Criança

Relato de mãe: “Minha filha de 6 anos passa talco no rosto para ficar branca após sofrer bullying”

Mãe fez um relato sobre o buyllying que a filha sofre na escola - Reprodução / The Mirror
Reprodução / The Mirror

Publicado em 15/10/2020, às 09h21 - Atualizado em 16/10/2020, às 11h12 por Camila Montino, filha de Erinaide e José


Jodie Ward, de 27 anos, relatou o bullyingque a filha Aeesha Ali, de apenas 6 anos, sofre pelos colegas de escola em Hull, Reino Unido, por causa da cor de pele. Segundo a mãe, uma das crianças que estuda com a filha chegou a dizer que ela deveria usar alvejante para ficar mais branca e, desde então, Aeesha tem esfregado talco nas bochechas porque “está desesperada para parecer clara”.

Mãe fez um relato sobre o buyllying que a filha sofre na escola (Foto: Reprodução / The Mirror)

A mãe de três filhos disse: “Minha filha é mestiça – na semana passada outra aluna disse a ela que ela usar alvejante para se clarear. Ela também já foi puxada pela gola da blusa, em uma tentativa de sufocá-la. Em casa, ela tenta colocar talco em si mesma porque acredita que precisa ser branca. Estou absolutamente furiosa. Minha filha é linda. Ela está muito chateada, me implora e chora para não ir à escola”, contou ao The Mirror.

Jodie afirma que vai tirar a filha da escola, pois as denúncias não foram levadas a sério. “Um dia depois do incidente, contei tudo que aconteceu, mas nada foi feito. Sempre que ligava para saber quais medidas seriam tomadas eram desculpas atrás de desculpas. Eles não parecem incomodados com o que aconteceu. Eu e meu parceiro conversamos com o diretor e ele disse que a criança que praticou o bullying tem problemas em casa. Isso não me importa. Ela está intimidando minha filha! Aeesha estuda nessa escola desde o berçário e nunca tivemos problemas. Mas agora perdi toda fé na instituição”, desabafou.

Aeesha tem apenas 6 anos (Foto: Reprodução / The Mirror)

Josie, também mãe de Rayaan, de quatro anos e de Ethan, de dois, disse que contatou a Polícia de Humberside, mas foi informada de que é um problema escolar porque aconteceu nas dependências da escola.

Um porta-voz da esola Dorchester Primary enviou um comunicado para o The Mirror, dizendo que os casos são investigados “Não podemos comentar sobre casos individuais, no entanto, a segurança e o bem-estar de todos os alunos dentro da escola são fundamentais e a base de tudo o que fazemos. Quando surgem preocupações sobre qualquer aspecto da escola, elas são sempre investigadas exaustivamente e ações apropriadas são implementadas, se necessário”.

Como criar crianças livres de racismo

Para Kiusam de Oliveira, Doutora em Educação, filha de Erdi e “mãe das crianças do mundo”, um ponto fundamental de entender é que as crianças não chegam como um livro em branco em que os adultos irão preencher. Elas têm opiniões e precisam ser escutadas. “Pensar dessa forma, é como colocar ela em uma caixa com tampa e ensinar que ou você está dentro ou fora. Os adultos enxergam a criança como um ‘vir a ser’, mas ela já ‘é’”, conta. Para a pedagoga, a criança aprende sobre racismo na socialização secundária, ou seja, fora de casa, quando tem contato com o mundo.

“Nessas trocas, olhares e falas, nós nos constituímos”, defende. Por isso, é fundamental inserir o assunto mesmo antes dela dar esse passo. Assim, ela não apenas aprenderá a partir do discurso adulto, como também ensinará com o seu ponto de vista. De acordo com ela, a visão do adulto precisa ser de problematizar e não naturalizar, mas buscando entender o princípio daquele pensamento. Confira alguns conselhos para criar os filhos livres de racismo de acordo com Kiusam:

  • Ofereça condição para que a criança experimente diferentes sensações, visões e ideais, de forma intergeracional, entendendo que os mais novos aprendem com tudo e todos sempre.
  • Possibilite outra forma de brincar e agir que não binária (como por exemplo: menina usa rosa e menino azul; ou que algo é bonito ou feio/certo ou errado). É preciso ir além.
  • Encare a criança como agente no mundo, que traz seus saberes e conhecimentos. Por isso é tão fundamental pararmos para ouvi-las. 
  • Disponibilize literatura de colo focada na diversidade, fazendo com que a criança tenha contato com o múltiplo através de livros com diferentes formatos, personagens e conteúdo. 
  • Em relação à criança negra, propicie que tenha contato com a literatura negro-brasileira, que traz e trata de questões focadas nas reproduções racistas, mas também dando possíveis soluções.
  • Ouça e observe mais o seu filho para entender as subjetividades que ele têm. Não é apenas através da fala que o ser humano se comunica.
  • Promova experiências focadas em trocas culturais diversas. Inclua a criança nesse meio para que a diversidade seja apresentada como possibilidade e não forma de segregação.   
  • Busque informações e se atualize sobre as questões do Brasil e do mundo. Parar e ouvir o outro é fundamental para entender formas de pensar e ver uma determinada questão. 
  • Se a criança apresentar uma narrativa que aponte diferença como demérito, pare tudo para estabelecer um diálogo, sempre na horizontal, com o objetivo de entender a origem daquele pensamento

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