Publicado em 23/07/2016, às 03h51 - Atualizado em 25/07/2016, às 08h05 por Adriana Cury, Diretora Geral | Mãe de Alice
A gerente de marketing Ana Paula Almeida, mãe de Pedro, de 6 anos, e de Giovanna e Rafael, de 2 anos, passou por uma gravidez de risco com os gêmeos. Ela teve um problema de colo de útero curto, que ocorre quando essa área mede menos de 2,5 cm até a 24ª semana de gestação, o que gera um risco de parto prematuro.
Como era uma gestação gemelar e depois do primeiro filho a Ana Paula teve dois abortos espontâneos, sua médica ficou de estudar uma alternativa para evitar que os bebês nascessem muito antes do tempo, já que com 4 meses de gestação ela ficou sabendo do problema. A opção apresentada foi o pessário, um anel cônico, na forma de um donut, que é feito de silicone. Apesar de nunca ter ouvido falar sobre o método que “fecharia” o seu colo do útero, Ana ficou animada com a possibilidade.
De acordo com a ginecologista e obstetra Graciela Morgado, quando o diagnóstico de colo curto ou trabalho de parto prematuro é feito tardiamente, o pessário é a alternativa no lugar da cerclagem, procedimento cirúrgico que “costura” o colo do útero e é indicado a partir da 12ª semana.
“O uso de pessário no consultório é rotineiro, porém requer uma indicação adequada e controle rigoroso desta gestante durante todo o pré-natal. Já vivenciei muitas histórias com final feliz, principalmente com bebês a termo, isto é, nascido aos 9 meses”, afirma a médica.
O dispositivo é comercializado no Brasil e o médico o encomenda. O procedimento pode ser feito em consultório mesmo, sem anestesia e de forma rápida. A peça é introduzida pela vagina até atingir o colo do útero. “Por circundar todo o colo uterino, ele age fechando o canal cervical, dificultando sua dilatação e encurtamento”, explica a ginecologista.
Após sua colocação é recomendado que a gestante faça repouso e mantenha o uso de progesterona para complementar o tratamento. Segundo Dani Ejzenberg, pai de Davi e Michel, médico ginecologista obstetra do HI Saúde da Mulher, o pessário provocaria uma mudança no eixo do canal cervical, posicionando o peso do corpo do útero para fora do colo uterino, o que diminuiria o risco de parto prematuro.
O obstetra explica que ele também é indicado para pacientes com duas perdas anteriores no segundo trimestre de gestação ou pacientes que já realizaram cirurgias no colo uterino. “Já acompanhei seu uso em conjunto com a progesterona em um número muito pequeno de pacientes até o momento, porém com bons resultados”, explica Dani. Ele conta que o método começou a ser utilizado no final dos anos 1970 na Alemanha.
Ana Paula Almeida fez o procedimento e diz que o pessário não causou dor, apenas um pequeno desconforto nos dois primeiros dias. Após 4 meses de repouso absoluto, os gêmeos nasceram de 33 semanas por meio de uma cesariana e ficaram 10 dias na UTI neonatal, mas não tiveram complicações de saúde. Hoje estão fortes e saudáveis! Ana comenta que o pessário permitiu que os bebês ficassem o máximo de tempo em sua barriga e ganhassem peso.
Estudos
A médica Graciela Morgado diz que uma pesquisa realizada na Espanha com 385 mulheres com colo do útero curto mostrou que apenas 6% das que usaram o pessário tiveram parto prematuro, contra 27% das que não usaram o item.
O especialista Dani Ejzenberg diz que ainda falta um número maior de trabalhos científicos com metodologia sólida para embasar seu uso rotineiro, porém alguns trabalhos trazem resultados animadores.
O médico diz acreditar que o método ainda é pouco conhecido no país porque os profissionais aguardam mais trabalhos que apresentem seus efeitos benéficos antes do uso em larga escala.
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