Publicado em 09/11/2011, às 22h00 - Atualizado em 24/06/2015, às 11h07 por Redação Pais&Filhos
Por Marianna Perri, filha de Rita e José
Os homens podem ter filhos em qualquer idade, uma vez que a produção de espermatozóides se mantém durante toda a vida, passando pela adolescência, fase adulta e terceira idade. Mas com as mulheres não é bem assim que funciona.
Nosso período fértil começa logo após a primeira menstruação e vai até a menopausa, quando os óvulos param de funcionar. Entre estes anos, a mulher passa por diversas mudanças físicas e hormonais, que estabelecem assim uma melhor fase para engravidar – na teoria. A idade ideal para ter filhos, se seguirmos apenas nosso corpo, é entre os 18 e 20 anos, já que depois desta idade, pouco a pouco nosso corpo vai perdendo a capacidade de gerar e gestar um bebê.
Mas sabemos que são poucas que engravidam nesta idade, já que quase 70% das brasileiras engravidam depois dos 19 anos, segundo uma pesquisa da Comissão Econômica para América Latina e Caribe, da ONU.
Até os 40 anos, o corpo de uma mulher saudável está preparado para aguentar uma gestação completa, mas daí para frente, há uma queda grande nessa capacidade. Mesmo assim, a gestação pode ocorrer sem problemas.
Só que, aos 50 anos, a mulher já está entrando numa fase em que outras doenças podem se manifestar, e se agravar com uma gravidez. Hipertensão e diabetes podem conviver com outros problemas obstétricos, como o descolamento de placenta, abortos e nascimentos prematuros, além da confusão hormonal, que pode desencadear uma depressão grave. Estas mulheres também correm o risco de ter infarto e derrame. O bebê também corre riscos, uma vez que a circulação de sangue na placenta pode ser menor do que a necessária, fazendo com que o feto tenha retardo no crescimento.
Parto
A hora do nascimento também pode ser complicada. Geralmente, o bebê nasce por cesárea, uma vez que a pele da mãe já não responde adequadamente. Caso a mulher insista no parto natural, é possível que haja ruptura da região perineal e queda da bexiga e intestino e dificuldade para segurar o útero.
O obstetra José Bento, pai de Fernanda e Débora, explica que, mesmo que a mulher faça um tratamento de estímulo do útero, sempre haverá um comprometimento, já que o órgão não é jovem. Para ele, engravidar depois dos 50 é “ir contra a natureza, é brincar com fogo”.
Amamentar pode?
Assim como todas as etapas da gestação, parto e criação, amamentar depois dos 50 também será mais difícil, mas não impossível. A mulher nesta idade consegue produzir leite e não há contra-indicação, mas a quantidade de leite será menor.
Consultoria: Dr. José Bento de Souza, pai de Fernanda e Débora, é ginecologista e obstetra. www.drjosebento.com.br
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