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Quando as tecnologias humanizam as relações profissionais

Um carinho virtual pode ser tão poderoso quanto a presença física - Getty Images
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Publicado em 21/01/2021, às 07h36 - Atualizado às 08h32 por Dra. Ivanice Cardoso


A estimativa é que essa modalidade de trabalho não retroaja. Muito pelo contrário. Nos  próximos anos seremos mais de 20% da força de trabalho no Brasil atuando em home office. E isso significa quase 24 milhões de profissionais, não importando se são pais ou mães, e não importando o gênero. Mas quero voltar um pouco no tempo pra gente entender que esse cenário pode ser  muito favorável, principalmente para as famílias. E quero começar contando uma  história.

Um carinho virtual pode ser tão poderoso quanto a presença física (Foto: Getty Images)

Em janeiro de 2020, há exatamente 1 ano, eu entrava nos escritórios da Sanofi, em São Paulo, para conversar com eles sobre um assunto que havia chamado  muito a minha atenção: eles estavam divulgando a nova política sobre Licença Parental, a licença maternidade do século XXI. A Licença Parental é o sonho de toda a família: não importa se você é mãe ou pai, se é  um casal convencional ou um casal homoafetivo. Se um bebê está chegando na família, o profissional da empresa vai receber 180 dias de licença para dedicar a essa criança.

Aliás, a divulgação feita na época revelava a reação de um pai que tinha acabado de receber a mensagem de que teria direito a 180 dias de licença para dedicar ao novo bebê e à família, sem nenhum prejuízo do seu salário. O vídeo fala por si só. Mas foi a nossa conversa sobre a Licença Parental que revelou o que realmente o uso bem planejado das tecnologias tem feito nessa empresa.

Para que a licença parental e outras políticas de trabalho em home office fossem possíveis, os investimentos deles haviam começado bem antes. A existência da licença parental foi também possível porque a farmacêutica já desenvolve, desde 2017, a cultura do home office. Não, não é um ponto de internet fora do espaço físico da empresa. É uma cultura de “ser uma empresa digital” e que está bem presente no dia a dia da empresa. “Não importa onde você esteja. O importante é que esteja conectado à empresa.”, diz Pedro Pitella, pai de Pedro e diretor de RH.

É uma cultura que acontece em sintonia fina em todas as áreas da empresa. Tanto o Pedro quanto Márcio Magalhães, pai do Rafael e da Helena, que é Líder Global para  Workplace Services (Serviços de Espaços de Trabalho) na Sanofi, são unânimes em  dizer que “as tecnologias não prejudicaram o lado humano”. E isso ficou claro na  cultura da empresa quando ambos disseram que o home office humaniza as relações não só no ambiente de trabalho mas, principalmente, com as suas famílias.

“Gosto de levar meu filho na escola… Deixo-o lá e no estacionamento mesmo faço  minha primeira reunião online do dia”, conta o Márcio, que tem filhos pequenos e conhece bem o valor que a mobilidade, trazida pelas tecnologias digitais, tem no apoio  ao bem estar da família. O ano de 2020 foi uma prova de fogo para o home office. Só no Brasil, durante a pandemia, estima-se que mais de 9 milhões de profissionais puderam continuar suas  atividades profissionais graças a esse estilo de trabalho.

Os dois lados da história

Eram incontáveis as experiências de famílias dizendo que se não fosse o home office  teriam perdido seus empregos ou suas famílias teriam sofrido muito. Mas para as mães, principalmente, o home office significou um aumento de carga de trabalho dentro de casa. A figura da mãe ainda é, na nossa cultura, a de quem tem a incumbência da família e da casa.

É muito difícil dentro de uma família dissociar a presença da mãe ao que seria a disponibilidade dela para as tarefas domésticas em “tempo integral”. As mães tiveram que equilibrar muitos pratos ao mesmo tempo. Eu mesma, já estando muito acostumada a trabalhar em home office, tive que reorganizar todo o meu planejamento de trabalho muitas vezes até encontrar um equilíbrio. Existia aí um fator que não havia antes: as crianças estudando em casa e precisando de apoio durante as aulas.

Mesmo distantes, nos mantemos conectados (Foto: Shutterstock)

Parar, organizar todos os horários da casa, sem nenhum apoio, foi um super desafio que  não seria possível sem o engajamento da família toda. Além de colocar no papel toda a  nossa organização e deixar visível para todos, o home office agora tinha um desafio a mais além da disciplina com agenda e tarefas. A Larissa Mota, co-fundadora da startup Amyi, passou pelo mesmo desafio. Mas, além da família, também coordenou, junto com a sua sócia, uma equipe que não podia desanimar.

Para ela, que é mãe do Lucas e do Martin, organizar a ida para home office de toda a sua equipe durante a pandemia, só foi possível porque já estavam preparados para isso. Claro que ver a sua equipe ir trabalhar remotamente, bem no momento em que a sua empresa estava se preparando pra aumentar, foi um friozinho a mais na barriga. “No meio da pandemia nossa empresa cresceu quase 600%. E conseguir coordenar empresa, casa, família, só foi possível com muito planejamento e respeito”.

Fazendo funcionar

Como falei no início, o home office veio pra ficar. E ele pode ser uma experiência muito boa para o nosso amadurecimento profissional e o amadurecimento da nossa família, sendo mobilizada para que todos, de todas as idades, façam a sua parte. A Larissa deixa pra nós, mães com filhos em idade escolar e fazendo ensino remoto, algumas dicas que vão ajudar muito a encarar um 2021 tão desafiador:

Se organize: ter muito bem definido os horários e tarefas de trabalho, da casa, da vida  em família. E principalmente, dividir e estabelecer bem claramente como vai ser a  participação de todos. Parece clichê, mas quando você coloca no papel (ou na agenda  digital), todos na casa podem colaborar e fazer a sua parte. Da mesma forma mantenha uma agenda com a equipe de trabalho. Isso ajuda inclusive a visualizar que, de repente, você não está disponível num período, mas estará em outro.

A organização da rotina é fundamental para fazer todas as atividades rodarem (Foto: Shutterstock)

– Repasse sempre as atividades: pode parecer estranho, mas dedique ao menos 10  minutos da sua manhã para repassar com todos da casa como será o dia e como cada um  vai colaborar. Dessa forma, você alinha todos às necessidades e também abre espaço para  que todos ajudem nas soluções.

– Use e abuse das tecnologias: manter arquivos em nuvens para que todos tenham acesso, seja a equipe profissional e (eu acrescento) a família. Isso vale para um calendário das atividades da família, pastas com os dados e arquivos  mais importantes, links de buscas de informações para estudo, etc. Assim, mãe, pai, filhos e equipe têm acessos a informações que não precisam ficar sendo repetidamente pedidas. Todo mundo se ajuda. Dica de apps? G Suite,  Evernote, Notion são alguns que eu utilizo.

– Estabeleça hora para começar e hora para parar as atividades, principalmente o  trabalho: segundo Larissa, isso foi essencial para que todos se respeitassem. “Como a  vida profissional e pessoal estão muito misturadas, criar limites muito claros é uma  forma de se respeitar, respeitar a sua família e o seu trabalho”. A minha dica é, se precisar, coloque lembretes no celular pra te ajudar em tudo. Você não é uma agenda ambulante, certo?

E aí vai a última dica, que é minha de coração pra você: use as tecnologias para conectar as crianças aos apoios familiares. Por aqui tivemos tia fazendo clube de leitura pela  internet, que foi um sucesso e vou contar na próxima coluna! E, claro: não se cobre tanto! No meio das adaptações sempre um ponto ou outro nas atividades não fecha totalmente. E tudo bem? O importante é você estar o melhor possível para começar sempre um novo dia!

Um beijinho e um 2021 cheio de oportunidades e esperança!


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