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Obama: mudança do lado das mulheres

Imagem Obama: mudança do lado das mulheres

Publicado em 03/02/2014, às 22h00 por Cecilia Troiano


É verdade que a moral do Presidente Obama não está em alta nos Estados Unidos, mas bem que suas palavras no discurso oficial do governo americano, que ocorreu na última semana de janeiro, foram um afago às mulheres que trabalham. “If women succeed, America succeeds”. Em português: “se as mulheres evoluem em suas carreiras, a América também evolui”. Ele segue dizendo que é uma afronta, em pleno século XXI, as mulheres ainda fazerem U$ 0,77 para cada U$ 1,00 ganho pelos homens. Para deixar ainda mais dramático, Obama afirma que é urgente a necessidade de deixarmos para trás ambientes corporativos que lembram a época do Mad Men (seriado americano que reflete o dia a dia de uma agência de propaganda nos anos 60).

Nada do que ele falou é novidade, seja nos Estados Unidos, seja para nós aqui do lado de baixo do Equador. Apesar de não ser novo, ainda vivemos nos debatendo com muitas questões relacionadas ao trabalho das mulheres, especialmente o das mães que trabalham. Sem dúvida, as mulheres conquistaram muitos espaços no mundo profissional. Dos anos do “Mad Men” para hoje, o ambiente corporativo é muito mais equilibrado em termos de gênero. Apesar disso, o número de mulheres que conseguem chegar aos postos de liderança ainda é pequeno, para não dizer mínimo. O que será que acontece que as mulheres não chegam lá? Para essa simples pergunta, acho que precisaria de uma tese de doutorado e muita pesquisa para respondê-la. Arrisco-me aqui, de forma muito preliminar, adiantando dois pontos que me parecem cruciais nessa trajetória feminina.

O primeiro deles é a natureza do ambiente corporativo ser moldado à luz do masculino. Hierarquia de cargos, nomenclaturas, espaços físicos, competitividade extrema, demanda por resultados de curto prazo, horários, cultura organizacional, todos estes elementos que traduzem uma realidade muito mais associada ao masculino. Refletem traços como autoridade, agressividade, linearidade e racionalidade, típicos do gênero masculino. A despeito de uma “casca” que espelha igualdade, com a adoção de políticas de promoção de equidade de gêneros, ainda respiramos nas empresas um “ar rarefeito” para a entrada do feminino. Esse é um dos fatores que breca a maior e mais expressiva ascensão de mulheres à liderança.

O segundo deles é o “freio de mão” puxado pelas próprias mulheres. Seja porque elas não têm o amparo dentro ou fora da empresa, seja porque priorizam questões familiares, as próprias mulheres brecam suas carreiras, abrindo mão de posições de maior responsabilidade. Aliás, comentei isso na coluna da semana passada no caso da minha amiga fazendo a troca de menos horas na empresa em nome de mais horas com a filha. É comum mulheres deixarem as empresas exatamente na fase em que estão prontas para dar um salto na carreira. Acontece que nesse mesmo momento, por volta dos 30 anos, na maioria das vezes, ela também fica “pronta” para a maternidade. Carreira ou maternidade? Algumas tocam adiante e equilibram com maestria os dois pratinhos. Mas muitas preferem manter suas atuais posições profissionais, mesmo que isso signifique não subir na escada corporativa. Ou seja, no balanço de suas vidas, o peso da família vence o da carreira. Resultado: menos mulheres no topo.

Há muitos outros fatores que agem nesse complexo emaranhado da equidade de gêneros no universo corporativo que não caberiam nesse texto e precisariam de uma vasta e dedicada pesquisa. De toda forma, compartilho 100% da visão do Presidente Obama: “We need to give every woman the opportunity she deserves”, ou seja, “temos que dar a todas as mulheres a oportunidade que elas merecem”. Pela preliminar análise que faço aqui neste texto, expresso pelos dois fatores que relatei, ainda acho que as mulheres não desfrutam de todas as oportunidades para crescer em suas carreiras. Falta amparo e visão das empresas, falta uma melhor distribuição das tarefas da casa, que seguem sobrecarregando as mulheres todos os dias, falta apoio governamental e subsídios para creches e berçários de qualidade, falta uma política que olhe para a família e veja nela a semente que irá construir um país. Queridas companheiras e companheiros, a luta continua! 


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