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Desfralde: missão possível!

O momento do desfralde é delicado para os pais e para as crianças - Shutterstock
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Publicado em 01/05/2016, às 09h55 por Ivelise Giarolla


Eu sempre disse, com alto e bom som, que a fase mais difícil que passei com minha primeira filha Marina, hoje com cinco anos, foi sem sombra de dúvidas o desfralde. Marina desfraldou com dois anos e quatro meses e estávamos com Lorena praticamente recém-nascida, com dois meses. Foi uma loucura! Xixis pela casa toda e eu correndo para limpar com a pequena muitas vezes no peito amamentando. Levava ao penico e nada, quando saía do banheiro fazia tudo na calcinha. E eu chorava (e até hoje não acho graça), pois sabia que não poderia voltar atrás. Foi praticamente um mês para as coisas se organizarem e fiquei exausta.

Por causa dessa lembrança terrível difícil, já estava me descabelando ao imaginar como seria o desfralde da pequena, que tem Síndrome de Down. Como saber qual o momento certo? Crianças típicas desfraldam por volta dos dois anos. E uma criança com SD? Conversei com algumas mães que já haviam passado por essa situação e a resposta foi taxativa: não tem que esperar a fala, tem que tirar sem oralizar mesmo. #pânico. Informei a todos o quanto tirar fraldas da Lorena seria complicado (como se alguma criança fosse fácil, a-hã).

Pois bem, a pequena completou três anos em fevereiro, verão. Comecei a perceber certo incomodo dela com a fralda. Começou a arrancá-la, chorava quando ia colocar novamente. Assim resolvi tirar as fraldas quando estivesse em casa. Havia entendido o sinal de: “não quero mais usar isso, mamãe”.

Nesse meio tempo, comprei livros, colocava a boneca e o urso sentandos no penico. Fazia a irmã mais velha fazer xixi e mostrar, dar “tchau, xixi“ quando acionar a descarga, essas coisas básicas do início do desfralde para qualquer criança. E levava de tempos em tempos no troninho, mas sem sucesso. Ela não sentava de jeito nenhum. E os xixis pela casa? Naturalmente acontecendo aos fins de semana.

Eis que um dia Lorena tirou a fralda e me falou “zi-zi”. Eu perguntei: “quer fazer xixi?” e a levei ao penico e bingo! Lá estava o xixi. Aeee! Felicidade que não cabia no coração desta mãe. Ela finalmente assimilou que lugar de xixi é no penico. Viva!

E assim foi. Um xixi lá, outro cá, alguns no lugar certo, durante cerca de um mês e meio. Isso somente aos finais de semana, pois na escola mantinha a fralda. Quando percebi que os escapes eram infrequentes, solicitei a retirada na escola e para minha grata surpresa ela manteve o padrão. Pronto, Lorena oficialmente desfraldada! Em sua primeira semana totalmente sem fraldas, foram apenas quatro escapes computados. Sucesso! Tudo ocorreu idêntico a uma criança sem síndrome de Down, com as mesmas dificuldades.

O que tenho a concluir disso tudo: o desfralde da Lorena foi bem fácil comparado ao terror da Marina. Por quê? Provavelmente porque:

1) Já tinha passado por uma experiência anterior. Sabia da rotina e da necessidade de tolerância;

2) Decidi desfraldar quando ELA quis e não quando EU quis. É importantíssimo respeitar a individualidade;

3) Não me estressei com linhas cronológicas de desenvolvimento. A pequena, aos dois anos, não tinha a menor maturidade para tirar a fralda;

4) Não insistia veementemente para mantê-la sentada no troninho. Quando ela não queria eu retirava e ponto;

5) Não fiquei procurando no Google técnicas mirabolantes. Segui o “trivial básico”;

6) JAMAIS comparei minha filha com outras crianças, sejam com SD ou não;

7) Escutei conselhos de pessoas certas;

8) Ser feliz, sempre. Paciência e perseverança têm o efeito mágico de fazer as dificuldades desaparecerem e os obstáculos sumirem.


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