Publicado em 26/09/2018, às 09h50 por Cris Guerra
Camisa xadrez, chapéu de palha na cabeça, remendo na calça, bigode pintado com o lápis de olho da mãe, lá se vai o pequeno homem de quatro anos enfrentar a festa junina da escola.
Ele come um milho cozido quando chega a hora da primeira dança. Vai, filho, te espero, guardo o milho, fica tranquilo. E o menino adentra a pista, decidido. Emenda os passos, olhos grudados na mãe, joga seu par pra lá e pra cá, dá uma voltinha que é da outra coreografia, ninguém percebe, exceto a mãe, que acha lindo. Aplausos, ele corre pro colo, abraço, beijo, mordida, come o resto do seu milho, vou comprar outro, que orgulho, filho, já é hora de dançar de novo.
A mãe conhece a cria, já são três horas de tumulto nos ouvidos, o menino nunca foi fã de barulho, tarde demais, já tem meia dúzia de adultos em volta, vem dançar de novo, pra gente ver, vai. Insistem, insistentemente, que chatice redundante, olha só, gente, tô feliz, que ótimo, ele dançou tão lindo.
Meu Deus, quem é a criança nessa história, eu avisei, não chora, filho, tá tudo bem, vamos embora. Obrigada, querida, querido, um beijo, compartilha as fotos, até logo, tá tudo bem, ufa. Silêncio no carro: ela, o menino e seu direito de não querer.
A caminho de casa, perguntas pipocam feito estalinhos na cabeça. Por que forçar uma criança a fazer o que só satisfaz a vaidade dos adultos? Reféns que somos das regras que convencionamos para nós, repetimos o que nos foi imposto, pra depois buscar a saída do emaranhado que nós mesmos ajudamos a tecer.
Respeitar a vontade dos pequenos pode parecer uma proposta absurda diante da necessidade de impor limites. Mas há batalhas e batalhas nesse ofício de plantar gente. Algumas valem a briga. Outras, não.
No lugar do ato infantil do filho não cabe a imaturidade dos pais. Entender que o mundo não gira em função dos nossos desejos não é viver para satisfazer os dos outros. Ou passaremos a vida depositando nossos sonhos nas crias, como nossos pais um dia nos fizeram. Até que alguém recomende um terapeuta pra tentar achar o caminho de volta – e quanto mais tarde a lição, mais difícil é aprender.
Exercitar o direito a pequenas escolhas é um bom caminho para aprender a reconhecer nossos desejos legítimos. E saber o que se quer já é meio caminho andado na vida.
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