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Vacinação: O que dizem as correntes que questionam esse programa

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Publicado em 22/06/2015, às 12h00 - Atualizado em 21/10/2021, às 09h15 por Redação Pais&Filhos


No final do ano passado, nos Estados Unidos, houve um surto de sarampo que atingiu mais de 50 pessoas.  O foco da doença eram os parques da Disney, um lugar que fica cheio de crianças nessa época do ano. Mas  como uma doença que foi erradicada desde os anos 2000, nos Estados Unidos, voltou com a força de um surto? A resposta pode ser a queda no índice de vacinação. O número de crianças vacinadas caiu de 95% para 92% no país.

Alguns grupos passaram a desconfiar da vacinação, baseados em questões como as reações adversas que poderiam ser provocadas pelas vacinas. Esses grupos também questionam as doses recomendada pelo governo e a idade em que são ministradas. Essas pessoas procuram por outros tratamentos mais alternativos, como a homeopatia e a medicina antroposófica.

E não foi apenas o sarampo, em 2013 foram registrados mais de 400 casos de caxumba, além de cerca de 180 de sarampo. No caso da coqueluche, que chegou a 24 mil casos na mesma época, existe o reconhecimento da possível falta de eficácia da vacina usada. Alguns países europeus também tiveram aumento no número de casos dessas doenças, como na Grã-Bretanha, onde a taxa de alguns tipos de imunização caiu cerca de 50% nos últimos anos.

(Foto: Freepick)

O motivo dessa recusa? Em 1988, um pesquisador britânico, Andrew Wakefield, publicou um falso estudo afirmando que o autismo estaria ligado à vacina Tríplice Viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. Em 2010 ficou provado a falsificação do estudo. Apesar disso, a teoria se espalhou como um viral e até hoje circula pelas mídias sociais, influenciando milhares de pessoas que buscam por informações.

É importante destacar que, no Brasil, alguns profissionais que questionam o uso da vacina também reconhecem seu valor. “Não sou contra, mas não aprovo a ideia de que essa seja a solução para a saúde ideal”, diz Liliane Azambuja, mãe de Lucas, Marcos e Luiza, pediatra homeopata, que se preocupa com o aumento do número de imunizações recomendadas. Além disso, ela acredita que a hiperestimulação do sistema imunológico seja uma das causas do número de doenças alérgicas e autoimunes. Os médicos alopatas discordam.

Os dois lados da moeda

O presidente da Associação Brasileira de Medicina Antroposófica Regional de São Paulo, Marcos Curi, pai de Marcos, Gabriela, Lucas e Fernanda, afirma que é preciso ter bom senso por parte da medicina alternativa, ainda que haja questionamentos, e seguir o calendário disponibilizado pelo governo. “Atualmente nós colocamos em dúvida algumas vacinas e a idade em que serão ministradas, como é o caso do HPV”, explica.

No Brasil seguimos o Programa Nacional de Imunização (PNI). A realização de campanhas de vacinação teve um bom resultado: muitas doenças já foram controladas e algumas erradicadas, como é o caso da varíola e da poliomielite, cuja queda no número de casos no Brasil representa 99%, desde 1988. Segundo a presidente da Sociedade Brasileira de Imunização, Isabella Ballalani, mãe de Gabriel, Lucas, Phillipe e Nicole, somos um país diferenciado quando se fala em campanhas de imunização. “Nossa cobertura é alta, quase total, 95% do público-alvo das campanhas é vacinado”, explica.

O médico sanitarista Ricardo Ferreira Cunha, pai de Renata e Marina, explica que a vacinação protege a população. “Consideramos todas as vacinas importantes no seu devido tempo. Os benefícios sempre superam os riscos”, diz. As consequências das doenças para quem não é vacinado são consideradas mais graves do que as reações, que são geralmente transitórias, apesar de nenhuma delas ser isenta de riscos, de acordo com o Manual de Normas de Imunização do Ministério da Saúde. Portanto, é papel dos pais sempre questionar e procurar informações quanto às vacinas ministradas.  As reações podem variar de acordo com as particularidades de cada criança.

Os problemas mais comuns que aparecem logo depois da imunização são febre baixa, inchaço, dor ou vermelhidão. Os sintomas, quando se manifestam, devem durar em torno de 72 horas e desaparecem espontaneamente. “As reações adversas severas são raras e se forem tratadas corretamente não representam risco de comprometimento mais sério”, afirma Cunha. De qualquer forma, é preciso atenção. Os alopatas alertam que, apesar de as vacinas estarem entre os produtos médicos mais seguros e testados, também estão sujeitas a apresentar reações, como qualquer outra medicação.

Imunização segura

Qualquer vacina liberada pelo Ministério da Saúde passa por estudos específicos e pelo controle de qualidade que obedece a critérios padronizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ao serem liberadas no Brasil, todas as vacinas são regulamentadas pela Agência Nacional de Segurança Sanitária (Anvisa). Após a liberação para os postos de saúde e clínicas particulares, a responsabilidade da fiscalização ficará com cada município.  Ou seja, todo mundo fica de olho. “O Brasil é um dos poucos países com legislação específica e critérios rígidos de fiscalização”, diz Ballalani.

Tanto nos postos de saúde públicos quanto nas clínicas particulares, a imunização é segura, apesar de haver algumas diferenças nas composições. Se no posto algumas vacinas protegem contra três tipos de doença, as das clínicas poderão proteger contra quatro ou mais.  A indicação da Sociedade Brasileira de Imunização é tomar vacinas disponibilizadas pelo sistema público de saúde por causa da fiscalização mais controlada.

Prevenção para as meninas

Em 2014, o Ministério da Saúde intensificou a campanha de prevenção ao câncer de colo de útero, vacinando as meninas a partir dos 11 anos. A idade estabelecida para iniciar a vacina contra o HPV (vírus do papiloma humano) gerou polêmica e deu espaço para opiniões adversas. De acordo com a presidente da Sociedade Brasileira de Imunização, o ideal era que as meninas passassem a ser imunizadas a partir dos 9 anos de idade, o que deve ser realidade a partir de 2015. “Não estamos estimulando a vida sexual, estamos prevenindo essas crianças de contraírem uma doença grave como essa”, comentou.

O presidente da Associação Brasileira de Medicina Antroposófica Regional de São Paulo diz que um médico antroposófico, apesar de apoiar a carteira de vacinação brasileira, provavelmente não irá vacinar uma menina contra o HPV aos 9 anos, mas não vai impedir os pais. “Acreditamos que é possível negociar períodos e aguardar ao menos que a primeira menstruação ocorra.”

Ao nascer

  • BCG: dose única. Contra tuberculose.
  • Hepatite B: dose ao nascer. Contra hepatite B.

2 meses

  • Pentavalente: primeira dose. Contra meningite e outras infecções causadas pelo Hib.
  • VIP/VOP: primeira dose. Contra poliomielite (paralisia infantil).
  • Pneumocócica 10v: primeira dose.

Contra infecções como pneumonia, otite e sinusite.

  • Rotavírus Humano: primeira dose. Contra o rotavírus.

3 meses

  • Meningocócica C: primeira dose. Contra doença Meningocócita

4 meses

  • Pentavalente: segunda dose
  • VIP/VOP: segunda dose com VIP
  • Pneumocócica 10v: segunda dose
  • Rotavírus humano: segunda dose

5 meses

  • Meningocócica C: segunda dose

6 meses

  • Pentavalente: terceira dose.
  • VIP/VOP: terceira dose com VOP.
  • Pneumocócica 10v: terceira dose.

9 meses

  • Febre amarela: dose inicial pode ser indicada a partir dos 9 meses para moradores ou pessoas que visitam áreas de risco (regiões próximas de lagos e rios).
    O reforço é aplicado em 10 anos. Contra a febre amarela.

12 meses

  • Pneumocócica 10v: reforço.
  • Hepatite A: dose única.
  • Tríplice viral: primeira dose.
  • Contra sarampo, caxumba e rubéola. Reforço deverá ser dado entre os 4 e 6 anos de idade.

15 meses

  • Pentavalente: 1º reforço.
  • VIP/VOP: reforço VOP.
  • Meningocócica C: reforço.
  • Tetra Viral: dose única.
  • Atualização da tríplice viral, prevenindo contra cachumba, catapora, sarampo e rubéola.

4 anos

  • Pentavalente: segundo reforço.
  • VIP/VOP: reforço VOP

10 a 19 anos

  • HPV: três doses.

Vacinas dos viajantes

A imunização de viajantes será indicada conforme o local de destino. Entre as mais comuns estão as vacinas contra febre amarela e malária. Antes de viajar, é necessário consultar as exigências de cada lugar, disponibilizadas pela ANVISA.

Prematuros

A Sociedade Brasileira de Imunização disponibiliza um calendário específico de imunização para os bebês prematuros, que vai depender do tempo de nascimento.

Gestantes (de acordo com o calendário de vacinação da mulher da SBIm).

  • Hepatite B: as doses irão depender da situação da mulher no momento da gravidez.
  • Tríplice Bacteriana (dTpa):  uma dose a partir da 27ª semana de gestação. Contra difteria, tétano e coqueluche.
  • Influenza: dose única. Contra gripe.

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