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Eles deram a volta ao mundo num veleiro! Conheça os Schurmann

Imagem Eles deram a volta ao mundo num veleiro! Conheça os Schurmann

Publicado em 08/08/2016, às 15h23 - Atualizado em 28/10/2021, às 13h45 por Redação Pais&Filhos


Vilfredo Schurmann, 67 anos, pai de Pierre, 47 anos, David, 42 anos, e Wilhelm, 39 anos, avô de Emmanuel, 25 anos, Sebastian, 21 anos, Kian, 7 anos, Chloe e Guilherme, 3 anos. Vilfredo é economista, foi consultor financeiro e, aos 35 anos de idade, trocou uma carreira bem-sucedida e a vida em terra firme pelo prazer de desfrutar momentos de aventura junto com a família, navegando pelo mundo em um veleiro.

A família Schurmann foi a primeira a dar a volta ao mundo a bordo de um veleiro. Você consegue imaginar colocar os filhos e um barco e partir pelos mares a fim de conhecerem tudo o que for possível? Pois é, essa historia nos encantou e, sendo assim, conversamos com o Vilfredo para contar também para você.

Pais&Filhos: De onde surgiu essa vontade de dar a volta ao mundo com a família em um veleiro?

Vilfredo Schurmann: Nos anos 70, Heloísa e eu íamos passar o Natal em Nova York com minha sogra. Ela que tinha um amigo e ex- sócio, que havia se estabelecido na ilha de St. Thomas, no Caribe. Ela nos perguntou se queríamos, antes de irmos a NY, conhecer essa pequena ilha. De imediato, alteramos o roteiro e a passagem na hora. Essa viagem era só para a gente e, para isso, além de nos dar a dica do passeio, sugeriu de minha cunhada Eliane ficar cuidando dos nossos filhos Pierre e David.

Partimos para o Caribe e, lá, fizemos um passeio de veleiro. O que deveria ser um simples passeio teve um impacto inimaginável nas nossas vidas. Foi uma sensação tão incrível que, ali mesmo, naquele mar e cenário paradisíaco do Caribe, fizemos um pacto, uma promessa: a gente ia retornar àquele lugar, mas com toda a família e em nosso próprio veleiro.

E essa é uma história muito familiar: sugestão da sogra, viagem com a esposa e data de partida definida de acordo com o aniversário do filho. Isso mesmo. Fizemos a promessa assumindo de antemão o compromisso de realizar aquele nosso desejo quando David completasse 10 anos. Dessa forma, tivemos dez anos para nos preparar, planejar a viagem e etc. Até ampliar a tripulação foi possível com a chegada do nosso terceiro filho Wilhelm.

Foram dez anos intensos de preparação. E o mais importante: com a participação de todos, inclusive dos meninos. Pierre, David e Wilhelm participaram daquele processo todo e, naturalmente, assumiram para eles aquela viagem, que seria a realização de um sonho. Deu tudo tão certo que, quando alcançamos a meta de chegar ao Caribe com o nosso veleiro, ampliamos nosso sonho: aquela viagem seria mais longa e com muitos outros destinos. E foi assim que vivemos por dez anos em um veleiro e demos a volta ao mundo a bordo desse tipo de embarcação, um fato histórico entre os brasileiros.

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P&F: A convivência no barco sempre foi tranquila?

Vilfredo: Digamos que, no mar, temos nossas tempestades e maremotos (risos). É natural. Mas elas são curtas e breves. E se encerram ali, naquele momento. Então, vem a calmaria e os longos períodos de trabalho em equipe, convivência harmônica e feliz. Quando digo longos períodos são longos mesmo. Se a gente não tivesse uma ótima convivência a bordo e jogo de cintura, não teríamos dado continuidade a este estilo de vida. Já são mais de 30 anos de convivência em um espaço reduzido como o de um veleiro, atravessando mares e oceanos do planeta, como estamos fazendo novamente com essa Expedição Oriente. Em muitos momentos, somos apenas nós, o mar e as estrelas. Nada mais ao redor.

P&F: Quais as maiores dificuldades estruturais que vocês tiveram?

Vilfredo: Em termos estruturais, desde o início, planejamos com muito cuidado todos os detalhes antes de zarpar. Sabemos que precisamos otimizar os espaços e levar a bordo exatamente o essencial. Mas a variedade de itens essenciais é ampla: roupas leves, mais pesadas para frios intensos, alimentos não perecíveis, água, kits de primeiros socorros, remédios etc. Mesmo assim, é claro, existem momentos que precisamos recorrer a outras estruturas, como acontece na cidade também. Na nossa segunda expedição, viajamos com nossa filha caçula Kat. A pequena aproveitou muito. Era uma linda marinheira, uma excelente companheira de viagem, curiosa e atenta às novidades. Mas também tinha um quadro de saúde delicado que, às vezes, demandava de tratamentos e estruturas especiais. Por mais completo que fosse o veleiro, ele nunca substituiria os recursos disponíveis em um hospital.

P&F: Você se enxerga como um modelo e exemplo para seus filhos e netos?

Vilfredo: Pode parecer pretensioso, mas com toda a humildade possível, acho que sou sim um modelo e um exemplo para os meus filhos. Veja bem, criamos os meninos oferecendo um mundo livre, sem fronteiras, nem rotinas urbanas. E acho que essa liberdade toda acabou nos aproximando ainda mais. Dávamos responsabilidades, como ficar de vigília durante o dia quando descansávamos da vigília que reversávamos à noite. Eles sempre tiveram liberdade para explanar suas dúvidas e eu escutava o que eles tinham a dizer. Isso me tornou mais que um pai, mas um amigo.  Quando a gente planejava a segunda volta ao mundo, convidamos o David para participar. Ele topou e, desde então, continua ao nosso lado em todos os projetos. Quando soube da Expedição Oriente, o Wilhelm logo manifestou sua vontade de participar de todas as etapas desse projeto. Ele participou efetivamente da construção do nosso novo veleiro, batizado de Kat em homenagem à nossa filha, e, desde 21 de setembro de 2014, vem cruzando mares e oceanos conosco. Aí a gente pensa “faz sentido, os meninos foram criados a bordo, é natural para eles”, certo? Não. Não é tão simples assim. Seus netos também querem te acompanhar. Emmanuel, nosso neto mais velho, filho de Pierre, é um dos tripulantes da Expedição Oriente. Durante dois meses, o irmão Sebastian, que vive nos Estados Unidos, passou as férias a bordo. Se não tivesse estudando, acho que ele ficava até o fim da expedição. E o Kian, de apenas 7 anos, filho do David, também tem esse espírito aventureiro. Há poucas semanas, ele esteve novamente com a gente. Se eles estão tão próximos e presentes, isso deve ser um sinal de admiração, certo?

P&F: Qual o maior legado que você pode deixar à sua família?

Vilfredo: Acho que é a crença de que sonhos podem virar realidade. Mas sem romantismo ou mágica. Precisa acreditar, planejar, lutar, ter persistência e não desistir, fazer acontecer. Aí sim o sonho vira realidade. Isso é algo que eles acompanham desde muito pequenos. Como contei, nos preparamos por dez anos para zarparmos pela primeira vez e realizarmos nossa volta ao mundo, por exemplo. E vejo que eles agem exatamente assim. Wilhelm é um dos maiores nomes do windsurf nacional e mundial, com medalhas em diferentes categorias. As vitórias dele são resultado de muita disciplina, treino e persistência. Pierre é um empreendedor reconhecido e muito bem-sucedido, que investe em projetos certeiros. David é outro sonhador que planeja e faz acontecer. Durante seis anos batalhou por outro projeto muito especial, o filme “Pequeno Segredo”, estrelado por Julia Lemmertz, Marcello Antony e Maria Flor, além de outros talentos nacionais e internacionais. O resultado está impecável e poderá ser conferido nos cinemas do país a partir de 10 de novembro. Isso me deixa muito orgulhoso. É emocionante ver que todos eles, inclusive nossos netos, sabem que adversidades acontecem, negativas surgem pelo caminho, mas não pode perder o foco, nem se deixar abater. Se você acredita no seu sonho e sabe como realizá-lo, então, persista que vai dar certo!

P&f: Para a Pais&Filhos, família é tudo. E para você?

Vilfredo: Como não concordar com vocês?! Impossível! Para mim, família é tudo! É a minha vida. Minha família é minha equipe de trabalho, minha tripulação, minha melhor companheira de viagem, minha maior incentivadora e parceira nos projetos mais incríveis, minha equipe em esportes e aventuras radicais, meus motivos de preocupação, de orgulho, de alegria. A gente é tão família que praticamente deixa de ser Vilfredo ou Heloísa, por exemplo, para sermos simplesmente FAMÍLIA Schurmann.


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