Publicado em 29/04/2021, às 08h15 - Atualizado em 30/04/2021, às 06h38 por Cecilia Troiano
Nossa quarentena, que todos achávamos que indicava 40 dias, já está completando 400 dias. Já não mais contamos os dias em que estamos ameaçados e amedrontados por esse vírus maluco. Mas sem dúvidas contamos os inúmeros aprendizados que estamos tirando de tudo isso. Teremos certamente muitas histórias para contar quando tudo isso passar. Para mim, um dos aprendizados mais marcantes tem a ver com a ideia de equilíbrio. Embora eu seja quem fale da vida de equilibrista, sinceramente, acho que nossas vidas estavam bastante desequilibradas antes disso tudo acontecer.
Se olharmos por esse ângulo, é como se o vírus tivesse vindo para nos alertar de que algo muito errado estava acontecendo. Estávamos com pratinhos demais e tempo de menos. Fora de casa demais, dentro de casa de menos. Trabalho demais, descanso de menos. Agitação demais, tranquilidade de menos. É como se estivéssemos vivendo no limite da polaridade da vida corrida, do tempo escasso, do mundo em que o ritmo digital guia nossa biologia. O vírus veio para nos forçar a parar. Afortunados são os que aproveitam essa “parada” para refletir sobre a vida que queremos ter.
A situação de desequilíbrio que vivemos me faz pensar em dois Deuses gregos, na verdade, uma Deusa e um Deus. De um lado temos Héstia, a deusa do fogo, do lar, da proteção. Ela representa o fogo que esquenta, que acolhe, que protege. Héstia aponta para o espaço de dentro de casa, para os momentos mais íntimos e calorosos. Do outro lado, Hermes, o mais eloquente e dinâmico dos Deuses gregos. Tem a função de mensageiro, anda de um lado para o outro, está sempre do lado de fora, “batendo perna” como diríamos hoje. Com suas botas aladas, promovia as trocas no Olimpo.
Trazendo Héstia e Hermes para o momento em que vivemos é como se cada um deles representasse uma polaridade de nossas vidas, o fogo de dentro de casa, as asas da vida que correm do lado de fora. Cada um com seu espaço, complementares de certa forma, mas separados. Eles se equilibram, cada um puxando para um lado. Héstia é o lado home, Hermes o lado office.
De certa forma, um compensa o outro, cada um com sua função e espaço. Mas o ponto é que hoje vivemos o home office, uma só palavra, espaços interligados, simbióticos até. É como se Héstia e Hermes não mais ocupassem espaços diferentes. Hermes veio apressado e invadiu o espaço quentinho de Héstia. A agitação e o movimento de Hermes veio balançar a vida caseira de Héstia. Héstia e Hermes passam a morar juntos. E agora, como fica o equilíbrio?
Se antes estávamos desequilibrados, porque estávamos exageradamente polarizados, hoje estamos desequilibrados porque aproximamos demais esses mundos. Nós e nossos filhos misturados com reuniões do Zoom. Fraldas sobre notebooks. No WhatsApp chegam juntos, receitas, boletins da escola e relatórios da empresa. A mesa de jantar é também a mesa de escritório. Lição de casa lado a lado com o cronograma do projeto da empresa. Home office traz o home e o office juntos. Traz Héstia e Hermes juntos. Será que não seguimos desequilibrados, apenas de outra forma? Talvez precisemos chamar outros Deuses para nos ajudar, quem sabe Nêmesis, a deusa do equilíbrio…
Família
Paula Fernandes revela estar com doença: "Tenho apenas alguns dias de vida"
Família
Suposta mãe de filha de Neymar foi vista com jogador em Barcelona na balada
Família
Modelo que estaria grávida de Neymar convida irmã e amigo do jogador para padrinhos
Família
Doações para o Rio Grande do Sul: veja onde e como doar às vítimas de forma segura
Gravidez
Modelo que estaria grávida de Neymar quebra silêncio e fala pela primeira vez sobre boatos
Bebês
180 nomes femininos diferentes: ideias de A a Z para você chamar a sua filha
Bebês
210 nomes masculinos para bebês: ideias fortes (e lindas!) para você chamar o seu filho
Bebês
Nomes japoneses femininos: 304 opções lindas para você conhecer