Publicado em 15/01/2021, às 13h07 - Atualizado às 13h12 por Toda Família Preta Importa
**Texto por Camila Torres Cesar, advogada, mestranda em Direito Político e Econômico, professora no curso Jornada de formação antirracista, mãe de Helena e Luisa; e Cauê Brochado Ranzeiro, sociólogo e antropólogo, cofundador do Coletivo Quilombo Novas Histórias, pai do Luã Kaiodê
Maternidade e paternidade estão entre as maiores e mais intensas aventuras que um adulto pode encarar. Ainda na gestação, convivemos com alegrias, dúvidas e preocupações. Exames, preparativos, escolhas de nomes e tantas outras coisas que qualquer mãe e pai irão ter pela frente, não se comparam às perguntas que martelam na mente e no coração, quando se trata de trazer ao mundo uma criança negra.
Como será a vida do nosso filho? Será melhor que a nossa? Será que ele vai passar pelo que passamos? Como garantir uma vida plena apesar do racismo? A falta de representatividade em produtos voltados aos cuidados com gestantes e bebês, os índices desiguais de violência obstétrica – muito maiores quando se trata de mães negras – e de mortalidade de nascituros não brancos evidenciam que, ao longo de toda essa nova vida, será preciso lidar com questões raciais.
Enquanto mães, pais e responsáveis, quando a vida de uma criança negra é interrompida – de forma violenta e intencional ou por descaso de quem deveria prestar atendimento e proteger -, nos sentimos vulneráveis e suscetíveis ao mesmo fim, o que pode tirar nossas forças e até mesmo adoecer. João Pedro, Anna, João Vitor, Kauã, Rayane, Miguel, Emily e Rebecca infelizmente são alguns dos muitos nomes que nos lembram que no Brasil as vidas negras ainda importam menos, independente da idade.
O ano de 2020 e 2021 tem nos mostrado que gerar ou adotar uma criança negra é um exercício de resistência e de persistência. Diante de tantas violações a nossas liberdades e de exemplos destrutivos, devemos optar a cada dia por formar seres humanos conscientes do racismo e, ao mesmo tempo, livres para fazer planos e sonhar.
Para isso, o autocuidado é fundamental. Só conseguiremos transmitir a eles aquilo de que estamos cheios, portanto, preservar nossa saúde física, mental e emocional pode ser lido como um ato de amor a nossos filhos. Atos simples como descansar, ler, se exercitar, buscar conexão com a espiritualidade, preparar uma refeição de que se gosta tem um efeito positivo para nós e, em consequência, para eles.
Também devemos fiscalizar e, se possível, escolher com atenção o ambiente de ensino, local onde eles passarão boa parte da vida. Além de reprimir atos racistas e conscientizar, uma escola antirracista deve estar preocupada em promover a diversidade e inclusão, deve preparar profissionais comprometidos e ter ações que promovam o conhecimento da história de África e da negritude brasileira. Estes pontos são importantes para educação de qualquer criança independente da cor.
Nossas crianças, assim como todas as outras, devem assistir desenhos e filmes com temática e representatividade negra e africana. Também é bom ter por regra utilizar profissionais negros: cabelereiros, médicos, personal trainers, advogados – estamos por aí e seremos ótimos referenciais para todos os pequenos. Se a grana é curta, podemos nos valer do ambiente virtual para divertir, ilustrar e ensinar.
Ainda que o mundo nos diga o contrário, criaremos meninas e meninos humanos. Não lhes negaremos o direito à esperança, queremos crianças que saibam seu valor e, acima de tudo, o valor de seus afetos.
Como escreveu Bell Hooks em Vivendo de Amor: “O poder do amor é possibilitar enxergar o passado com outros olhos, transformar o presente e sonhar com o futuro”. Crianças trazem leveza a nossas vidas e nos permitem a experiência do amor de uma forma incondicional, o que é transformador.
Elogie o cabelo, os traços, a cor da pele, a personalidade e a inteligência dos pequenos. Afirmar e valorizar a identidade negra gera empoderamento e orgulho do que somos. Olhe nos olhos do seu filho, sinta todo amor e lhe diga que o ama. Possibilite que ele ame outras crianças negras. O amor cura!
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