Caso Miguel: Sarí Corte afirma que tentou tirar menino de elevador em primeiro depoimento
Sarí Corte Real conversou pela primeira vez com a polícia acerca da morte de Miguel Otávio, que perdeu a vida enquanto a mãe passeava com o cachorro da patroa
Resumo da Notícia
- Sarí Corte Real finalmente prestou o 1º depoimento sobre o caso de Miguel Otávio
- Ela afirma que tentou tirar o menino do elevador
- Miguel morreu, aos 5 anos de idade, enquanto a mãe e empregada de Sarí passeava com os cachorros da patroa
Sarí Corte Real prestou o 1º depoimento acerca da morte de Miguel Otávio, de 5 anos, que morreu enquanto a mãe e empregada de Sarí passeava com os cachorros da patroa. O menino entrou sozinho em um elevador, de acordo com imagens das câmeras de segurança, e caiu do nono andar de um prédio de luxo em Recife, em junho do ano passado.
Acusada por abandono de incapaz pelo MP-PE (Ministério Público de Pernambuco). De acordo com informações dadas por Rodrigo Almendra, o advogado de Mirtes Renata, mãe de Miguel e ex-funcionária de Sarí, a mulher afirmou que não poderia cuidar de Miguel porque precisava cuidar da própria filha – mas que, mesmo assim, tentou tirar o menino do elevador.
“O próprio corpo da acusação diz que Sarí tentou por cinco minutos convencer a criança a sair do elevador e voltar pro apartamento. Cinco minutos é uma eternidade. Ele [Miguel] sai de um elevador para outro e Sarí vai atrás”, comentou Célio Avelino, advogado de defesa, sobre as imagens das câmeras de segurança. “Isso não é abandono de incapaz, pelo contrário, revela o cuidado que ela teve”.
A defesa de Sarí Corte Real ainda tentou incluir o psicólogo de Miguel, Carol Costa Junior, na lista de depoimentos. O profissional trabalhava em uma clínica que Miguel fazia acompanhamento psicológico desde o divórcio dos pais. A estratégia de culpabilizar Miguel pela própria morte foi criticada, e o juiz determinou que Junior fosse retirado da lista.
Em coletiva de imprensa, Mirtes Renata falou sobre os resultados da audiência, da defesa de Sarí e da condução do juiz com o caso. “A estratégia de defesa querendo tirar a culpa dela [Sarí] e ainda querer colocar em mim, questionando a minha educação, a educação que eu dava ao meu filho, que minha mãe dava. Eles falam de uma forma como se eu fosse a pior mãe do mundo. Se eu fosse a pior mãe do mundo, eu não estaria aqui lutando para que ela seja responsabilizada pela morte do meu filho”, afirmou.
Relembre o caso
Miguel caiu do 9º andar do edifício Píer Maurício de Nassau, no bairro de Santo Antônio, no Centro do Recife, no dia 2 de junho. A queda aconteceu após a mãe dele deixá-lo com Sarí Corte Real para passear com a cadela da ex-patroa.
O menino quis acompanhar a mãe, então, pouco depois da tragédia, imagens do elevador do prédio mostraram Sarí Real junto de Miguel no elevador do prédio. Depois de convencer Miguel a sair do elevador quatro vezes, a primeira-dama desiste de acompanhar o garoto.
Ela então parece apertar o botão do elevador, deixando que a porta se fechasse com o garoto, sozinho, dentro. De acordo com as investigações da Polícia Civil de Pernambuco, Sarí então voltou ao apartamento, para continuar seu tratamento com uma manicure.
Ao chegar ao nono andar, Miguel abriu a porta corta-fogo do andar e seguiu pelo corredor. Ele pulou o peitoril da janela, colocou os dois pés na caixa de compressores e, já na área técnica, subiu na grade, momento em que uma peça se soltou e o menino caiu.
Na época, Sarí chegou a ser presa preventivamente um dia depois da morte, mas pagou fiança de R$20 mil, para responder ao processo em liberdade.
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