Publicado em 12/06/2019, às 12h25 por Cris Guerra
Eu posso ter cometido algumas irresponsabilidades na juventude, mas ter um filho sempre me pareceu coisa de quem não tem juízo. Eu, hein. Pra começar, você precisa esperar a menstruação não chegar – se ela chegar, é porque o bebê não vem. As crianças detestam essa pressão pra elas virem logo, e continuam assim até a vida adulta.
E aí é como quase tudo na vida: você só encontra aquele anel perdido quando para de procurar; o telefone só toca quando você não está esperando. Foi assim que o Francisco chegou. Eu não encomendei, juro! Mas amei a surpresa. Quando fiz o exame eu fiquei olhando para aquela barrinha azul, depois para o laudo do laboratório, e foi bem difícil acreditar que dentro de mim tinha uma pessoa de verdade. Mas tinha.
Demorou, mas a ficha foi caindo. O espelho dizia “você tá grávida” e eu falava “cê tá doido, rapaz”. A gravidez é assim, essa verdade que vai crescendo devagar. Deve ser pra gente não se assustar com o tamanho da loucura. Com o tempo o bebê pega a marginal e acelera. Até nascer.
Pensa bem, a gente começa emprestando o corpo para o menino morar. É por uma temporada curta, mas, não tem jeito: ele deixa algumas avarias. Depois, quando nasce, a gente respira aliviada pensando que deu tudo certo. Que ingenuidade, a aventura está só começando. A maternidade é o esporte mais radical do mundo. Porque depois de emprestar o corpo a gente cede o coração. Em definitivo.
Eu sei, ser mãe é cair num mar de clichês. As mães são muitas e estão por toda parte. Mas é verdade, nasce mesmo uma mãe junto com o bebê. O que ninguém conta é que depois desse nascimento a gestação continua. É sobre isso que escrevi no livro “Escrever uma árvore, plantar um livro”, tentando passar por lugares não tão comuns (se tem uma coisa que mãe faz é tentar).
As crônicas reunidas neste livro que estou lançando (muitas delas escritas aqui para a Pais&Filhos) crescem junto com o Francisco. Lê-las é acompanhar o crescimento dele e também o de uma mulher que não para de se transformar. Parece que nos tornamos “matrioskas”, vamos dando à luz outras mulheres, e essas vão parindo outras. Cada dia uma.
Tudo tão rápido, que nem dá tempo de amadurecer. Ser mãe é só um disfarce pra gente parecer adulta (às vezes até acredito). É um deslumbramento atrás do outro e, por mais que a gente exercite, nunca nos tornamos “profissionais” no assunto. Amamos demais pra deixar de ser amadoras.
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