Engravidar

Engravidar após os 45, é possível?

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Publicado em 04/06/2013, às 19h26 - Atualizado em 02/04/2021, às 09h45 por Redação Pais&Filhos


Assim que você digita “tenho 45 anos” o Google completa na hora… “e ainda posso engravidar?” Com o ingresso das mulheres no mercado de trabalho, a extensão da formação acadêmica (mestrado, pós-doutorado, MBA), os casamentos mais tardios, os filhos vão sendo adiados como se tivéssemos todo o tempo do mundo. Com o advento dos tratamentos de reprodução assistida, ficou a impressão que engravidar é só uma questão e querer. A má notícia é: infelizmente, não é bem assim.

Normalmente os médicos aguardam um ano de tentativas naturais antes de propor exames mais detalhados ou que o casal recorra à reprodução assistida. No caso de mulheres acima dos 35, o prazo é mais curto: 6 meses. Acima dos 40, as mulheres podem ter a fertilidade checada já de cara. Se, aos 40, um terço dos casais tem dificuldade de engravidar, depois de 40, dois terços das mulheres têm problemas de fertilidade.

Engravidar naturalmente ou mesmo por meio de técnicas de reprodução assistida com o próprio material genético é exceção: as chances de engravidar naturalmente nesta faixa etária são muito baixas. Menos de 1% das mulheres que fizeram tratamentos de alta complexidade (fertilização in vitro), conseguem ter uma gestação usando o seu próprio óvulo (material genético). “Quase todas as mulheres nesta faixa etária precisam de ovodoação”, diz o Dr. André Chammas Sotelo, pai de Paola. Ou seja, talvez o espermatozóide seja do seu marido, mas o óvulo será de outra mulher.

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A idade média em que as brasileiras entram na menopausa fica entre 50 e 52 anos, sinalizando, em tese, o fim da vida reprodutiva. Mas, como você já percebeu, as chances de ter um filho se reduzem drasticamente bem antes.

A jornalista Celia Almudena é dessas exceções que confirmam a regra. Há 7 anos, com dois filhos quase adolescentes, com a menstruação irregular que já prenunciava a menopausa, engravidou novamente. “Particularmente, não tomei nenhum cuidado especial. Quem estava mais preocupado era meu obstetra. Pedia ultrassons praticamente todos os meses. Minha ficha de que eu estava tendo um filho numa idade fora do padrão só caiu mesmo quando ele pediu a amniocentese”, conta.

Segundo o Dr. André, ainda não existe nenhuma técnica que retarde a menopausa, pois o envelhecimento ovariano não pode ser bloqueado. A mulher já nasce com um número determinado de óvulos nos ovários. E, ao longo da vida, este número cai gradativamente, não existindo uma forma de parar a diminuição de óvulos mês a mês.

Mesmo se você utiliza anticoncepcionais, apesar de não ovular, seus óvulos sofrem uma degradação natural programada geneticamente. A única forma de manter por um tempo mais prolongado a fertilidade é por meio do procedimento de congelamento de óvulos, quando estes são retirados em uma idade precoce. Mas, para isso, você já teria de saber por volta dos 30 que não teria engravidado até bem mais tarde.

Mais riscos

A idade em que o risco de problemas dá um salto vem bem antes dos 45, mais exatamente, dez anos antes. “A partir dos 35 anos, a cada ano que passa, o risco aumenta de forma muito mais rápida e acentuada, tanto para as alterações fetais (cromossômicas e genéticas) que se devem ao envelhecimento do óvulo, podendo levar a não evolução do embrião e ao abortamento, quanto o risco de alterações maternas, como diabete, hipertensão ou miomas”, explica.  E não importa se essa é a sua primeira, segunda, terceira ou quarta gestação. Os riscos são altos seja a primeira ou qualquer outra gravidez. O que pesa é mesmo a idade.

E, apesar das doenças ligadas à gravidez causarem grande preocupação, com a idade mais avançada significando maior risco de diabetes gestacional, eclâmpsia e parto prematuro, o principal fator a ser levado em conta é mesmo o envelhecimento genético do óvulo. “A possibilidade de a gestação ser interrompida precocemente por um aborto ou evoluir de forma que uma síndrome genética esteja presente acaba sendo o problema mais frequente”, diz o médico.

Quando a mãe tem 44 anos, o risco de um bebê ter síndrome de Down é de quase 1 para 38. Aos 46, 1 para 23. Sendo que essa proporção é de apenas 1 para 952 aos 30 anos. Para quem recorre à fertilização in vitro, existe a possibilidade de fazer uma avaliação embrionária antes da implantação do embrião, excluindo o risco da Síndrome de Down e algumas doenças genéticas. Mas esta técnica não exclui a possibilidade de outras síndromes estarem presentes.

Para saber mais: Concepção e Gravidez depois dos 35 anos, de Dra. Laura Goetzl e Regina Harford. Como diz o subtítulo, o livro traz informações detalhadas do planejamento da gestação ao nascimento do bebê para mulheres que decidem engravidar mais tarde. Ed. Publifolha (www.publifolha.com.br), R$ 14,90.

Consultoria: Dr. André Bonafé Sotelo, médico Ginecologista Obstetra,  www.clinicasotelo.com.br.


Palavras-chave
Saúde e Fertilidade

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