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Homem Pateta: Polícia de SP encontra adolescente que diz ser dono de um dos perfis

Adolescente é dono de um dos perfis do Homem Pateta - Reprodução / Twitter @temadobrasil
Reprodução / Twitter @temadobrasil

Publicado em 14/07/2020, às 13h27 por Helena Leite, filha de Luciana e Paulo


Adolescente é dono de um dos perfis do Homem Pateta (Foto: Reprodução / Twitter @temadobrasil)

Na última sexta, 10 de julho, a Polícia Civil de São Paulo realizou uma operação para cumprir um mandato de busca e apreensão na casa de um adolescentede Sorocaba, interior do estado, que seria o criador de um perfil do chamado “Homem Pateta“, que propõe desafios para crianças relacionados à automutilação e ao suicídio.

A informação da operação foi divulgada na última segunda, 13 de julho, pelas autoridades, segundo a UOL. Assim como os outros perfis que utilizam a imagem de um homem vestido do personagem da Disney, a conta usava o nome fictício de “Jonathan Galindo“. Desde junho ao menos três estados registraram casos relacionados ao “Homem Pateta”. Policiais de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo já estão cientes e seguem emitindo alertas sobre o caso.

O adolescente, que não teve nome e idade divulgados, confessou que enviava mensagens do perfil e disse que se tratava “apenas de uma brincadeira”. A polícia apreendeu o celular dele e uma perícia será realizada no aparelho. O inquérito corre na Delegacia Seccional de Sorocaba. A investigação será enviada à Vara da Infânciae Juventude e o adolescente poderá responder por atos infracionais como ameaça e instigação ao suicídio.

Relembre o caso

Como proteger seu filho das ameaças online (Foto: Getty Images)

Quem é o Homem Pateta?

Você já ouviu falar do ‘Homem Pateta’? Um alerta divulgado pela Polícia Civil de Santa Catarina pede que pais e responsáveis prestem atenção nos perfis acessados pelos filhos nas redes sociais. No comunicado, eles citam, principalmente, um perfil que está ficando famoso na internet recentemente: Jonathan Galindo, ou melhor, o ‘Homem Pateta’. As páginas que trazem fotos e montagens que se parecem com o personagem Pateta, da Disney, estariam disseminando conteúdos de terrorpara assustar as crianças e, até mesmo, induzir ao suicídio. Com uma aparência aterrorizante, a imagem do Homem Pateta vem viralizando principalmente noFacebook e Instagram, causando curiosidade entre os internautas.

Segundo a polícia, os primeiros perfis têm postagens em espanhol, porém, algumas páginas com conteúdos em português já surgiram e acenderam um alerta, com medo e preocupação, em muitos pais. A advogada e especialista em direito digital e cyberbullying, Ivanice Cardoso, nossa colunista e mãe de Helena e Beatriz, falou sobre o tema em uma live no Instagram na última segunda, 22 de junho. No vídeo, ela comenta a respeito da semelhança do novo fenômeno com perfis antigos, como a Momo e a Baleia Azul. A especialista diz, no entanto, que o novo perfil pode ser ainda mais perigoso devido ao momento pelo qual estamos passando.

“Estamos no meio de um processo de isolamento socialem que as crianças estão super fragilizadas e carentes – de contato e de adrenalina. Então um fenômeno como esse acaba virando uma bomba”. Além das crianças, a advogada também comentou a respeito da situação na qual as mães e pais estão enfrentando. “Nós, mães, estamos super envolvidas com outras coisas, então a última coisa que a gente pensa é ficar vasculhando o Facebook das crianças para saber se eles estão entrando em algum desses desafios que estão aparecendo”.

Para Ivanice, o primeiro passo para evitar que seu filhocaia nesse tipo de desafio é ativar um controle parental – normalmente já disponível em celulares e tablets – nos equipamentos que ele utiliza e, claro, sempre conversar com ele e explicar o que está acontecendo e qual o motivo de você estar tomando tais atitudes, deixando bem explícito os intuitos desse tipo de perfil e por que ele não deve acessá-lo.

Conversar com uma criança sobre um assunto tão sério e garantir que ele entenda o recado, no entanto, pode ser um tanto quanto difícil. É preciso garantir que esse diálogose torne um alerta e não algo para instigar a curiosidade de seu filho para pesquisar sobre o tema.

Não deixe o pânico tomar conta da sua família

De acordo com especialistas, esses desafios não devem ser o maior de todos seus medos como pai ou mãe. “Não é o tempo que a criança passa na internet, mas sim a relação dela com esse meio. Cortar totalmente o acesso do seu filho às redes sociais não ajuda. A criança fica ainda mais suscetível aos perigos e não aprende a separar o que é bom ou ruim na internet. Além disso, ela pode ter acesso a conteúdos inadequados na casa de amigosou de crianças mais velhas”, defende Roberta Bento, especialista em educação e neurociência cognitiva, fundadora do SOS Educação e mãe de Taís.

Focar os medos e preocupaçõesem torno de boatos alarmistas distrai os pais dos verdadeiros riscos presentes em qualquer plataforma online. “A cada dia, vai aparecer uma história diferente nas redes. Os pais precisam deixar a ingenuidade de lado e entender que a internet não é um lugar feito para ser seguro, mas sim um espaço de profunda pluralidade. 57% da população tem acesso à internet, é impossível ter segurançaem um local com mais de 4 bilhões de pessoas”, explica Ivanice Cardoso.

Como abordar esse assunto com seu filho

A psicólogaEliana De Barros Santos, mãe de Mariana, Rebeca e Laerte, deixa algumas dicas para você evitar que seu filho consuma este tipo de conteúdo. O primeiro passo é explicar para o seu filho que aquilo tudo que está na telinha é fantasia.

Também é sempre válido conferir o que a criança está acessando, e não só como uma forma de controle, mas de curiosidadereal, já que aquilo que a pessoa vê pode afetar positiva ou negativamente no seu pensamento e modo de agir ou pensar. A psicóloga reforça a importância da intimidade da relação que você tem com o seu filho. “É preciso orientar com proximidade, porque o distanciamento dos pais causa distúrbio emocional, e as crianças percebem quando eles não estão próximos e ficam mais suscetíveis e vulneráveis”, conclui.

“A conversacom a criança tem que ser sempre muito frontal. Evite ficar dando muitas voltas, seu filho precisa de uma linguagem simples para poder entender e se sentir seguro”, orienta Ana Carolina, psicóloga e psicanalista especializada em desenvolvimento infantil, mãe de Benjamín e Marina. Comece a conversa com perguntas do tipo “Você já viu? O que você pensa sobre isso? Como você se sentiria se visse esse personagem?”.

A primeira postura é escutara criança. Quanto mais você fala ‘não faça’, mais a criança faz, porque pode despertar a curiosidade. “O que é mais importante e que os pais não têm feito é escutar. Mais do que dizer para o filho não assista, é dizer: se você ver, me conte”, exemplifica a especialista. A partir dessa conversa, esteja sempre disponível para amparar e demonstre confiança para receber o alerta de que há algo incomodando seu filho.

“É sempre a conversa que resolve. Peça para a criança mostrar a você o que ela assiste. Meu maior conselho para os pais na atualidade é que eles não podem achar que a tecnologiaresolve a falta de atenção. Eles precisam ser parceiros e isso não significa ser amigo, mas sim fazer junto. Entregamos um telefone com acesso à internet na mão da criançae esquecemos que precisamos supervisionar isso também. O pai precisa se interessar pela vida do filho, tem que ouvir mais do que falar. Tem que permitir que a criança se sinta segura para falar o que está na cabeça dela”, aconselha Ana Carolina.

“O mais indicado é fazer uma abordagem contando uma históriapara o seu filho. Perguntar se ele viu alguma coisa diferente ou assustadora nos vídeos e, caso ele tenha visto, alertar que existem pessoas maldosas e que contam histórias mentirosas. Não temos como isolar nossos filhos do mundo digital, por isso precisamos parar para repensar a forma que estamos educandonossos filhos e sair desse modo de histeria coletiva. Se fizermos a construção desse pensamento desde cedo, a criança vai ganhando autonomia e responsabilidade para entender o que deve assistir ou não, e tem mais liberdade para conversar com os pais caso não se sinta segura”, finaliza Ivanice.


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