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Precisamos falar sobre o luto

Ao perder alguém que faz parte de nossa vida, o que nos resta é a presença da ausência - Getty Images
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Publicado em 06/12/2018, às 13h34 - Atualizado às 13h34 por Ivelise Giarolla


Em uma sexta normal, estava levando as crianças para a escola, quando recebi uma mensagem dizendo que uma das minhas melhores amigas havia se suicidado. Sim, aquela amiga a qual havia conversado dias antes para planejar a próxima meia maratona que iríamos correr. A mesma amiga que enviou
felicitações pelo aniversário da filha havia menos de uma semana. A amiga que você nem imaginaria que faria algo assim. Sim, mas aconteceu.

Os meses se passaram e eu achei que minha dor iria amenizar “algo que rapidamente” com o tempo. Que “após a tempestade, viria a calmaria” e com minha religiosidade espiritualista, haveria de entender os pormenores das coisas. Mas, isso não aconteceu.

Uma amizade de anos foi interrompida e quanto mais dias se passaram, mais gostaria de dividir minha vida com ela, que partiu. A maratona que corri. A yoga que, finalmente, consegui manter na rotina. Consegui fazer os pranayamas sem me perder. Tenho meditado como ela sempre me incentivava. E nossas longas conversas pelo Facetime com as crianças interrompendo para mostrar os brinquedos? Como me faz falta…

Tão permanente quanto a morte é a lacuna que ela deixa. Ao perder alguém que faz parte de nossa vida, o que nos resta é a presença da ausência. E essa sensação é maior quando a partida é inesperada, sem motivo nem razão.

É importante elaborar o luto. Isso não significa tentar ignorá-lo ou esquecer quem se foi, mas reaprender a viver com a perda. É possível minimizar a dor, resinificar nossas memórias. O sentimento que nos toma, é uma sensação de abandono, impotência, saudade e dor. Contudo, se faz necessário viver o luto, para a reconstrução da vida, ou seja, enfrentar as emoções do pesar, a aceitação da perda, reconstruir a identidade a partir da ausência.

Lidar bem com o luto significa criar estratégias de enfrentamento dos sentimentos que poderão reincidir, em tempo não determinado. É restaurar a vida a partir das memórias, extrair os melhores momentos. Reconectar à rotina. gradativamente, readaptar-se às novas formas de viver. Desenvolver a
espiritualidade e a resiliência, como alternativas de reestruturação.

E, em se falando em perder um ente querido por suicídio, uma conversa franca e corajosa sobre o suicídio do marido, publicado no site “Vamos falar sobre o luto”, a psicóloga mineira Luciana Rocha, hoje especialista no tema, nos ajuda a entender, sem culpa ou condenação, o gesto extremo de quem tira a própria vida:

O que você gostaria de dizer para um enlutado que perdeu alguém por suicídio?

Duas coisas tem que ficar claras: o suicídio é consequência de uma ou mais doenças mentais. O suicida não é um covarde e se matar não é um ato de heroísmo. É muito importante entender que a pessoa não se matou. A doença o matou. Em segundo lugar, não devemos culpar o suicida por sua decisão. Ele agiu com as informações de que dispunha naquele momento. Ele não pede ajuda e disfarça muito bem sua condição. Fez o que podia.

É possível encontrar uma razão?

A família não deve procurar o porque, pois não existe essa resposta.

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