Publicado em 23/01/2018, às 12h21 por Redação Pais&Filhos
Você se lembra daquela aula de biologia? Existe uma corrida, onde muitos (muitos!) espermatozoides lutam para ser o grande vencedor, mas vários nem saem da linha de partida por terem alguma deformidade, defeito ou falta de energia para terminar a corrida, entre outros fatores. Mas existem os mais fortes e rápidos que seguem na disputa até que o Michael Phelps deles chegue no ovo. Ou isso era o que os cientistas pensavam.
Uma pesquisa realizada por um cientista da Pacific Northwest Research Institute, Joe Nadeau, mostrou que esse processo não acontece de forma aleatório como pensávamos. Ou seja, o óvulo que escolhe o espermatozoide para fecundá-lo.
O estudo
Para chegar nesta hipótese, dois grupos de camundongos foram usados: um grupo contaminado com o gene do câncer de testículo (um dos tipos de câncer que mais tem fatores genéticos) e o outro sem esse gene. Os cientistas fizeram um cruzamento das fêmeas infectadas com machos não infectados e observaram que tinha uma aleatoriedade nos filhotes contaminados.
Na segunda parte do experimento, os cientistas fizeram o oposto: machos infectados e fêmeas saudáveis. 27% dos filhotes foram contaminados com os genes cancerígenos enquanto que a expectativa era de 75%.
O resultado
Foi possível entender que o óvulo poderia ter uma tendência a escolher espermatozoides com característica específicas ao invés de comportar-se de forma passiva, só esperando para ser fecundado.
Mollie Manier, bióloga evolutiva da Universidade de George Washington, explica que a anatomia reprodutiva é mais enigmática e difícil de estudar, mas há um crescente reconhecimento do papel feminino na fertilização.
Renee Firman, bióloga evolutiva da Universidade da Austrália Ocidental afirma que “ainda temos um longo caminho a percorrer para entender este processo, mas eu não acho que ainda apreciamos o quão comum é isso (o óvulo escolher o espermatozoide) e a frequência com que acontece”.
Encontrar dados para apoiar ou refutar de vez este estudo pode ser um desafio. Vai depender de pesquisas que mostrem que os genes do esperma afetam as moléculas superficiais e que o óvulo sente essas diferenças. Mas, para isso, serão necessários estudos bioquímicos detalhados. Enquanto a gente espera as conclusões, já podemos nos sentir ainda mais poderosas!
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