Publicado em 07/03/2012, às 07h00 por Redação Pais&Filhos
Por Mariana Setubal, filha de Cidinha e Paulo / com reportagem de Flavia Werlang, mãe de Luna
Me desculpe pelo texto corrido, mas no momento estou amamentando e digitando no celular”, disse uma mãe ao escrever para a Pais & Filhos contando como foram os primeiros momentos com o bebê em casa. É assim mesmo, nesse período não sobra muito tempo para acessar e-mails. Marília Diniz, a mãe em questão, estava com a filha de 3 semanas em casa.
Os primeiros dias com o bebê são de muita novidade e envolvem um monte de coisas: os hormônios da mãe, o cansaço do parto, a adaptação à nova realidade, as visitas e opiniões vindas de todos os lados e, o mais óbvio, os cuidados com a criança. É uma mudança grande, mesmo.
Para a maioria das mães, as dificuldades acontecem nos primeiros 15 dias. Normal, principalmente com o primeiro filho. Dá medo de não saber fazer a coisa certa, de não saber cuidar. Nesse momento, você está conhecendo seu filho e não sabe exatamente o que ele quer. A habilidade de reconhecer os choros, entender o bebê e conseguir atender suas necessidades vem com o tempo – é como em qualquer relacionamento. E acaba sendo um pouco instintivo também. “Em questão de dois ou três dias eu já estava acostumada. Mães são espécies muito adaptáveis”, brinca a jornalista Mariana Whitehead, mãe de Ana Luísa.
Fazer cursos antes do parto ajuda bastante. Você vai "aprender" a dar banho usando uma boneca, o que é bem diferente da vida real, mas já vai saber os conceitos básicos quando chegar a hora. Grande parte das mães acaba se preocupando só com o parto, e não com o pós-parto. Estar preparada para as mudanças que vão acontecer nos primeiros dias ajuda muito na adaptação. “Depois que a criança nasce, a gente fica doida e sobram palpiteiros, e se você já não tiver uma ideia do que vai fazer, acaba ficando sem rumo. Ter algum conhecimento, ainda que meramente teórico, ajuda muito a diminuir e controlar a insegurança e o medo”, acredita a advogada Letícia Penteado, mãe de Helena.
Ajuda
Outra coisa fundamental é a ajuda, seja da avó, do pai ou de uma babá. Os mais experientes podem dar dicas práticas de cuidados com o bebê ou só dividir tarefas mesmo, para que você tenha tempo de fazer as suas coisas e não fique só em função da criança. Claro que é super importante a mãe liderar os cuidados, até para poder conhecer o próprio filho, mas uma ajuda para poder descansar, tomar um banho sossegada ou sair um pouco de casa, é muito bem-vinda. Caso você acabe ficando alguns dias sem lavar o cabelo ou algumas semanas sem fazer depilação, saiba também que fazem parte. Tudo passa.
A ajuda é boa, sem dúvida, mas muitas mães têm dificuldade em aceitá-la. “Meu pai cuidava da logística da casa e carregava a gente pra lá e pra cá (nas consultas, nas vacinas). Eu, que me orgulho da minha independência, me vi totalmente dependente deles, e isso não me fez bem”, conta Alessandra Paccini, mãe de Gabriel. Saber da importância de aceitar ajuda e se preparar para a nova “dependência” antes do parto facilita bastante. “É importante que ela saiba que essa dependência absoluta passa. É um momento, um período de vida inicial do bebê”, explica a psicóloga especialista em gestantes, mães e bebês, Cynthia Boscovich, mãe de Bruno e Giovanna. Aos poucos, a mãe se acostuma e logo a própria criança não vai mais ser tão dependente.
Alguns pais optam por tirar férias após o parto, o que é maravilhoso. “Tive auxílio do meu marido no primeiro mês e minha mãe sempre trazia comida quentinha”, conta Mariana. Ele ajudava no banho, na troca de fraldas e em todos os cuidados com a filha. As outras pessoas, menos próximas, podem acabar atrapalhando. Se a mãe está enfrentando dificuldades nos primeiros dias, o melhor é não receber visitas ou ter a liberdade de dispensá-las quando bate o cansaço. “É muito importante a mãe usar os primeiros dias para conhecer o bebê e também para que ela e o marido se encaixem no novo papel de família. Às vezes, as visitas atrapalham isso. Fazem com que os pais tenham que dar atenção a elas em vez de dar atenção ao bebê”, acredita a jornalista.
Amamentação
Outra dificuldade que costuma aparecer nesses primeiros dias é a amamentação. Algumas pessoas amam dar de mamar e conseguem de cara. Para outras, o leite não desce tão rápido ou empedra. Existem também os problemas com o mamilo, como as rachaduras. Tudo isso pode ser resolvido ou prevenido. Ter umas aulinhas com uma enfermeira, para aprender a “pega” certa, ajuda bastante. Muitas maternidades oferecem o apoio à amamentação após a alta, o que significa que a mãe pode voltar ao hospital para tirar suas dúvidas ou até receber a visita de uma enfermeira em sua casa. Antes do parto, existem algumas técnicas para preparar o seio, como tomar sol e esfregar uma bucha vegetal, tudo com orientação do obstetra. “Meus peitos nunca racharam, mas ficaram doloridos nos primeiros dias, o que é absolutamente normal. Depois, a amamentação virou um dos momentos mais prazerosos do meu dia”, conta a Arquiteta de Informação Carla Martins, mãe de Arthur.
Noite de sono
A falta de sono é um dos principais motivos de cansaço dos pais. Alguns bebês dormem a noite toda desde o começo, mas a maioria acorda de madrugada para mamar. Existem algumas dicas para fazer a criança dormir bem, e a principal delas é estabelecer uma rotina, para que ele sempre saiba o que vai acontecer. “Realizar a mesma atividade diariamente, como tomar um banho, fazer uma massagem, ouvir uma música, são sugestões mais tranquilas e relaxantes para esse ritual”, explica a psicóloga Cynthia. Na hora de colocar no berço, procure não fazer brincadeiras agitadas e se certifique de que as condições estão adequadas para o bebê dormir, como temperatura certa, fralda limpa e sem fome. A massagem induz ao sono, além de ajudar nas cólicas. “Nem sempre deixar o bebê chorando no berço pode ser uma boa saída que o ajude a dormir a noite toda. O que ele precisa nesta fase é sentir-se seguro”, completa Cynthia. Por volta dos 6 meses, o bebê já vai conseguir dormir a noite inteira.
O principal é manter a calma e passar isso para o seu filho. Se ele sentir a sua tranquilidade, também vai ficar calminho e você vai poder dormir cada vez mais e melhor.
Mãe perfeita
Um dos grandes problemas das mães é aceitar sua imperfeição. Existe uma pressão grande quando nasce um filho e a gente sente a obrigação de fazer tudo de forma impecável. Quanto mais a mãe agir com naturalidade, de acordo com o próprio instinto, e quanto mais estiver envolvida nos cuidados com o bebê, mais ele vai se sentir seguro. “As falhas também são indispensáveis ao desenvolvimento da criança, e precisam ser integradas, para que possa amadurecer de forma saudável e equilibrada”, afirma Cynthia.
Agir sem vontade ou fazer alguma coisa por obrigação, como amamentar, por exemplo, pode acabar sendo prejudicial para o bebê, pois ele sente as emoções da mãe como uma esponja. “Geralmente quando ela chorava, eu parava para pensar e o problema estava em mim. Quando eu descubro minha aflição, reflito sobre ela e o choro para quase que instantaneamente”, diz Mariana.
Para muitas mulheres, chegar em casa com o bebê é o melhor momento. “Sair com o bebê da maternidade foi o momento mais emocionante. Foi ali que eu realmente me dei conta que a Luisa era minha. Uma felicidade profunda tomou conta de mim. Levei no bom-humor as dificuldades e calma para transpor tudo isso”, conta a blogueira Roberta Lippi, mãe de Luisa e Rafaela.
Para Carla Martins, os primeiros dias foram, na verdade, os mais fáceis, porque o bebê só mamava e dormia. A comerciante Carol Mafra, mãe de Lucas, disse que se viu sozinha com o bebê pela primeira vez na maternidade, quando a mãe teve de sair e o marido ainda não tinha chegado. O que sentiu? “Eu senti e sinto uma alegria enorme, planejei muito meu filho e ele é muito mais do que poderia imaginar”.
A maternidade é isso aí. Dificuldades existem, mas isso não é sinônimo de infelicidade, pelo contrário. Você vai dar conta? Claro que vai, todo mundo dá. E quando estiver difícil, diga para si mesma: vai passar. Porque vai mesmo, mais rápido do que você imagina.
Baby Blues
Até 80% das mães sentem a “Tristeza Materna”, também chamada de Baby Blues. Os sintomas, parecidos com os da depressão, como choro fácil, irritabilidade e humor deprimido, podem aparecer alguns dias após o parto e regridem em média em 15 dias. Em geral, acontece por causa da queda drástica de hormônios na mãe depois do parto e pelas dificuldades em lidar com o recém-nascido e a nova realidade.
Amamentar
1. Procure descobrir qual a melhor posição para amamentar. É importante a mãe estar tranquila e segurar o bebê com firmeza, isso proporciona segurança à criança e facilita a "pega" nas mamadas. Segure o seio posicionando a mão em forma de “C”. Após o bebê começar a mamar deixe o seio livre. O corpo do bebê deve ficar de frente para o corpo da mãe, que deve aguardá-lo buscar o seio espontaneamente. O envolvimento da mãe com o bebê é fundamental. A criança deve colocar na boca o máximo de aréola possível.
2. O uso da bomba para retirar o leite materno pode ajudar na amamentação.
3. Tome banho quente. Ajuda a aumentar o fluxo de leite e a ordenha manual melhora.
4. Deixe os seios livres ou use a concha de silicone. Ela forma o bico e impede as feridas.
5. Passe o próprio leite materno antes e depois de amamentar ao redor dos mamilos, isso ajuda nas rachaduras e a prevenir infecções.
6. Use pomadas cicatrizantes à base de lanolina, em pequena quantidade.
Dar banho
Antes de começar, é preciso ter ao alcance uma bacia com água em temperatura adequada, uma fralda úmida
e sabonete suave/neutro. Apoie o bebê em uma das mãos segurando sua coluna e nuca. Use a outra mão para lavar.
Limpar o umbigo
O curativo do umbigo deve ser feito todos os dias após o banho, até que o cordão umbilical seque e caia – geralmente por volta de 12 dias. Aplique álcool a 70% e espere secar. Não se precisa faixa, umbigueira, moeda, ou qualquer objeto sobre o umbigo.
Trocar a fralda
1. Levante as pernas do bebê e dobre a fralda suja debaixo dele.
2. Limpe a parte da frente do bebê com um lenço umedecido. Nas meninas, limpe sempre da frente para trás.
3. Levante novamente as pernas do bebê e limpe bem o seu bumbum.
4. Tire a fralda suja debaixo e coloque a limpa. 5. Passe um creme antiassaduras.
6. Feche a fralda com as fitas adesivas, deixando-a justa, mas não apertada.
Lidar com cólicas
A chamada cólica infantil acontece, geralmente, após a segunda semana. As massagens devem ser feitas no sentido horário, da direita para a esquerda,acompanhando o intestino grosso. Outra dica: dobre as pernas do bebê sobre o abdome, e faça movimentos como se ele estivesse pedalando.
Consultoria: Cynthia Boscovich, mãe de Bruno e Giovanna, é psicóloga clínica, psicanalista, especialista em grávidas, mães e bebês. Tel.: (11) 5549-1021, cuidadomaterno.com.br
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