Publicado em 27/01/2022, às 07h03 por Beto Bigatti
Um novo ano, um novo pai. Aproveitei os dias de folga entre o Natal e o réveillon para pensar. Refleti muito. Fui até a beira da praia e passei um bom tempo olhando para o horizonte em busca de uma resposta. Não sabia bem qual era minha pergunta, mas pelo incômodo aqui dentro, entendi que precisava de uma resposta nova. E confiei que poderia enxergar com mais clareza de cara com a imensidão do mar.
Fiz essa tentativa sozinho algumas vezes. Acordei cedo demais, deixei a família dormindo em casa e fui abraçar o amanhecer do sol. Quem nunca vivenciou o nascer do sol à beira-mar, fica minha sugestão. É arrebatador. Porém, apesar da beleza e da energia digna de uma usina nuclear, não me trouxe norte algum. Segui sem respostas para me resintonizar.
Voltei para casa. Preparei um café especial, aquele misto de cheirinho de café recém passado com protetor solar na pele da gente e sol lá fora chamando. O corre para ajeitar todo mundo e fomos, agora reunidos, para a mesma beira de praia de onde eu havia saído há pouco mais de uma hora sem resposta alguma.
É claro que você já entendeu. Eu estava procurando respostas no lugar certo, mas olhando para o lado errado. A resposta não estava em mim propriamente. Estava na minha cara.
Bastou um pouco de foco e de entrega para enxergar o quanto minha família havia se transformado nestes anos todos. Eu já fui pai de bebê e de criança pequena. Já chorei em inúmeras apresentações de escola, já fui a mais festas infantis do que consigo contar, tomei sustos, me preocupei com a alfabetização e tantas nebulizações cantando musiquinhas já fiz.
Entre uma onda e outra daquele mar gelado, escutei minha resposta. Entendi que ainda pularíamos ondas juntos por muito tempo, mas ficou claro para mim que elas vão adquirindo novas formas, novos significados.
E se todos nos transformamos, se meu bebê já tem 1,82m, claramente está na hora de eu ser um novo pai. É claro que não congelei no tempo nestes últimos dezesseis anos em que sou pai, você entendeu! Mas precisamos estar abertos a novos olhares, a novas necessidades na parentalidade. As receitas que usamos lá atrás precisam ser revisitadas para fazerem sentido no presente.
O crescimento dos filhos às vezes assusta, mas se entendermos que nós fazemos parte dessa transformação, fica tudo mais leve e divertido.
2022 chegou desafiador como todos os últimos anos, mas para mim terá esse gostinho especial: preciso me reinventar como pai para manter a harmonia da minha família. Dá trabalho? Dá sim, mas que graça teria se fosse fácil, né? Feliz Novo Pai para todos nós!
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