Colunas / Nanna Neném

Desconstruindo estereótipos

corações

Publicado em 12/08/2016, às 12h10 - Atualizado às 12h29 por Nanna Pretto


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Essa semana entramos em duas conversas em casa que me fez pensar em como é difícil educar: caiu a ficha de Gabriel com relação ao esporte de menino e de menina e ele custou a entender que a Rafaela, a nossa judoca de ouro, tem uma namorada –e não um namorado.

Para a gente é fácil sentar numa mesa de bar e conversar sobre isso. É fácil descontruir os padrões e enxergar os dois lados. Mas, e para uma criança de oito anos? Como falar sem ser piegas, preconceituosa ou tendenciosa às escolhas? Difícil…

“Olha a seleção feminina dando um show, mamãe! Por que a masculina não joga assim?”

“Eu odeio o Neymar, não quero mais saber dele. Quem sabe jogar futebol é a Marta, a Cristiane, a Formiga…”

“Foi bem legal esse jogo de futebol feminino (o que assistimos na semana passada), não achei que elas jogassem assim.”

Sim, filho, mulheres também jogam futebol, mulheres jogam bem futebol e mulheres ganham título de melhor do mundo. E não é impossível a Marta ser melhor que um homem (mesmo ele sendo o Neymar). Não é impossível a mamãe trabalhar melhor que um homem ou sua dinda andar de skate melhor do que o seu pai.

Não tem isso, menino! Desconstrói essa imagem. Todo mundo pode tudo. Desde que seja respeitado o outro.

E aí entramos no papo da patinação da escola, dos meninos da ginástica artística, das meninas que jogam futebol com ele. Falamos da motorista de ônibus e da que conduz um caminhão. Da menina que é mais forte que um menino na escola. E que rosa ou azul nunca foi cor de menina ou menino.

De leve, introduzi conceitos que Gabriel levará para a vida. A igualdade de sexo precisa ser falada, sentida e respeitada pelas crianças. E não é papinho feminista. É esperança de criar pessoas melhores mesmo.

“Falar que o amigo joga como uma menininha, não é ruim, né, mamãe? É um elogio… olha o futebol delas!”

Ele quis refazer a frase que antes era falada da boca pra fora. Hoje, depois de assistir a dois jogos de futebol feminino e de conhecer mais a nossa seleção feminina, além vibrar com o ouro da Rafaela Silva, Gabriel entendeu que a frase não faz o menor sentido.

Rafaela Silva. Ela me fez chorar muito com essa vitória (merecedora). E tremer na base aqui de casa. “Mas como ela tem uma namorada?”.

Eu nunca conversei com meu filho sobre homossexualismo. Já expliquei o que é ser gay, já expliquei que menino também pode namorar menino (e vice-versa), mas esse sempre que não se prolonga, assumo.

Não temos exemplos próximos e tenho pessoas bem preconceituosas na família. Mas como a escola dele não comemora o dia dos pais nem o dia das mães (porque existe mãe e mãe, pai e pai, só o pai ou só a mãe), eu comecei por aí.

“Existe todo o tipo de relação e de família. Desde que as duas pessoas se gostem e se respeitem”, expliquei.

“Então ninguém é obrigado a casar?”, ele questionou.

“Não. Nem a casar, nem a ter filhos, nem a namorar homem ou mulher. Você ainda não chegou nessa fase e falaremos disso mais pra frente. Mas, não. Não tem certo ou errado, normal ou estranho. Tem a decisão e a vontade de cada um.”

Confesso que fui pega de surpresa, apesar de sempre esperar que essa conversa fosse acontecer. E queria ter mais argumentos, mais informações para dar ao meu filho. Mas tudo tem seu tempo, ele só tem 8 anos.

Ele entendendo que, em qualquer relação, tem que ter amor e respeito já me deixa feliz!

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