das pessoas saírem do sedentarismo. Além disso, após o nascimento da minha filha Lorena, com Síndrome de Down, sou ainda mais crente que as pessoas com alguma deficiência podem e devem praticar esportes.

Todavia, dado início às competições notei que meus compartilhamentos nas redes sociais acerca das medalhas conquistadas pelos brasileiros, não rendiam muito. Pude perceber que a grande maioria que comentava ou publicava algo dos atletas ou eram pessoas ligadas ao esporte ou pessoas ligadas a outras com deficiência, normalmente os pais.

Quando indaguei a alguns sobre o assunto, recebi algumas respostas do tipo: “não empolga tanto, pois não competem como a pessoa que não possui deficiência”, “não vejo, pois tenho aflição de ver as pessoas daquele jeito”, “nem sei onde está passando”.

Confesso que fiquei muito entristecida. Como amante do esporte não conseguia entender qual a diferença entre os atletas olímpicos e paralímpicos, afinal todos treinaram exaustivamente, passaram por dezenas de competições, abdicaram da família e vida social, para estar ali representando o Brasil.

Mas as Paralimpíadas foram acontecendo e eu pude perceber que começou a haver um envolvimento maior das pessoas. Adultos, crianças, idosos, excursões escolares, ONG´s, pessoas de todas as classes sociais e do mundo todo lotaram as arquibancadas. Muitos sequer sabiam que havia tantas modalidades esportivas paralímpicas, mas estavam lá torcendo, e muito. Percebi inclusive, torcida generalizada pelo atleta e não por uma nação. Não importava de qual país fosse, pois todos eram ovacionados.

E vieram tantas medalhas brasileiras, recordes e muitas lágrimas. Peguei-me chorando por diversas vezes. Chorei copiosamente no ouro conquistado pela bocha, pela natação do Daniel Dias, pelos corredores com deficiência visual, entre outras vitórias emocionantes. A cada pódio havia uma história, um sorriso e possivelmente uma mudança de olhar. Mudança de olhar que nossa sociedade está tão necessitada: o olhar para o próximo sem enxergar a diversidade com indiferença, aversão ou preconceito.

Fico extremamente feliz que as Paralimpíadas realizadas em nossa pátria pode expor que é possível sim incluir e que a inclusão sempre é o caminho melhor. E fico ainda mais feliz da participação maciça das crianças nas competições, que vão crescer com exemplos tão sólidos que a deficiência não rotula ninguém. Essa competição veio mostrar a muitos que as pessoas com deficiências não precisam de compaixão, mas sim de apoio e luta conjunta pela democratização das oportunidades de acesso para além dos jogos, para que tenham uma rotina digna.

Uma semente foi plantada. Obrigada atletas, vocês são sensacionais.


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