Família

“Nós queremos sair da lógica do cada um no seu quadrado e dividir os quadrados”, conta Magda Figueiredo

Arquivo Pessoal
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Publicado em 11/12/2017, às 07h43 - Atualizado às 08h00 por Adriana Cury, Diretora Geral | Mãe de Alice


Estamos adorando conhecer tantas famílias por meio do projeto “Lá em casa é assim”, parceria da Pais&Filhos com Natura Mamãe e Bebê. A Magda Figueiredo contou para a gente como é o dia a dia da criação do filhos, Matias, em uma casa compartilhada. Você PRECISA conhecer!

“Eu conheci o projeto “Lá em casa é assim” porque eu sou blogueira (@maeatualoficial) e me identifiquei muito com a proposta e resolvi contar como é a minha família!

Lá em casa é Assim: moramos numa casa compartilhada. Você sabe o que é isso? Será que é como uma república? Amigos morando juntos? Pensão? Hostel? Nananinanão… Vou te explicar como é a nossa casa! Moramos numa casa enorme no Pacaembu (bairro nobre da cidade de São Paulo, há 15
minutos da famosa Avenida Paulista), que batizamos de Amorada Ahow.

Temos 10 quartos, quintalzão, co-working, rede, oficina, bicicletário, brinquedoteca, biblioteca, lavanderia compartilhada e muita área verde. Essa ideia de morar junto completará quatro anos em 2018, e nesse tempo 31 pessoas passaram por aqui e só saíram porque casaram, mudaram de país ou de cidade, ou por opção de querer viver outra experiência.

Hoje, moramos em oito adultos e uma criança, o Matias, meu filho, que é um nativo Ahow, nasceu aqui mesmo de parto humanizado no seu quarto – foram 36 horas de parto, em um acontecimento incrível. Ele é um dos queridinhos da casa, e a minha maior razão de viver e querer morar dessa forma pra sempre.

Matias morar em uma comunidade nitidamente faz diferença na vida dele. A faixa etária dos adultos é entre 29 e 59 anos e o Matias está agora com 2 anos e 9 meses, ou com quase 3, como ele gosta de falar. Temos também os nossos quartos de hóspedes, que neste momento estão ocupados com mais duas pessoas.

Trabalhamos com coisas diversas, mas no geral nossos empregos representam
muito dos nossos propósitos de vida, assim como a forma que escolhemos viver. Aqui moram professores de ioga, empreendedores de comida vegana, atrizes, atores, biólogos, geólogos, enfim muita diversidade de profissões.

Por curiosidade, o único casal da casa somos eu, Magda, e o Samuel, pai do Matias. A educação do meu filho acontece de forma comunitária, pois ele recebe amor e referências de pelo menos outras oito pessoas, e isso se reflete em várias situações, por exemplo, na alimentação. Eu não gosto muito de tofu, mas ele adora, pois aprendeu com a tia Bia e o tio Bruno.

E o que nos motiva a viver dessa forma? Geralmente, as pessoas optam por dividir moradia por questão de custos, mas nós, como uma comunidade, queremos compartilhar nossas vidas uns com os outros, construir formas
colaborativas de administrar uma casa (inclusive a parte financeira), aprender a nos tornar seres humanos melhores comunicando as nossas necessidades, entender e acolher verdadeiramente o outro, sair da lógica do cada um no seu quadrado e dividir os quadrados.

Além do desejo de construir uma família afetuosa e solidária, outras coisas nos unem: a sustentabilidade, a preocupação com a alimentação e a espiritualidade. As temáticas agroecologia, permacultura, alimentos orgânicos, meditação, ioga, massagem, curas energéticas, astrologia, educação ambiental, educação infantil, entre outras, são assuntos que passam pela nossa mesa todos os dias, ou melhor, o tempo todo: no café da manhã, que às vezes se estende por longas horas (variando as pessoas das 7h até às 11h), nos almoços ou jantares coletivos ou ainda nos encontros da madrugada. Aqui realmente muita coisa acontece
na cozinha!

Entre discursos e teorias, experimentamos de fato colocar tudo na prática, com todas as falhas e incoerências que são inerentes dos seres humanos: plantamos no nosso quintal (tem pé de maracujá, mamão, goiaba, amora, banana e romã), temos um acordo em não permitir o consumo de carnes, a casa é vegetariana, captamos água da chuva, temos composteira (para transformar todo o nosso resíduo orgânico em adubo) e reciclamos nosso lixo.

No campo dos relacionamentos, procuramos ter conversas profundas, muitas vezes em torno de uma fogueira, muitos meditam ou têm práticas espirituais e terapêuticas diversas. Também ficamos tristes um com o outro, também ficamos bravos (principalmente com a louça deixada na pia), as mulheres aqui também tem TPM, às vezes o Matias chora em pleno domingo às 8h da manhã e alguém se chateia, às vezes o casal se desentende, às vezes as pessoas fazem
barulho quando alguém precisa de silêncio, por vezes alguém precisa de mais espaço consigo mesmo e podemos em certos momentos ser incoerentes com o que desejamos, entre tantas outras situações.

Tudo o que acontece num dia a dia de uma família também acontece aqui, só que com 10 pessoas, que não são irmãos de sangue, mas que se tornam muitas vezes irmãos de alma. Vivemos um aprendizado diário, precisamos sempre de muito empenho e dedicação, paciência, escuta, diálogo e sobretudo muito amor. Aqui em casa a gente aprende a amar verdadeiramente quem você nunca viu na vida e de repente está morando sob o mesmo teto.

Nossa alimentação é muitas vezes orgânica comprada direto dos reprodutores, mantendo assim a rede conectada para saber de fato o que chega na nossa mesa. Intimidade? Só no nosso quarto, individual e seu, a única área da casa que não é compartilhada. Temos quatro banheiros, e por incrível que pareça nunca tivemos problemas com ninguém para tomar banho, tudo se ajeita tranquilamente.

Aqui em casa é assim! Essa nossa experiência é incrível para o nosso filho, pois temos essa rede toda, o tempo inteiro à nossa disposição, que acolhe, ensina e ajuda o Matias a dividir, entender e respeitar o outro e viver melhor em sociedade. Estamos aqui para com certeza compartilhar, porque em casa é assim: uma chuva de compartilhamento!”

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