Publicado em 31/03/2020, às 14h31 - Atualizado em 16/01/2023, às 09h17 por Yulia Serra, Editora de conteúdo especializado | Filha de Suzimar e Leopoldo
Com a pandemia, várias perguntas surgiram. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), bebês até seis meses de vida devem ser alimentados exclusivamente pelo leite materno e devem continuar recebendo até os dois anos de vida, com o acréscimo de outros alimentos. Mas como fica isso em tempos de coronavírus? Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a FEBRASGO, a amamentação continua e deve ser realizada normalmente, mesmo nos casos em que as mulheres apresentam suspeita ou confirmação da doença.
“Tanto órgãos nacionais quanto internacionais incentivam que a mãe suspeita e a mãe confirmada para o Covid-19, desde que esteja em boas condições de saúde e for o desejo dela, deve amamentar”, pontua Cinthia Calsinski, mãe de Matheus, Bianca e Carolina, enfermeira obstetra, consultora de aleitamento, colunista da Pais&Filhos. A SBP justificou o posicionamento dizendo que ainda não há nenhum estudo que aponte a transmissão vertical do vírus, ou seja, da mãe para o filho, através do leite.
Uma das pesquisas utilizadas para embasar a fala foi a publicada na revista científica “The Lancet” que avaliou mulheres grávidas infectadas. “Em seis delas, foi pesquisada a presença do vírus no líquido amniótico, sangue do cordão umbilical, leite materno e swab da orofaringe (teste com cotonete estéril) do recém-nascido. Todas as amostras se mostraram negativas”, justificou a FEBRASGO. Ao que tudo indica os riscos de uma possível contaminação são muito inferiores quando comparados aos benefícios da amamentação.
Mesmo com os números, Cinthia não descarta o dever de tomar algumas medidas de cuidados extras:
Para as mães em geral
Para as mães com suspeitas ou contaminadas
“Algumas mulheres podem se sentir vulneráveis, terem medo de transmitir para o bebê ou não estão em plenas condições de saúde. Nesses casos, a gente pode orientá-la a ordenha de mama e administração do leite para o bebê de outra maneira”, explica a enfermeira obstetra. Nessas situações, é importante ficar atento à confusão de bicos, porque o bebê vai usar uma musculatura para a mamadeira que não é mesma envolvida na amamentação, fazendo com que a sucção fique cada vez mais fraca e estimule menos a mama, levando a queda da quantidade de leite e entrando em um ciclo vicioso ruim.
Então caso opte por esse método, use um copinho, colher dosadora ou até uma colher pequena para dar o leite para o bebê. “Nós sabemos da importância do aleitamento materno e do quão superior é comparado à fórmula. Então siga com alguma das recomendações acima, mas não há necessidade de ofertar fórmula se a mulher não se sente segura para amamentar”, completa.
Mesmo sem ter o sistema imunológico totalmente desenvolvido, as crianças de até dois anos, até o momento, não são consideradas grupo de risco da doença. “A mãe, mesmo infectada, deve manter o aleitamento, uma vez que anticorpos inespecíficos e específicos do Covid-19 passam pelo leite melhorando a imunidade do bebê”, orienta. Além disso, o leite também é rico em nutrientes que o bebê precisa nessa idade. Além de oferecer carboidratos e proteínas, o leite também reduz os riscos de infecções pulmonares, asma, diabete infantil, infecções de ouvido, eczema, obesidade, infecções gastrointestinais e urinárias.
Crianças amamentadas também apresentam menor tendência de desenvolver doenças como leucemia, doença de Crohn’s, úlcera e doenças respiratórias, assim como diminui a chance de uma morte precoce. Os benefícios servem tanto para os bebês quanto para as mães. Elas, a partir do aleitamento, perdem o peso mais rápido e estabelecem um vínculo com o filho.
Cinthia opina: “Ordenhar por ordenhar é preocupante, a bomba também pode machucar a mama da mulher. Por isso, pode fazer esse processo desde que tenha um motivo para isso”. Você pode retirar o leite com uma bomba de ligar na tomada, manual ou com a própria mão. Não tem jeito certo ou errado, mas o que você se adapta melhor. Ela sugere despejar o primeiro jato fora, porque pode estar contaminado pelo contato frequente com a roupa.
“Podemos armazenar tanto em saquinhos plásticos próprios para isso, quanto em potes também de plásticos que são próprios para isso ou qualquer pote que você tenha de vidro com tampa de plástico”, comenta. É importante, apenas, ficar atento com a validade no leite, que no freezer, é idealmente, de 15 dias. Uma dica é depois de tirar o leite, provar para saber como é. Assim quando descongelar, pode cheirar para ver se continua bom. “É importante conhecer seu leite”, alerta.
Em nenhuma situação, e ainda mais diante da pandemia, a amamentação cruzada é liberada, porque pode trazer sérios problemas para o bebê. Essa é uma recomendação tanto do Ministério da Saúde quanto da Organização Mundial da Saúde. A amamentação cruzada acontece quando uma mulher amamenta o bebê de outra pessoa e não seu. Apesar do leite materno ser fonte de nutrientes e o alimento mais completo para o bebê, algumas doenças também podem se transmitidas por essa via e
o recém-nascido não tem os anticorpos para se proteger.
Por fim, a especialista enfatiza: “Os bebês não são contaminados por coronavírus pela mãe nem intrautero, nem através do aleitamento materno. É importante frisar o papel do aleitamento materno, principalmente nessa época em que estamos falando de um vírus com contaminação tão rápida”. Veja todas as dicas e comentários de Cinthia sobre o assunto aqui:
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