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Nada de leite

Imagem Nada de leite

Publicado em 17/12/2013, às 17h54 - Atualizado em 26/05/2021, às 09h28 por Redação Pais&Filhos


“Parei o anticoncepcional em setembro de 2005, depois de alguns anos tomando ininterruptamente. Em outubro já estava grávida. Apesar dos exames, eu ainda duvidava, pois foi tão rápido e nada estava diferente: não tinha enjoo, o corpo não mudava… Mas era fato. No quinto mês finalmente comecei a sentir as mudanças. Foi uma gravidez muito tranquila, trabalhei até dois dias antes do parto.

Em julho de 2006 eis que meu presente de Deus veio ao mundo: um bebê alegre, tranquilo. Victor mamava superbem, mas sempre apresentava coceiras na pele. Eu mudava os cosméticos de banho, mas nada adiantava. Quando estava com 5 meses, comecei a me preparar para voltar ao trabalho, então iniciei a mamadeira. Na primeira vez, ele apresentou inchaço nos olhos, nas orelhas, nos lábios e muita irritação. Liguei para o pediatra e ele sugeriu que eu comprasse um antialérgico e oferecesse a mamadeira pela segunda vez. Se houvesse reação, podia ministrar o medicamento. Aconteceu de novo, só que desta vez foi inchaço abdominal e muito choro. Dei o remédio e corri pro médico. O diagnóstico foi rápido: intolerância à lactose, o que um pouco mais tarde foi corrigido para alergia ao leite de vaca.

O leite foi substituído por fórmulas à base de soja. Ele se adaptou bem, e a vida seguiu com essa restrição.

Vieram as papinhas e, aos 8 meses, era hora de oferecer o ovo. Vômito imediato, alerta geral, e então o diagnóstico de intolerância ao ovo. Mais uma restrição e muita aflição. A cada convite pra festinhas eu tinha que preparar opções pra ele comer; mas isso nunca foi motivo para nos isolarmos. Os amigos, sempre solidários, se preocupavam em adaptar a festa, mas eu tranquilizava o anfritrião dizendo que levaria as opções dele.

Desde cedo optamos por apresentar ao Victor uma mesa mista. Comíamos na frente dele alimentos proibidos para sua dieta, porque acreditávamos que era isso que ele enfrentaria na vida. Criar um universo sem lactose não o ajudaria: era caso de risco de morte. Acho que fizemos a escolha certa, porque a alergia dura até hoje. Ele já tem 7 anos e enfrenta com maturidade os momentos em que a comida é foco. Claro que tivemos momentos complicados.

Em abril de 2011, enfrentamos o primeiro incidente grave. Num restaurante que já frequentávamos havia muito tempo, foi servido um suco com leite condensado. Isso gerou um choque anafilático, o que resultou numa corrida ao pronto socorro mais próximo. Foram os 20 minutos mais longos da minha vida. Ele chegou em estado muito grave. Adrenalina e UTI por 24 horas, mas sem sequelas, graças a Deus.

Em 2011 ganhamos mais um presente divino, Heloisa, que não tem nenhuma restrição alimentar. Desde cedo, ela aprendeu a lavar as mãos sempre que comer queijo e outros derivados do leite antes de chegar perto do Victor.

Em junho de 2012, uma esperança: no Hospital das Clínicas, em São Paulo, os médicos fazem um trabalho com alérgicos alimentares, tendo sucesso em muitos casos. Fiz a inscrição para o Victor e, depois de um ano e três meses de espera, ele foi chamado para participar dos grupos. A pedido da médica, fizemos uma endoscopia e aí surgiu um novo obstáculo. O Victor tem esofagite eosinofílica, uma inflamação do esôfago causada por alergênicos, inclusive pelo leite. Estamos tratando o problema com medicação e aguardando para fazer novos exames para começar o tratamento de dissensibilização. Eu estou muito ansiosa, mas aprendi (só que não!) a me preparar para o caso do tratamento não ser possível. Qual meu maior desejo? Que ele possa se curar.Qual meu maior sonho? Que ele seja feliz.”


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