Publicado em 02/08/2016, às 09h06 - Atualizado em 13/12/2022, às 08h21 por Redação Pais&Filhos
Pesquisa que mapeou escolas brasileiras e estrangeiras mostra que o ensino integral no ensino médio ajuda a superar as desigualdades em questões como inclusão social, autonomia, raça, gênero e sexualidade. O estudo foi divulgado hoje (2), em São Paulo, durante o Seminário Internacional Educação Integral e Ensino Médio: Desafios e Perspectivas na Garantia da Equidade, promovido pelo Centro de Referências em Educação Integral, Instituto Unibanco e Cidade Escola Aprendiz.
Vinte e nove escolas foram selecionadas, 12 delas estrangeiras, que se destacaram pela qualidade na educação ao vencer prêmios ou por indicação de secretarias municipais e estaduais de educação. Os pesquisadores escolheram instituições de países como Estados Unidos, Afeganistão, Peru e Argentina.
Segundo Julia Dietrich, gestora do Programa Centro de Referências em Educação Integral, “esses países têm uma trajetória semelhante à nossa, com necessidade de reafirmar a integralidade da educação, mas que ainda não conseguiram fechar a equação do desenvolvimento integral”.
Julia afirmou ainda que o ensino integral não significa apenas a ampliação do tempo do aluno dentro do ambiente escolar, mas tem a ver com o desenvolvimento do indivíduo em suas múltiplas dimensões, física, intelectual, emocional e social.
“Todo projeto político-pedagógico de escolas no Brasil quer formar cidadãos críticos, conscientes do seu papel no mundo, capazes de transformar as suas realidades. O que a escola faz, na verdade, é inviabilizar esse processo. Cria cidadãos apáticos, fechados, com uma prioridade conteudista e não com uma abordagem do tipo: para que serve determinado conteúdo? O que a gente quer com isso?”.
Ângela Meirelles de Oliveira, doutora em história e pesquisadora da USP, que também atuou na pesquisa, disse que o ensino vem sendo relacionado erroneamente à instrução no Brasil. “A gente tem que reforçar que a educação precisa lidar com o sujeito como um todo.
A partir das conclusões do estudo, foram elaboradas 92 recomendações para as escolas interessadas em introduzir o ensino integral. Além de derrubar preconceitos, os pesquisadores recomendam o fortalecimento da autonomia do estudante, a possibilidade de intervir no seu próprio currículo escolar, nas decisões da escola e a promoção da diversidade.
*(Com informações da Agência Brasil)
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