Publicado em 30/09/2021, às 09h28 - Atualizado às 11h04 por Pedro Pilon, filho de Valéria e Álvaro
Wellington Corrêa, de 46 anos, passou por 4 anos na fila de espera para adoção até que conseguiu a guarda provisória de uma bebê de 3 meses. O servidor público disse que a guarda de 6 meses foi concedida no dia 16 de setembro, e logo em seguida ele conseguiu tirar a licença paternidade para passar mais tempo com a filha nesses primeiros estágios.
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) informou que essa foi a primeira licença paternidade concedida a um servidor solteiro adotante. Em um entrevista ao G1, Wellington falou que tudo aconteceu de forma muito rápida, após a decisão da Justiça. Por conta disso, ele contou com a ajuda de familiares e amigos para os primeiros cuidados com a bebê.
“Pedi dois dias para o juiz para poder me organizar e comprar as coisas para ela. Foi uma correria. Algumas amigas e mães me deram dicas valiosas, pois pai de primeira viagem e ainda solteiro não tem a mínima noção do que comprar”, declarou.
Sobre as mudanças na vida, ele disse que as noites tem sido bem tranquilas, mas que os dias são lotados de trabalho: “Minha vida mudou completamente. É um cansaço prazeroso. Estou muito feliz e realizado. Toda a minha família está com a atenção voltada para a Ana. Apesar de não estarem perto, porque não moram na cidade, sempre ligam para saber como ela está”.
Sobre a ideia de adotar uma criança, ele afirmou:. “Isso sempre foi muito formado na minha cabeça desde meus 20 anos. Na época, vi que não tinha maturidade, estrutura física e financeira para isso, mas amadurecendo a ideia e me preparando para entrar com o processo de adoção e finalmente esse tempo chegou”.
Quando decidiu seguir em frente com a ideia, viu que o caminho era mais longo do que imaginava, e decidiu se preparar. Ele fez o envio de documentações e iniciou um curso de preparação por meio da Associação Mato-grossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (Ampara), para saber mais sobre o assunto em geral.
“Às vezes as pessoas pensam que adoção é pegar uma criança e pronto, mas não é bem isso. Você não sabe o histórico, o tamanho, os problemas que cada uma carrega. Geralmente, o histórico de crianças colocadas para adoção não é bom, mas você precisa encarar aquilo”, pontuou.
Depois de todo esse processo, Wellington passou por um acompanhamento psicológico até receber a notícia definitiva de que receberia um bebê. “Foi uma surpresa quando soube que poderia ser pai de uma bebê. No processo de habilitação informei que queria uma criança de até 5 anos, pois desejava estar perto nesse período da infância. Mas, quando fui conhecer a Ana, senti algo que não dá para explicar. Senti que era a minha vez“, disse.
Agora, serão 6 meses de convivência, para que no fim do processo, ele consiga entrar com a ação para conseguir a guarda definitiva. Ana já faz até parte do plano de saúde do pai e recebe acompanhamento pediátrico. “A adoção é prazerosa. O processo é difícil, mas o interessante é esse desafio que enfrentamos. As pessoas deveriam conhecer mais sobre, se animar mais, pois há muitas crianças precisando de apoio e há muitos lares que podem recebe-las”, finalizou.
Adotar é um ato (lindo!) de amor, carinho e responsabilidade. Na terça-feira, 25 de maio, é comemorado o Dia Nacional da Adoção, com o objetivo de conscientizar sobre o assunto, além de oferecer todo o suporte e apoio às famílias.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Autoridade Central Administrativa Federal (ACAF), o Brasil alcançou o maior número de adoções em 2018, com 2.184 processos realizados. Apesar da taxa ter aumentado significantemente, vale lembrar que segundo o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, até o final de 2020, 34 mil crianças e adolescentes estavam esperando por uma família.
No Brasil, para dar início ao processo de adoção é necessário ter acima de 18 anos e, pelo menos, 16 anos de diferença da criança que será adotada. O primeiro passo é procurar a Vara da Infância da sua cidade e levar alguns documentos pessoais e de identificação para iniciar a habilitação para adoção.
Após realizar o curso para adoção, visitas a grupos de apoio e o estudo psicossocial, o caso vai para o Ministério Público, verificando se a família segue todas as recomendações para entrar na fila de adoção. Apesar do processo possuir várias etapas, é um caminho necessário para garantir o bem-estar e segurança de todos os envolvidos.
É comum que muitos pais tenham dúvidas sobre como funciona a adaptação, se devem ou não contar aos filhos que são adotados, ou ainda como conversar com os filhos biológicos sobre a decisão. Segundo Mariana Zanotto, especialista em comportamento infantil e assessora familiar, é essencial que tudo seja tratado com naturalidade.
É comum que quando forem mais velhas as crianças tenham essa curiosidade. “Esse é o momento em que os pais precisam ser mais compreensivos. O fato da criança saber que seus pais adotivos estão abertos para esse diálogo é o mais importante”, explica.
A especialista orienta que é muito importante a criança estar envolvida em todo o processo desde o início. “É muito interessante que o filho biológico esteja envolvido no processo da adoção do futuro irmão. Dar espaço para que ele dê opiniões sobre o assunto é um passo importante na adaptação com a nova realidade”.
O assunto pode ser um desafio para as mães que querem adotar, mas Mariana explica que a experiência pode acontecer. “A amamentaçãonão é exclusiva para mães que gestaram seus bebês. Existem diversas formas de possibilitar essas experiências para mães adotivas que gostariam de amamentar”, comenta. “Consultar uma especialista em lactação é uma ótima ideia. O amor da maternidade e da paternidade não tem limites. Nós é que o limitamos”, explica Mariana Zanotto.
De acordo com a advogada Michelle Rocha, mãe de Sophia e Melissa, o processo de adoção costuma demorar justamente pelo perfil que os pretendentes aguardam, “pois no processo de habilitação, aquele que quer adotar indica qual perfil deseja ao determinar o sexo, raça, cor, idade, se aceita ou não grupos de irmãos e crianças com problemas de saúde, e muita vezes, as crianças que estão à espera da adoção, não estão no perfil solicitado”.
De acordo com a lei, o tempo de habilitação à adoção é limitado ao prazo de 120 dias, prorrogáveis por igual período ou decisão judicial. “Contudo devido as exigências, o processo pode levar muitos anos”, comenta a advogada.
A advogada listou abaixo o passo a passo para as famílias que pretendem adotar no Brasil e o que precisa ser feito durante o processo:
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