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Nossa experiência pelas Bahamas

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Publicado em 03/04/2017, às 08h25 - Atualizado às 08h34 por Raquel Ganimi


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Quando falamos em Bahamas as pessoas em geral pensam na ilha principal Nassau, local onde aportam vários daqueles mega Cruzeiros que vem de Miami. Mas, na verdade, essa ilha principal pouco tem a ver com o paraíso que estamos conhecendo.
Bahamas na verdade é um conjunto de ilhas que se estende desde o norte da República Dominicana até próximo aos Estados Unidos. São milhares de ilhas, várias desabitadas ou com poucas pessoas morando, algumas ilhas mais populosas e outras ilhas privadas, de milionários – destes que a gente vê em filme que chega de avião particular, helicóptero ou grandes iates mesmo.
De todas estas, a que mais nos encantou até agora foram as EXUMAS. Estamos passando dias inimagináveis e de encantamento por aqui. Cada ancoragem uma surpresa. Tubarões, tartarugas, arraias, conchas… Tudo isso faz parte dos nossos dias. Já nos acostumamos com a presença deles diariamente.
Final de janeiro saímos de Turks and Caicos e fomos subindo ilha por ilha das Bahamas. As primeiras nos surpreenderam pela força da natureza. De um lado, a paisagem azul turquesa de doer os olhos de tão claro, e de outro a destruição por todo lado com casas, entulhos, milhares de árvores arrancadas pela raiz. As Bahamas ficam na rota anual dos furacões, que começa em julho e vai até novembro. E todo ano alguma ilha é sorteada e sofre quase que uma destruição completa. Triste pensar nisso.
O resultado são Ilhas abandonadas com poucos moradores ainda por ali que se revezam para dar conta das necessidades básicas de sobrevivência. A caixa da mercearia trabalha também como a única enfermeira da ilha, a gasolina só se compra em galões, a comida vem uma vez por semana de barco e assim vai.
Mas, nem todas ilhas são assim. Outras são um pouco mais populosas  com pequenas vilas e pequeno comércio. Ao chegarmos, já percebemos que a nossa dispensa de comida era algo valioso e começamos a tratá-la com muito mais respeito. Mercado mesmo só encontramos em Georgetown, uma vila principal das Exumas.
Nela chegamos a pagar 2 dólares por um tomate. Tudo é vendido a preço de ouro. Fora esse mercado, apenas pequenas mercearias, que recebem mercadorias uma ou duas vezes por semana. A gente acaba se acostumando em ficar de olho, quando o navio aponta no horizonte é sinal que está chegando comida e é preciso correr para a pequena mercearia.
Sorte a nossa quando encontramos bananas, melão,frutas, legumes e verduras em geral, tomate vez ou outra vira tesouro por aqui. Carne? Esquece, se encontrar é uma fortuna.
Aprendi a ser bem criativa na cozinha. Comecei a elaborar novos cardápios e a tripulação aceitou muito bem. Fora o meu caçula, o Bruno, que é muito seletivo para comer e tem me dado um certo trabalho. Se dependesse dele se alimentaria de arroz, alface e cenoura o dia inteiro.
Apesar da dificuldade em encontrar variedades nós estamos nos alimentando muito melhor, biscoitos, pães, bolos.. tudo saindo da cozinha do Itacaré. Estamos consumindo menos comidas processadas e nos alimentando com comida de verdade.
A pescaria é outra coisa que ganhou força por aqui, não só pela alegria de conseguir pegar um peixão, mas principalmente porque garantimos várias refeições. Temos um pequeno freezer que organizamos da melhor forma possível para guardar nossas preciosidades. Lagostas e o delicioso Conch (molusco que cresce dentro de uma grande concha) também são super bem vindos, aliás são os queridinhos do Itacaré.
Outro item importante nas nossas vidas – e que quando morávamos na cidade pouco notávamos, é o nosso gás de cozinha. Por aqui não é fácil encher os nossos bujões. Pouquíssimas ilhas oferecem esse serviço, e quando tem, precisamos descobrir o dia que tem e uma forma de fazer isso. Lembrando que não temos carro, só bote e bicicleta e uma carona vez ou outra dado que por aqui tem sempre muitas pessoas querendo ajudar.
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A nossa energia vem do nosso painel solar alimentado pelo sol que brilha quase todos os dias. Por aqui recebemos uma visita semanalmente, sem exceção, que são as frentes frias. Sempre que descem elas vem virando o tempo com chuva, vento e ondas. O bom é que sempre tem um lugar abrigado e a nossa vida transcorre normalmente a bordo. Só ficamos sem o sol e com chuva por um ou dois dias, no máximo.
As chuvas são super bem vindas também, pois lavam o barco e limpam o painel solar. E nesses dias algumas vezes precisamos ligar o motor para carregar as baterias e sempre, faça sol ou faça chuva, economizamos energia. Temos uma televisão que só é ligada na sessão de filme em família. Computador na bateria apenas quando necessário. Celular carregando apenas durante o dia.
Já a nossa água vem do mar, tanto pra beber, lavar louça, tomar banho ou cozinhar. Temos um dessalinizador que pega a água do mar, trata e a torna potável. O nosso tanque armazena água para uns 4/5 dias o que nos faz sempre ter que ligar o dessalinizador, e este consome energia, e muita.
Desperdício e consumismo passam longe, muito longe daqui, até porque não temos espaço. Damos muito valor a água, a comida, sol, chuva, uma boa pescaria e uma noite de fogueira. Nesses nossos dias por Bahamas estamos valorizando ainda mais as pequenas coisas.
Você já Imaginou o seu filho fazendo uma festa porque ganhou um lençol ? Pois é, os meus fizeram. Vai saber o que passa na cabecinha deles agora. O que vejo neles é que eles dão valor a tudo que nos cerca. A vida aqui é muito simples e hoje os desejos são outros. As pessoas que nos visitam sempre perguntam o que eles querem de presente E eles, geralmente, respondem:”um livro ou uma paçoquita”.
Nossos dias têm sido recheados de paisagens exuberantes, diversos tons de azuis, mergulhos inesquecíveis, e de muito aprendizado.
Bahamas (Exumas) como muitos amigos velejadores nos falaram.. é imperdível. É lindo! Está sendo fascinante viver nesse paraíso e aprender tanto com a natureza e com a vida de forma simples. Talvez um pequeno estágio para nossa travessia para o Pacífico! Estamos ficando animados com a ideia de cruzar todos os mares! O paraíso vicia e essa vida simples também.
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