Publicado em 07/05/2020, às 14h56 por Yulia Serra, Editora | Filha de Suzimar e Leopoldo
Você tem sentido sua família mais irritada, impaciente, estressada e entediada nesses últimos tempos dentro de casa? Também percebeu que o comportamento do seu filho até regrediu, com mais choros, birras ou medos que o comum? Você não está sozinha!
Tatiane de Sá Manduca, psicóloga e palestrante, mãe de Mateus, explica que essa mudança de comportamento é normal: “É bastante compreensível que as crianças se comportem de diferentes maneiras neste período de quarentena, uma vez que estão também expostas a tensão e as mudanças decorrentes dessa fase”. Para entender, não é preciso ir muito longe. Você não se sente mais estressada por conta de todas as mudanças que o coronavírus trouxe? O seu filho também.
Ele está distante dos amigos, da escola, da rotina de sempre. As crianças, dependendo da idade, podem não ter ideia da dimensão da pandemia (até porque os adultos mesmo têm dificuldade para entender), mas sentem esse clima em casa e reagem de diversas formas.
Algumas ações da criança podem manifestar como ela está se sentindo diante dessa nova dinâmica familiar. “Chamamos de regressão os comportamentos de uma fase anteriorque voltam a ser feitos pelas crianças. A regressão não é um fator completamente novo e pode acontecer em várias situações da vida da criança, como quando ganha um irmão, com o divórcio dos pais, com a escolarização ou outros eventos que gerem insegurança ou sentimento de abandono. Por isso, a causa do problema não é o fator da quarentena em si, mas como ela se sente nessa situação”, explica Renata Ishida, psicóloga e coordenadora pedagógica de conteúdo do LIV – Laboratório Inteligência de Vida, filha de Maria Aparecida e Akira.
“As crianças ainda não têm um repertório verbal para falar sobre seus sentimentos. Então, quando não sabemos identificar e falar sobre o que sentimos – um vocabulário que abrange palavras abstratas – vivenciamos isso no corpo e nas atitudes. Ela vai fazer xixi na cama, ficar mais agressiva, chorar mais ou, em alguns casos, até apresentar sintomas, como febre e dor de barriga”, acrescenta Renata.
Por isso, é fundamental que os pais ensinem os filhos a lidar com essas emoções. “Aos pais, é necessário validar reconhecendo o sentimento da criança a fim de construir com elas uma maneira de compreender e ajudá-las tolerar a frustração e por conseguinte apoiá-las a desenvolver recursos para lidar com a raiva, com o tédio, com a impaciência e insatisfação”, explica Tatiane.
Isso não significa reprimir esse sentimento, muito pelo contrário, mas permitir senti-lo, sem que prejudique o seu dia ou até as pessoas em sua volta. Nesse contexto, vale reforçar que os adultos precisam dar o exemplo. “É necessário que os pais reconheçam a sua própria irritação, cansaço, preocupações, e abram um espaço de diálogo com seus filhos com uma linguagem adequada conforme idade de cada um. Quando uma mãe ou pai se apresenta para os filhos como uma pessoa que não sente e legitima estas emoções (o que não existe pois é natural a nossa existência), os filhos podem se sentir mais inseguros com relação aos próprios sentimentos”, justifica Tatiane.
Nesse ciclo, as crianças podem se sentir incapazes de corresponder ao alto padrão imposto (que, vamos combinar, não condiz com a realidade) e gerar outros problemas futuros. “Certamente, quanto maior a habilidade socioemocional dos pais em lidar com os próprios sentimentos, melhor a adaptação e ajustamento da criança”, garante. Momentos como esse têm nos exigido lidar com as frustrações e todas essas sensações. Encare como uma oportunidade de aprendizado em família, trazendo acolhimento. “É importante mostrar para a criança que também estamos sentindo isso – que tudo bem chorar e ficar mal”, justifica Renata.
Uma dica de acordo com a especialista é estabelecer uma rotina em casa, uma vez que as crianças pequenas ficam mais seguras quando têm um certo padrão de repetição. Novamente, reforçamos a importância de conversar com seu filho sobre o que está acontecendo e quais são as novas regras. “Estabelecer novos acordos dá um parâmetro para a família de quando falar ‘sim’ ou ‘não’ para a criança, quando liberar ou não determinados comportamentos”, diz Renata.
“Quando uma mãe ou um pai permite a si mesmo errar mesmo diante da impaciência, eles estão permitindo os seus filhos serem mais humanos. Consequentemente, quando uma mãe reconhece uma manifestação da raiva, ela está ensinando eles a como reparar uma situação que ocorreu, como pedir desculpas, se reconciliar, se retratar, ensinar valores, e discutirem juntas como cada um pode se ajudar mutuamente para que tenham maior autocontrole diante destas situações, praticando também a empatia”, conclui Tatiane.
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