Publicado em 12/04/2021, às 10h32 por Mel Albuquerque
É como diz a música de Chico: “Todo dia ele faz tudo sempre igual” ou pelo menos fazia. Jantava, se distraia, ia brincar, ver televisão e, na hora que eu chamava para dormir era um a mesma novela. Ele abria a geladeira já chorando e repetia “mas eu não comi sobremesaaa”. Era um drama.
Teve uma fase que era assim todo-santo-dia. E começou a ficar insustentável. Insuportável. Havia dias em que ele não comia tudo e antes de dormir falava que queria o resto da comida ou que tinha comido pouco e queria mais. Estava com fome. Às vezes eu realmente sabia que ele teria fome. Que estava falando a verdade. E como mandar o filho dormir sabendo que ele não comeu bem mais uma vez?
A nossa resposta como pais dependia da nossa paciência. E durante a pandemia, ela andava no pé. Podia até estar tudo bem, mas bastava aquele gatilho da “sobremesa” e nós meio que pirávamos. De novo, filho? Sabia que algo precisava mudar. Não só em mim, mas algo estava faltando no nosso sistema. E foi então que eu resolvi mudar e tentar algo novo. Quis ouvir o que se passava naquela cabecinha. Não é possível que essa choramingação seja só genética. Sim, a fama do meu marido era essa: ser o manhoso da família.
E sim, ele se distraía, tinha pressa para sair da mesa. Esquecia que queria e que gosta da sobremesa. Tivemos uma longa conversa, de pessoa para pessoa. Quis realmente entender do ponto de vista dele com tempo, amor e respeito. Não era um papo de adulto ouvindo uma criança, apenas. Foi um momento de honestidade entre nós. Disse que esperava dele que me falasse sua verdade. Que eu não brigaria. Ele viu que minha atenção era só dele. Se sentiu ouvido e eu pude ver a respiração dele mudar e ele se acalmou e conseguindo falar sem chorar.
Expliquei que aquela noite já estava perdida e que eu não poderia voltar atrás na minha palavra de que jantar é na hora de jantar. Àquela altura já estava muito tarde para retomar a refeição. Mas fizemos, então, um combinado: daria a ele um copo de leite quentinho para acalmar a fome e, no dia seguinte, botaria sua sobremesa ao lado do prato, assim ele não esqueceria mais.
Ele gostou, me deu um abraço e fomos juntos fazer o leite quentinho dele. Foi a primeira vez em que usei a base da parentalidade positiva na prática. Juro. Quando ele subiu as escadas feliz com nossa solução, eu quase chorei. Eu quase pulei. Era a luz no final do túnel.
Ele queria ser ouvido e pedia ajuda, mas eu não conseguia entender. Nunca foi sobre a sobremesa. Era sobre nós, nossa relação, nossa pressa em cumprir as rotinas. Faltava parar e ouvir. Aceitar a imaturidade dos seus 5 anos (à época) e estar com ele nessa evolução. Sem suborno, sem ameaça, sem diminuir aquele menino tão incrível com nossas reclamações. Era sobre traçar um caminho no meio.
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