Publicado em 18/08/2016, às 08h24 - Atualizado às 09h22 por Redação Pais&Filhos
Cerca de 98% das mulheres que tentaram engravidar e tiveram abortos espontâneos apresentaram algum tipo de problema imunológico. Número alto, não? O médico e diretor fundador do RDO Diagnósticos, Ricardo de Oliveira, destaca cinco causas que podem impedir a gravidez.
“As mulheres que tentam engravidar durante meses sem sucesso não devem se desesperar. Em muitos casos os problemas podem ser diagnosticados com exames simples e de forma convencional, sem ter que recorrer a tratamentos mais complexos que exigem alto investimento. Há sempre uma causa para infertilidade, que pode ser investigada e tratada com mais de 90% de êxito”, afirma ele.
Com base em um levantamento de 11 mil pacientes atendidas ao longo de 10 anos, Oliveira aponta abaixo os problemas imunológicos mais frequentes.
Tiroidite
É uma doença autoimune que atinge 20% das mulheres e leva ao hipotireoidismo. A produção de anticorpos aumenta, o que impede a implantação do embrião no útero. Também pode causar inflamação na placenta, que provoca o aborto.
A doença pode ser detectada por um exame de sangue. O tratamento é feito por uso de corticoesteroides que não atravessam a placenta.
Endometrite Crônica
É uma inflamação do tecido que reveste o endométrio, a parede interna do útero. Ela ocorre em 80% das mulheres que apresentam infertilidade sem causa aparente, e em 30% das que tiveram aborto precoce. É causada por uma alteração imunológica ou infecciosa. Isso impede a implantação do embrião.
O exame para o diagnóstico é a histeroscopia e, após tratamento com cirurgia, antibióticos e anti-inflamatórios, a paciente volta a ser fértil.
Trombofilias
Provoca alterações na coagulação sanguínea e imunológica, desenvolvendo anticorpos que atacam a placenta, impedindo a implantação do embrião e provocando o aborto. A incidência nas mulheres varia de 20% a 60%.
Por meio de exame de sangue essas alterações podem ser diagnosticadas. O tratamento é feito com uso de Enoxaparina sódica.
Aloimunidade
Ocorre quando o casal tem semelhanças genéticas, o corpo da mulher não reconhece a gravidez e interpreta o embrião como um corpo estranho. Isso ocorre em 61% das mulheres que sofrem abortos precoces.
O exame é feito com provas cruzadas por citometria de fluxo, medindo os anticorpos contra linfócitos paternos no sangue da mãe.
Uma vacina produzida com linfócitos do sangue do pai é o tratamento. Desta forma, o organismo da mulher é estimulado a produzir anticorpos que identificam as proteínas paternas no embrião sem mais rejeitá-lo.
Fator antinuclear
Ocorre quando os anticorpos do próprio organismo da mulher impedem o avanço da gestação. Eles atacam o embrião causando intenso processo inflamatório, placentário ou fetal. Isso ocorre em 50% das mulheres.
O exame é feito por dosagem de fator anti-núcleo e o tratamento por prednisona, que trata a inflamação, não atravessa a placenta e permite uma gestação normal.
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