Gravidez

“Meu bebê nasceu de parto pélvico normal e deu tudo certo”

arquivo pessoal
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Publicado em 15/04/2018, às 08h32 por Redação Pais&Filhos


Primeiro: você já ouviu falar sobre parto pélvico? O doutor Élvio Floresti Jr, diretor do Centro Médico Floresti, pai de Gabriela e Guilherme, explica que o parto pélvico é quando a criança não está na posição mais comum para parto normal – com a cabeça para baixo -, mas está está sentada. Mas será que dá para ter um parto normal nessas condições? “Embora sejam menos de 4% dos casos, os partos pélvicos podem ser normal, sim”, explica.

Mas há algumas ressalvas. A principal delas é que o médico precisa ser experiente e confiante no que está fazendo, porque os riscos existem. É necessário que o obstetra saiba do histórico dessa paciente, tenha confiança e o bebê seja pequeno. “Quando a criança tem entre 2,8kg a 3,3kg é possível fazer um parto pélvico normal, caso contrário os riscos, a cabeça da criança pode ficar presa durante o processo.

Nós recebemos o relato da Paula Staiti sobre o nascimento de seu segundo bebê, a Lila. Diferente da primeira gravidez, ela pode experimentar o parto normal, algo que era de seu desejo, mesmo após uma cesárea. Ao que ela conta, o primeiro trabalho de parto foi frustrante e seus desejos como mãe não foram respeitados. Já no segundo, através de muita informação e auxílio de uma doula, ela pode ter a criança da maneira que planejou mesmo a criança estando na posição “errada” para nascer, sentada. Leia o texto de Paula abaixo:

“Antes de relatar o parto da minha segunda filha Lila, preciso voltar no tempo. Um pouco mais de 5 anos atrás e resumir o parto da minha primeira filha, Siena. A razão disso é que o parto de agora foi resultado do que aconteceu e não aconteceu no meu primeiro parto.

Quando estava grávida da Siena, não tinha noção de como eu deveria me preparar para este processo. Do quanto eu deveria por minha conta, me educar, me cercar de conhecimento sobre o assunto, para que eu fosse capaz de tomar decisões e ter por perto profissionais que apoiassem minhas decisões. Eu não sabia da importância de um plano de parto. Não tinha ideia. Achava que o médico sabia o que era melhor pra mim e pro bebe e que assim tudo correria bem.

Siena ficou a gestação inteira sentada na minha barriga. O médico da época nunca me alertou que quando o bebê está sentado, na maioria das vezes, nasce antes de 40 semanas. Então, quando comecei a ter contrações com 32 semanas, fiquei de repouso e com 36 semanas e meia entrei em trabalho de parto e sem nenhuma cerimônia ele me disse: ‘A bebê está sentada. Vamos te preparar para a cesárea agora. Onde esta seu marido?’ A cesárea foi de emergência, com anestesia geral, e meu marido não pôde ficar no centro cirúrgico.

Eu fui a última a conhecer minha filha, porque acordei horas depois e com muita dor. Não consegui sentar na cama para segurar minha filha e muito menos amamentar. A dor era terrível. ‘Toda cesárea dói assim?’, eu pensava. O corte foi feito na vertical, de cima a baixo no meu abdome. O medico fez uma mini plástica e costurou a minha diastase sem me perguntar.

Como eu sai desse parto? Com uma  lacuna em branco… faltou uma parte da minha história com minha filha: o parto. Eu não estava presente.

Agora sobre a segunda gravidez, foram 3 anos de perdas gestacionais até ela acontecer. Mas, com tudo isso, me fortaleci, me informei e passei por muitos médicos. Cada um com sua própria conduta, o que me fez entender que eu precisava saber o que EU acreditava ser o melhor para mim, qual o tipo de gravidez e parto EU gostaria de ter e a partir disso buscar uma equipe médica.

Então, quando aconteceu de finalmente minha gravidez dar certo, felizmente eu já tinha o médico que eu sabia que me ajudaria a realizar o parto do jeito que eu sempre quis. O médico que apoiaria o meu plano e conversando com ele durante as consultas, descobri um profissional fantástico, que não só me apoiava, mas que é um profissional que realmente acredita em parto natural!

Durante a gravidez, com o consentimento do medico, eu fiz tudo que acreditava que me ajudaria a ter um parto natural, Contratei uma doula, que foi crucial para o pré-natal e também para o parto. E ainda está me ajudando no pós-parto. (Obrigada Keidi, Ginny e Eve). Fiz academia com uma personal trainer Thabata e fiz pilates, yoga, quiropraxia e meditação.

O que eu mais tinha medo nessa gravidez era de que a minha filha estivesse sentada. ‘Por favor, outra cesárea não!’

Na reta final, adivinha o que aconteceu? Ela já estava virada, resolveu sentar.

Com 35 semanas minha doula me chamou para conversar e foi então que descobri sobre a probabilidade de um bebê sentado nascer entre 36 e 38 semanas é muito grande. Me orientou a deixar a mala do hospital pronta. Até então eu tinha achado que tinha alguma coisa errada comigo. Cinco anos de culpa saindo pelos poros naquele momento. Me senti mais leve!

Fiz a mala do hospital.

Na consulta de 37 semanas com o obstetra, Lila estava sentada e o doutor me disse: ‘Podemos tentar fazer a inversão manual do feto. Se der certo, ótimo, se não der certo, tenho total confiança em fazer o seu parto natural pélvico’

Tentamos a inversao, não deu certo.

Volto no médico.

A palavra cesárea nunca foi dita nem naquela e nem em nenhuma consulta.

Naquele momento ali ele me libertou. Eu poderia dar à luz a minha filha do jeito que eu sonhei, tive a certeza de que estaria presente no parto que eu escolhi.

Na próxima semana comecei a sentir muitas contrações, às vezes eram a cada 8 minutos, por mais de uma hora, às vezes desapareciam. Na quarta-feira fui pro shopping com minha mãe dar umas voltas, fiz massagem pré-natal e depois levei a Siena caminhando para o ballet. Na volta minha barriga parecia bem diferente, meu quadril estava me incomodando muito. Eu estava tranquila, sentia que meu corpo estava respondendo e achava que no fim de semana era bem possível que ela nascesse. Neste mesmo dia, 28 de fevereiro, 21 horas, dei boa noite pra Siena e disse: ‘Vamos dormir que amanha já é março! A Lila vai chegar logo!’ Ela responde: ‘A minha irmã vai chegar amanhã!’

Ta ok, filha, acho que não, mas tudo bem, vamos dormir….

23h45 estava deitada na cama não conseguia dormir…

Pow, a bolsa estoura!

A primeira coisa que veio na minha cabeça: a Siena tava certa! risos. Acordei o marido, risos, fui pro banheiro e não parava de sair água, risos… Expliquei que chegou a hora. Liguei pra doula e avisei sobre a bolsa, eu já estava sentindo as primeiras contrações.

Chegamos no hospital um pouco antes de 1 da manhã. Eu estava com 3cm de dilatação.

Keidi foi essencial, o tempo todo do meu lado, me ajudando a manter a respiração, a administrar enfermeiras, marido, me dando sugestões de posições. E o marido, que achava que não queria nem estar na sala por nervoso, foi maravilhoso, me mantinha calma e hidratada!.

Por volta de 3 da manhã eu estava morrendo de dor, hoje damos risada de como eu comecei a falar que não queria mais parto natural, de que eu queria epidural ou eu ia morrer! Foi ai que minha doula me disse que a enfermeira poderia checar quanto de dilatação eu estava antes de tomar qualquer decisão. Eu estava com 10cm, pronta para empurrar! Enfermeira sai correndo pra chamar o médico e o pediatra.

3:45 da manhã a nossa pequena é colocada em meus braços!! Ela chegou de bumbum pro mundo e eu estava ali! Meu marido estava ali! O ambiente daquela sala de parto estava lindo, colorido, o nosso bebe arco-íris, Lila, chegou!

Olho novamente para o médico que estava dizendo para a enfermeira sobre meu períneo e vagina estarem perfeitos, nenhum rasgo, nenhum corte, mesmo sendo parto pélvico. Ele não fez nenhum corte para “ajudar” meu bebê a passar, porque respeitou o meu plano de parto.

Depois de 2 horas no meu peito, fomos eu, papai e Lila para nosso quarto. Uau, era só o que conseguíamos dizer.

Como disse minha amiga Lu, eu pari dores e amores. Esse parto representa muito mais do que o nascimento da minha segunda filha. Esse parto me libertou da minha primeira experiência, me libertou da decepção e da culpa que eu sentia por Siena ter nascido antes. Venci medos e dores, medo de perder mais um bebê, medo da criança estar sentada e ter que fazer outra cesárea, medo de não conseguir ser mãe novamente. Coloquei um ponto final em muita coisa. Eu sai, com certeza mais leve deste parto, renovada. A Lila nasceu, eu renasci”.

(Foto: arquivo pessoal)
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