Publicado em 23/07/2015, às 07h17 - Atualizado em 13/01/2021, às 09h22 por Com a Palavra
Estava escrevendo a coluna deste mês sobre um assunto que é bastante profundo para mim nessa doida experiência da maternidade: as lições que meus filhos me ensinam. Afinal, seria de uma arrogância tremenda não reconhecer o que essas pessoinhas mostram. Estava com meio caminho andado – o de entender o assunto dentro de mim, antes de cuspi-lo no computador –, quando tive que fazer uma viagem de última hora a São Paulo. Vi um lance que me deu um certo calafrio. E vi esse lance mais de uma vez. E, como em todas as vezes senti o mesmo calafrio – e também uma certa vergonha, não necessariamente alheia, mas também de mim, daquele tipo que sentimos quando nos autoanalisamos ao ver algo que não aprovamos nos outros, nos perguntando se seríamos iguais –, decidi que as lições dos filhos esperariam mais um mês. Porque tanto calafrio, no mesmo dia, me mostrou que esse lance é mais urgente.
Em situações e locais diferentes (bem diferentes), vi a mãe segurando o (maldito) celular enquanto o filho (ou filha) apresentava aquela cara de “poxa vida…”. Normal. Filho nunca acha mãe legal. Ou pai. Acho. Não sou pai. Mas mãe nunca é. Tudo é mico. Tudo é rolando os olhos lá em cima como se fossem perder os globos oculares na testa. Tudo é três passos na frente da gente. Eu, hein.
Neste caso, o “que saco” me parecia de falta de papo, de assunto – de atenção. Sei também que tudo é falta de atenção, que nunca somos suficientes, que falta tanto para sermos as mães do ano. Eu, hein. Mas neste caso o meu coração apertou. Deu vontade de colar na mãe, dar um abraço nela e dizer: “Mãe: tá ruim pro teu lado. Larga o celular”. No meu mundo fantasioso, a criança encheria os olhos de gratidão, o peito de alívio e me lançaria aquele olhar de “você me entendeu”– e eles viveriam muito mais felizes para sempre. Claro que não fiz nada disso. Jamais faria.
Na realidade, rolou aquela vergonha-quase-bronca-em-mim-mesma à qual me referi ali antes. Puxado. Estamos nos transformando numa sociedade de isolados, de solitários cercados de barulho por todos os lados. Preferimos escrever mensagens a ligar pro outro – seja família, amigos, trabalho. As redes sociais são mais valiosas do que a pizza de domingo. E, quando rola a pizza de domingo, passa-se mais tempo fazendo selfie do que conversando. Ou conversa-se sobre selfies. E redes sociais. Jogamos as fotos pro mundo ver, não mais as imprimimos e as guardamos em álbuns.
Parece que tudo é para todos. Nada mais pode ser “só nosso”, ou “só meu”. Os pequenos detalhes do dia a dia, de um momento, de uma graça, de um olhar. O tempero da vida. Se não pode ser “selfieficado”, não vale. Não é suficiente. E nessa angústia de “selfieficação”, as horas passam e de repente, do Carnaval, estamos no Natal. A memória fica falha porque (não) prestamos atenção em duzentas coisas ao mesmo tempo. Daí, passa a ser tão importante checar o celular no meio de um shopping às 18h quanto sentar numa sorveteria com o filho e observá-lo se lambuzando inteiro.
Na boa, o maior mico. Perdi meus globos oculares.
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