Publicado em 15/08/2020, às 18h28 por Mônica Figueiredo
Todas as minhas amigas mães, invariavelmente todas as mães com quem tenho conversado desde que começou o pesadelo desta pandemia, estão na mesma: exaustas! O que varia é o humor. Umas conseguindo levar tudo mais na boa, outras com mais problemas e finalmente aquelas com muitos problemas mesmo. Nem vou falar aqui de quem ficou doente ou chegou a perder alguém amado, porque aí a barra é outra. Conheço famílias inteiras que pegaram a Covid-19, adultos e crianças e graças a todos os Deuses, hoje estão bem. Mas que susto passaram, que sufoco. Mesmo quem ficou doente em casa, nossa… Só de pensar fico arrepiada. Mas o que estou tentando refletir aqui, junto com você é naquilo que venho tentando refletir e imaginar, quase que o tempo todo: Quem seremos e o que faremos depois que isso tudo passar? O que se modificou em nós? O que mudou de fato na história da vida da nossa família e dos nossos filhos?
Nunca na história a humanidade toda se uniu para lutar contra um inimigo comum que ainda por cima, não se vê: um vírus. Muito impressionante isso, né? Sim, obviamente tudo é muito novo para poder ser avaliado assim, no macro, mas a pergunta fica: qual será o impacto que essa pandemia trará para todos, para o rumo que a história vai tomar? De qualquer modo, dentro do nosso micro universo, na nossa casinha, na organização do nosso dia a dia, da nossa rotina, na maneira de levarmos a vida e as relações entre nós, as mudanças já estão acontecendo.
Adoraria saber como está sendo para você, queria ouvir cada história. Me conta! Minha sensação é que mudanças profundas virão. Não consigo entender esse tal de “novo normal” porque até hoje não sei exatamente o que é “normal”. Na real, nunca soube! Sempre fui meio fora da caixinha e acredito mesmo que “de perto ninguém é normal”, como diz Caetano. Claro que entendo a necessidade de, em sociedade, encontrarmos rapidamente uma forma prática de tocar a vida. Mas, acredito que tudo passa primeiro pelo indivíduo, por nós, fazendo nossas escolhas e agindo com energia e vontade. Sem isso, não tem o social, né?
E é aqui mesmo que quero chegar: com tantas indefinições pela frente, respostas que não chegam, temos que ser obrigatoriamente mais pacientes e generosos com nós mesmos. E isso passa por ser mais pacientes com os nossos filhos e as nossas falhas. As nossas e as deles. Voltamos então à canseira generalizada a que me referia lá no começo do texto. Como sair dessa? Vou arriscar uma resposta: rindo da gente mesmo. Com humor. Em doses generosas. Desistindo de sermos “perfeitos”, admitindo nossos limites, indo até onde podemos ir, dentro da nossa capacidade. Mais que nunca “não sei” é uma resposta válida, e tudo bem. Ser feliz é uma escolha que a gente faz. Não tenho dúvida. Vamos falar muito sobre isso tudo no nosso Seminário, que chega na horinha certa.
Com filhos, essa convicção pode ser a saída. Porque no final das contas, a gente sabe: as crianças estão amando estar com os pais assim, direto, todos juntos. E esse grude que veio forçado e atrapalhado deve valer alguma coisa, né? Bora ver o lado bom das coisas, gente! Bora tentar ser feliz, porque ter razão muitas vezes mais atrapalha do que ajuda.
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