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Verdadeiro ou falso?

Imagem Verdadeiro ou falso?

Publicado em 14/01/2014, às 22h00 por Cecilia Troiano


Anteontem, na página do Facebook da Revista Pais & Filhos, uma polêmica muito animada tomou conta de todos, motivados por um post que trazia a seguinte pergunta: “Os homens na Alemanha estão exigindo condições de trabalho mais flexíveis para equilibrar profissão e família. Você acha que os homens no Brasil gostariam de trabalhar menos e ficar mais com os filhos?”. 

Com essa simples pergunta o post recebeu quase 4 mil “likes” e gerou 1.200 compartilhamentos! Para se ter uma ideia, esse tema e um outro relacionado ao amor foram os dois únicos que venceram a barreira dos milhares de comentários nesse dia. Isso, por si só, já mostra o quanto uma singela pergunta mobiliza tanta gente e indica seu potencial de adesão ou rejeição. Curiosa que sou, muitas vezes gosto mais de ler os comentários do que os posts em si. Aliás, acho que muita gente também tem esse mesmo hábito. Lendo respostas e comentários aprendo muito sobre o que as pessoas pensam, seus valores, suas crenças e tenho um razoável termômetro de para “onde o vento está soprando” em termos de comportamento. 

E o que me chamou a atenção nos comentários? Li 128 comentários, sendo 107 de mulheres e 21 de homens. Uma primeira constatação que me chamou a atenção é a presença maciça de mulheres (mães na sua maioria) que comentam esse e tantos outros posts relacionado à criação de filhos. Mesmo no caso desse post, que “cutucava” os homens a participar, foi difícil achar os 21 homens que comentaram. Num determinado momento, parei de ler comentários de mulheres para buscar apenas homens. Ou seja, devo ter visto uns 50 posts de mulher para encontrar 1 de homem. O que isso mostra? Assuntos de filhos ainda, infelizmente, são um território mais das mães. Mas isso era só para começar a conversa… O que vi nas respostas? 

Começando pelas mulheres, a resposta parece bem clara: 82% das mulheres declaram que o modelo alemão NÃO funcionaria no Brasil! As justificativas para uma posição bastante sólida das mulheres, na maioria das vezes, gira em torno da ideia de que pais não usariam esse tempo livre para cuidar ou se dedicar aos filhos. Muitas dizem que marido usariam esse bônus de horas livres para fazer coisas para ele apenas. O bar é apontado como um grande vilão, assim como o futebol, a TV e a cerveja. Até tempo para trair a esposa apontam como forma de gastar as horas livres. Outras afirmam que a mentalidade machista dos brasileiros ainda prevalece e acaba ficando a cargo apenas das mães a criação filhos.  Outras ainda dizem que homens brasileiros valorizam a ideia de que trabalhar muito é status e valorizado na sociedade. Queixam-se também de que, atualmente, mesmo nas horas em que pais têm tempo livre, eles não usam essas horas para se dedicar à família. Quem trabalha pouco é mal visto. Reproduzo aqui alguns posts que ilustram esse ponto: 

“Meu marido se pudesse dormiria no bar”

“Teria tempo de sobra para trair a esposa e ficar com os amigos”

“Reinvindicariam o direito de ficar dormindo”

“Na teoria sim, na prática iam acabar ficando no futebol e videogame”

“Homem brasileiro não aproveita pra ficar com filhos nem no sábado e domingo quando ele tem tempo livre!”

Mas nem todas concordam com isso e 18% das mulheres responderam SIM: os homens brasileiros gostariam de ter horários mais flexíveis no trabalho para ficar com os filhos. Mas o curioso é que, nas respostas, essas mulheres diziam que tinham companheiros muito especiais e que isso não poderia ser generalizado para outros homens. Ou seja, se veem acompanhadas de parceiros que são exceção! Uma delas fala assim: “99% dos homens, não, mas meu marido, sim!” ou “Existem PAIS e pais”.

Agora, dando voz aos homens. É engraçado, porque eles não são tão unânimes quanto as mulheres. 60% diz que SIM, gostaria de ter mais flexibilidade para ficar mais com filhos e 40% diz que NÃO. Começando pelos que concordam com os alemães, eles alegam que já fazem isso e que sentem-se extremamente gratificados por terem essa convivência estreita com os filhos: “faço isso e me sinto muito feliz”. Mas um número significativo de pais não acham esse caminho uma boa solução para os brasileiros e apoiam-se na cultura do país para justificar sua posição: “em nosso país os interesses e responsabilidades para a maioria são confundidos com acomodação. Não apoio essa proposta”.

Claro que não imagino que essa pequena análise que fiz em cima dos posts traduza a verdade absoluta sobre a visão que pais e mães tem sobre esse tema. Mas minha primeira impressão é de que estamos muito longe de um acordo e convergência em relação à proposta levantada pelo post. Ainda muita água vai passar embaixo dessa ponte, como diz o velho ditado. E vocês, o que acham? “Os homens no Brasil gostariam de trabalhar menos e ficar mais com os filhos.” Verdadeiro ou falso?


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