Claudia Raia sobre Luca: “A gente nunca é a mesma mãe porque cada vez somos uma mulher diferente”

Referência no mundo artístico com mais de 30 anos de carreira de sucesso na televisão e no teatro musical, a atriz Claudia Raia abriu o coração sobre a gestação aos 55 anos de idade e as expectativas para a chegada de Luca, fruto do relacionamento com Jarbas Homem de Mello. A artista, que também é mãe de Enzo e Sophia, reforçou a importância da parceria com os filhos e o apoio de toda a família tanto no âmbito pessoal quanto profissional para estar onde está hoje. 

Como a maternidade chegou na sua vida?

Claudia Raia: Eu tenho um lado maternal muito aflorado, tanto que além dos filhos que nasceram de mim, tenho as filhas e o filho que a profissão me deu! Eu sempre quis ser mãe, mas não tinha pressa. Refleti sobre o melhor momento e me planejei. Assim como com Luca, as gravidezes de Enzo e Sophia também foram planejadas. Eu amo ser mãe. Sem dúvida esse é o meu melhor papel!

Sendo mãe de Enzo e Sophia, quais as semelhanças e diferenças em ser mãe de menino e menina?

CR: As diferenças são construídas socialmente por causa do machismo que estrutura nossa sociedade. Com meus filhos, eu sempre busquei dar os mesmo valores e os mesmo limites. Cada um reage de uma forma e cresce de um jeito, claro, porque eles são pessoas diferentes. Mas nunca estimulei isso de você pode isso porque é menino ou você não pode porque é menina. Claro que pode! Tenho uma relação forte de amizade com os dois, somos muito unidos, conversamos muito abertamente sobre tudo. Acho que eu e Sophia nos identificamos mais no sentido de sermos mulheres e vivermos na pele as limitações que o mundo tenta nos impor. Isso é algo que nos aproxima muito.

Como você lidou com a exposição dos seus filhos, sendo uma pessoa pública?

CR: É curioso isso porque nunca os expus. Eles sempre deram esse limite também. Lembro uma vez do Enzo pequeno em um evento pedindo para não ser fotografado, que os famosos eram os pais dele. Hoje em dia ele escolheu trabalhos que o colocam mais em evidência midiática, vamos assim dizer. Ele tem a Dadivar, que é uma empresa que atua no terceiro setor, e está cada vez mais experimentando o universo da moda. Essa é uma medida dele, do quanto quer mostrar. Já Sophia é mais low profile. O Instagram dela, por exemplo, é fechado. Ela prefere assim. Então é realmente uma opção e escolha deles, não minha.

Hoje, mais velhos, você sempre reforça a parceria com ambos. Como você enxerga isso?

CR: Acho o máximo. Maternar é investir tempo na relação com os filhos, criar e cultivar o vínculo. Nós fazemos isso desde sempre. Não é um milagre sermos assim, investimos tempo e energia na nossa relação, cultivamos e regamos nosso amor todos os dias! É uma construção diária.

Como está sendo essa gestação aos 55 anos de idade?

CR: Está sendo muito tranquila! É muito gostoso acompanhar o crescimento do Luca, compartilhar tudo com Jarbas e vê-lo se emocionar por estar vivendo tudo pela primeira vez, ver a família toda muito feliz com a chegada do novo integrante (risos).

Você sente alguma diferença na gestação atual em relação às outras?

CR: No meu corpo, não. Mas na oferta de enxoval, é uma diferença imensa (risos). Me sinto quase uma mãe de primeira viagem. Estou trabalhando com a Talu, que é uma concierge de bebê, e está me mostrando tudo, me ajudando a escolher. Porque senão eu levo tudo, é muita novidade (risos).

Você hoje se tornou símbolo e exemplo para diversas mulheres que por algum motivo desejam ter filhos depois. Como encara isso?

CR: Com muita responsabilidade. O que eu tenho para dizer a essas mulheres é que procurem saber das possibilidades, esgotem todas elas… Muitas vezes nos falta informação. E informação é poder. Eu acho também que este momento é uma inspiração mesmo para quem não deseja engravidar, mas quer fazer alguma coisa nova e fica com aquela voz na cabeça: “Mas você está muito velha pra isso. Quem disse? Não acredita nisso, amor. Você está no tempo certo, no seu tempo!”. 

De que forma lida com as críticas e julgamentos em relação à gravidez?

CR: Isso é tão pequeno perto da onda enorme de amor que eu recebo que escolho não dar atenção. Sempre terão uma opinião a seu respeito, mas nem toda opinião deve ser levada em conta.

Como foi a escolha do nome do Luca? A família participou?

CR: Eu queria continuar na saga italiana de nomes curtos (risos). A família participou sim: eu e Jarbas demos algumas opções e Luca estava dentre os que Enzo e Sophia mais gostavam também.

Você sente que será a mesma mãe ou uma mãe diferente agora com o Luca?

CR: A gente nunca é a mesma mãe porque cada vez somos uma mulher diferente. Serei com o Luca de outra maneira. Já tenho dois filhos adultos, já passei por tantas fases, amadureci muito em 20 anos. Não tem como ser do mesmo jeito. Claro que os valores básicos continuam os mesmos: quero que ele seja livre, que seja amoroso, que seja respeitoso, que seja uma pessoa preocupada com o mundo e com outras pessoas. Mas como transmitirei isso será diferente com certeza.

Como estão as expectativas do Jarbas Homem de Mello para o primeiro filho?

CR: Ele está radiante! No primeiro momento, ele ficou com medo, em pânico (risos). Depois que passou o susto inicial, foi só alegria! Ele está muito feliz e se sente preparado pra esse novo momento. Sempre falamos de ter filhos, então, estamos vivendo a realização de um sonho!

Vocês trocam bastante figurinha? Como estão se preparando para o nascimento do Luca?

CR: Com muita parceria, conversando muito… É uma troca. Nós dois vamos cuidar desta criança, precisamos e gostamos de conversar, de pensar como vai ser, de planejar o futuro. E ele é muito atencioso comigo, preocupado com nosso bem-estar.

O que você aprendeu com seus filhos que deseja repetir com o Luca?

CR: Que maternidade é um exercício diário. A relação entre mãe e filhos está sempre se construindo e se reconstruindo. Precisamos alimentar esse afeto pra que ele cresça e seja forte.

E o que você aprendeu com seus filhos que não irá repetir com o Luca?

CR: Não vou na expectativa de que Luca será como os irmãos quando eram bebês, por exemplo. Cada filho é um filho, e eu como mãe quero sempre ser a melhor mãe para cada um deles.

Você conta com uma rede de apoio? Como isso te ajuda?

CR: Sim, conto! Isso é fundamental, até pela minha profissão. Assim como Enzo e Sophia, Luca será criado na coxia (risos). Sem essas pessoas para nos ajudarem, fazer isso não seria possível.

O que você deseja para o futuro dos seus filhos?

CR: Desejo dias melhores e de mais esperança. Quero que eles possam sonhar!

Você deseja aumentar a família depois do nascimento do Luca?

CR: Não. Depois de Luca, vou fechar a fábrica (risos). Pelo menos, não está nos planos.

Família é tudo para você?

CR: Sim. Tudo. Família é base, aconchego, acolhimento, brinca quando precisa. Como boa descendente de italiana, sou uma pessoa muito família, gosto de reunir todo mundo, de cuidar… Família é porto seguro.

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