Publicado em 04/02/2020, às 12h59 - Atualizado às 13h22 por Yulia Serra, Editora | Filha de Suzimar e Leopoldo
Desde cedo, as meninas são ensinadas o que é “certo” e “errado”. Seja através do Instagram, propagandas, novelas, mídia, os padrões repassados ali têm um impacto enorme na vida das pessoas, e as crianças não ficam fora dessa. Nesta última semana, um anúncio chamou a atenção do Brasil para discutir sobre a influência das idealizações estéticas para o público infantil. Uma clínica estética de Goiânia (GO) sugeria depilação para crianças com menos de 10 anos.
A notícia viralizou depois do vídeo ser compartilhado no Twitter com as #DepilaçãoKids e #DepilaçaoInfantil e recebeu mais de 700 comentários e reações. Grande parte deles contra a depilação para crianças, por reforçar um estereótipo, porém outras mulheres concordaram com a iniciativa por perceberem essa demanda logo cedo. Diante do debate, conversamos com profissionais para entender os efeitos práticos dessa visão.
Médico do departamento Materno-Infantil do Hospital Albert Einstein, dr. Claudio Len reforça a vontade dos filhos de imitar os pais: “Geralmente, a mãe é depilada e as crianças querem ser igual a mãe”. O médico explica que a puberdade costuma acontecer entre 12 e 13 anos de idade, mas há casos em que vem mais cedo e essa vontade pode surgir. Cada caso é um caso, mas é fundamental se manter firme e não tratar as crianças como adulto.
A psicóloga Ana Paula Majcher vai além e acredita que não basta proibir: “Não pode ser 8 ou 80, de nenhuma criança pode ou toda criança pode, é preciso ser uma situação conversada”, opina. Por isso, é fundamental que os pais conversem com os filhos caso surja essa demanda, buscando entender, principalmente, os motivos que levaram a essa decisão (se ela está se comparando com outras colegas, se isso está sendo vendido como algo padrão, …). Dependendo da situação, vale a pena procurar um psicólogo para te ajudar.
Os especialistas destacam que a vontade é consequência das várias imposições de corpo ideal: “As crianças, dependendo da idade, não têm capacidade de diferenciar o real do imaginário. Sem dúvida elas são influenciadas”. Ou seja, o desejo de tirar os pelos tem total relação com a forma como isso é apresentado para os mais novos e, essa questão tende a piorar caso a criança tenha uma quantidade maior, ou pelos mais escuros ou grossos.
O que importa é que cada pessoa é diferente da outra e muito melhor do que proibir é escutar e explicar o porquê dessa proibição. É fato que as meninas estão procurando procedimentos estéticos muito antes do que era previsto anos atrás e Ana Paula critica esse movimento: “Definitivamente, a gente está tratando a infância como uma fase adulta e cada vez mais as crianças estão sendo adultizadas”.
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