Publicado em 07/12/2011, às 08h00 por Redação Pais&Filhos
Poucas vezes na vida, uma pessoa terá a chance de dizer que tem amor incondicional por alguém. Em geral, somente pai e mãe podem realmente afirmar que amam dessa forma. Porque o ato de continuar amando, não importa o que aconteça, é uma exceção. Amar apesar das crises familiares, amar apesar das broncas, das decepções, amar não importa os motivos dados para não amar; é tarefa das mais difíceis. E agora, ao refletir sobre esse assunto, após o convite da Pais & Filhos, constato que só conheço duas pessoas capazes de me amar dessa forma: meu pai, Nestor, e minha mãe, Dil, verdadeiros pilares de toda a minha família.
Quando eu era pequena, meu pai me levava à feira de manhã. Com ele, eu comprava a sobremesa das refeições, como mexerica ou melancia. Adorava aquele ritual, principalmente o de comer pastel no final da feira.
Já a minha mãe estava comigo em todos os testes e construímos uma comunicação por códigos que só nós duas entendemos. Ela sempre estava atenta a mim, mas sem ser aquele tipo de mãe pentelha, era parceira. Com ela aprendi a ter disciplina, a decorar os textos, a honrar meus compromissos. Enquanto eu me empenhava de um lado, ela se empenhava pedindo a Deus para iluminar meus caminhos.
Ao mesmo tempo, aprendi a ser mãe, mesmo sem ter tido um filho. Como sou a irmã mais velha, fui a que derrubou barreiras para conseguir certos privilégios. As primeiras dificuldades foram comigo. A Rayssa, minha irmã, me trata como sua segunda mãe. E com o Diego também a coisa funciona de forma parecida.
Agora entendo meus pais. É muito difícil ver que os filhos crescem e vão para o mundo. Vi a mim mesma com comportamento de mãe, pedindo para que a Rayssa, pelo amor de Deus, ligasse pra dizer se estava tudo bem.
Meu pai é um fã incondicional dos filhos e trata a todos de forma igual. Sempre acreditou em mim, mesmo quando eu era uma anônima, o que durou a maior parte de minha vida de 26 anos. Já a minha mãe é nossa fortaleza espiritual, a liga, o elo forte de nossa família.
Eu poderia ter crescido uma pessoa mimada, mas eles sempre fizeram questão de me contar a origem deles. Meu pai trabalhava na roça, lá no Sul, já minha mãe vivia numa casinha humilde em Pernambuco. Eles sempre mostraram a realidade da vida. E com eles aprendi a valorizar cada conquista. Meus pais sempre me ensinaram a SER e que o TER é consequência de nossa batalha diária.
Devo tudo aos meus pais. Tudo o que sou, tudo o que conquistei. É com eles que me emociono e por eles incondicionalmente amo.
Paloma Bernardi, filha de Dil e Nestor
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