Para tudo! Reprovar a criança no ensino público não ajuda a educar
Mau desempenho durante o ano não deve ser motivo para reter os alunos
Quando se é criança, não dá para afirmar que ela não gosta da escola ou não tem gosto pelos estudos. A aluna de jornalismo Renata Canivezo, que participa do curso da Oboré e da Escola do Parlamento, produziu uma matéria sobre o assunto para defender a ideia de que reprovar as crianças no ensino público não as ajuda a se saírem melhor na escola. Ela entrevistou especialistas que explicam o princípio da não-reprovação.
“O princípio da não-reprovação existe porque a fila tem que andar”, afirma Celso Napolitano, professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas). Entretanto, em 2015 a porcentagem de reprovação de alunos no Ensino Fundamental do Estado de São Paulo foi de 3,6% de acordo com o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais).
A escola na infância é importante porque, muitas vezes, é lá que as crianças podem se alimentar, conforme explica Napolitano, que também é presidente da Fepesp (Federação dos Professores do Estado de São Paulo). Ele considera ser pedagogicamente incorreta a retenção de um aluno nessa fase. “Todo mundo nessa idade gosta da escola, porque ela socializa”, explica.
A educação é um direito de todos os cidadãos e o incentivo dos pais é fundamental para que as crianças entendam a importância de ir à escola. Apenas a partir da segunda fase do ensino fundamental os alunos começam a desgostar do ensino, de acordo com Napolitano. Os motivos vão de falta de interesse em matérias obrigatórias à professores não cativantes. “Naquela fase, onde você passou a desgostar da escola, é que você começa a manipular de uma maneira que seja aprovado rapidamente”, observa.
É assim que começa aquela famosa história de que o aluno passa sem saber nada. É verdade que o sistema público de ensino não comporta a quantidade de crianças, mas também se deve a esse principio de que reprovar não é a solução ideal para que os alunos aprendam.
Estímulos são importantes em qualquer fase, principalmente nos estudos.
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