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Eu era um pontinho

Imagem Eu era um pontinho

Publicado em 03/05/2012, às 07h00 - Atualizado em 17/10/2022, às 11h24 por Redação Pais&Filhos


Quando você faz ultrassom, vê o bebê e entende mais ou menos o que está acontecendo. Mas a nossa vontade é saber o tempo todo o que está rolando ali dentro da barriga. Vamos te contar tudo, do zigoto ao feto.

Por Nivia de Souza, filha de Tania e Renato

Pensar que tem uma pessoinha crescendo dentro da gente é uma ideia surreal para muitas mulheres, principalmente para as grávidas de primeira viagem. A cada ultrassom, uma descoberta. A mãozinha, o pezinho, o sexo. Tudo que a gente vê pelo monitor é resultado de mudanças que acontecem dia após dia, logo depois da fecundação.

“Nós não temos ideia do que está acontecendo. Enjoamos, vemos a barriga crescer e depois até sentimos chutar e se mexer. Acho que quanto mais informações, menos preocupada fica a mãe”, diz Kecia Katzer, mãe de Lucas e grávida de três meses.

Não é preciso esperar que o médico venha com um relatório completo sobre o desenvolvimento do bebê. Se ficar alguma dúvida, não tenha vergonha de perguntar. “Eu sou curiosa e antes do médico explicar, já pergunto ou pesquiso por aí”, contou Lia Savares, mãe de Henrique e grávida de quatro meses do Miguel.

O nervosismo também faz parte, como conta Fernanda Manoel, mãe de Pietra e grávida de oito meses de Gael. “Eu fico nervosa no morfológico do segundo trimestre. Os médicos olham os mínimos detalhes”.

O tamanho dos bebês é inversamente proporcional à da ansiedade e alegria das mães. A Pais&Filhos ajuda a desvendar tudo que acontece nos nove meses mais “pesados” da sua vida.

O pontinho – de 0 a 12 semanas

“E era o pontinho dentro de outro pontinho mais lindo que eu já vi na vida”, pensou Bic Müller em sua primeira ultrassonografia (confira na seção Ninguém me Contou nessa edição). É o que vamos conseguir visualizar no primeiro exame, que acontece geralmente entre a sexta e a nona semana – um minúsculo ponto cujo coração já está batendo.

Para chegar ali, o embrião passeou por cerca de sete dias pelas trompas. Após a fecundação, o zigoto multiplica-se e é levado para o fundo do útero. Ali ele vai começar a se desenvolver.
Durante as primeiras semanas, a placenta e o cordão umbilical ainda não estão completamente formados. Então, ele é nutrido pelo líquido amniótico. Este líquido contém água, proteínas e sais minerais.

Na 8ª semana, a cabeça do embrião é quase metade de seu comprimento e as narinas estão fechadas por tampões epiteliais, que são tecidos formados por camadas de células. Na 9ª semana, é a vez do queixo e do pescoço começarem a aparecer e da genitália se diferenciar.

O fêmur e os diâmetros da cabeça e da coxa já podem ser medidos na 10ª semana. O embrião pode se mexer, mas as mães ainda não sentem. Os receptores cutâneos de frio e calor já estão formados. As unhas da mão já começam a dar sinais e, com 11 semanas, o embrião já esboça ter a ponta do nariz.

A formação – de 13 a  15 semanas

A partir de agora, nosso pontinho não é mais um embrião e sim um feto. Isso distingue a fase em que os órgãos estão se formando da fase de desenvolvimento destas estruturas.

Entre a 11ª e 14ª semana, é realizado o ultrassom morfológico. Ele dá base para que os médicos avaliem os riscos de doenças genéticas, como a Síndrome de Down. Somente um procedimento mais invasivo, feito com uma agulha e que recolhe amostras do líquido amniótico, é que pode confirmar ou não as suspeitas.

Ao fim do primeiro trimestre, o feto mede cerca de seis centímetros. O diâmetro do coração tem em torno de um centímetro. O estômago é ainda menor e o sistema digestório também inicia seu desenvolvimento. O pequeno fígado já excreta a bile. O mini-pâncreas começa a produzir insulina e a urina é eliminada para o líquido amniótico.

Neste período, a cabeça já está ereta. Os olhos começam a se aproximar um do outro e os ouvidos externos já têm forma. O bebê já tem os brotos dos dentes permanentes e sua pele já apresenta três camadas.

Com 14 semanas, os fetos do sexo masculino estarão desenvolvendo a próstata e, nos femininos, os ovários irão migrar para a pelve. Pelos finos e claros passam a recobrir o corpo fetal, a lanugem.

É menino ou menina? – 16 semanas

Existem duas formas de saber qual o sexo do bebê. A mais tradicional é por meio do ultrassom, na 16ª semana, quando geralmente eles encontram-se sentados. A outra maneira é buscando o material genético do feto no sangue da mãe. A técnica é chamada de sexagem fetal e pode ser realizada entre sete e oito semanas de gravidez. A taxa de acerto é de 99%. Só há indicação médica quando, no histórico familiar, estiverem presentes doenças relacionadas ao sexo, como a hemofilia.

Ficando forte – de 17 a 28 semanas

No início do segundo trimestre, a mãe pode sentir a movimentação do feto no útero. Um feto de 16 semanas já chupa o dedo, pisca os olhos e tem movimentos reflexos como sucção e deglutição. O tecido gorduroso começa a se acumular abaixo da pele. O tórax já esboça movimentos de respiração. Na próxima semana, o feto já vai ter aparência humana e os alvéolos pulmonares começam a se desenvolver. Na 19ª semana, o desenvolvimento dos dentes de leite já terminou e o feto começa a deglutir o líquido amniótico.

No início do quinto mês, o crescimento do feto sofre uma desaceleração. Seu bebê já pode captar estímulos sonoros, gustativos, dolorosos, luminosos e sensitivos. Apesar do sistema musculoesquelético estar pronto desde a 12ª semana, é neste momento que começa o armazenamento de energia por parte dos músculos.  Como consequência, as fibras musculares aumentam de tamanho e o feto ganha peso.Assim como no primeiro trimestre, é preciso realizar o ultrassom morfológico do segundo trimestre, que detecta possíveis má -formações.

Quase lá – de 29 a 40 semanas

Na semana 28, o feto tem cerca de um quilo. Até o fim da gestação, ele provavelmente vai triplicar o seu peso, ou seja, é no último trimestre que ele vai ganhar mais peso. Neste período, o feto faz movimentos com o tronco e os membros, que são facilmente sentidos pelas mães. A esta altura, o sistema nervoso central está suficientemente maduro para o movimento de sugação, que facilitará a amamentação. Os músculos do tórax simulam a respiração, adequando-o para que o recém-nascido respire após o parto. Ele também dorme na barriga da mãe, em períodos de aproximadamente 40 minutos. É comum, no fim da gestação, eles dormirem ao mesmo tempo em que a mãe dorme.

A ingestão de carboidratos e um alto nível de estresse podem causar um aumento da atividade motora do feto. Já quando ela consome bebidas alcoólicas, fuma um cigarro ou mesmo escuta uma música relaxante, a atividade motora pode diminuir.

Desde antes da metade da gestação, o feto pode estar de cabeça para baixo, que é a posição mais comum de nascimento. Entretanto, não quer dizer que ele já esteja encaixado e pronto para nascer. Isso só vai acontecer quando a cabeça do bebê estiver fixa na pelve da mulher, o que ocorre aproximadamente uma semana antes do parto e pode ser verificado pelo exame de toque vaginal. Em gestações gemelares, os bebês podem estar ambos sentados, de ponta cabeça ou cada um numa posição. É raro que um deles apareça atravessado. Para que o parto seja normal, entre outras condições, é preciso que o primeiro esteja de cabeça para baixo.

Consultoria: Daniel Rolnik, filho de José e Faride, é diretor do Ambulatório de Obstetrícia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. José Geraldo Caldeira, pai de Lucila e Talita, é especialista em reprodução humana do Hospital e Maternidade Santa Joana. Jurandir Passos, pai de Natalia, diretor do Serviço de Medicina Fetal do Delboni Auriemo. Rita Sanchez, mãe de Victória, é especialista em Medicina Fetal e coordenadora do Setor de Medicina Fetal do Hospital Israelita Albert Einstein


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