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Síndrome pós-covid em crianças pode causar alucinações, diz estudo

Síndrome pós-covid em crianças pode causar alucinações, diz estudo - Getty Images
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Publicado em 14/04/2021, às 16h22 por Helena Leite, filha de Luciana e Paulo


Um estudo feito pela  Academia Americana de Neurologia e divulgado na última terça-feira, 13 de abril, aponta que metade das crianças que tiveram SIM-P (síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica) após se contaminarem com a covid-19 apresentaram algum sintoma neurológico. De acordo com informações do IstoÉ, os relatos mostram que as crianças apresentaram dores de cabeça, encefalopatia e alucinações.

Síndrome pós-covid em crianças pode causar alucinações, diz estudo (Foto: Getty Images)

Para fazer o estudo, os pesquisadores analisaram os registros de menores de 18 anos internados em um hospital de Londres entre 4 de abril de 2020 e 1º de setembro de 2020 e que preencheram critérios para a síndrome inflamatória multissistêmica. Das 46 crianças menores de 10 anos, 24 apresentaram sintomas neurológicos que não haviam experimentado anteriormente. 24 relataram sentir dores de cabeça, 14 tiveram encefalopatia; 6 tiveram anormalidades de voz ou rouquidão; 6 apresentaram alucinações; e 5 tiveram ataxia ou coordenação prejudicada. Além disso, 3 crianças tiveram problemas com os nervos periféricos e uma sofreu convulsões.

O estudo apontou ainda que as crianças que tiveram os sintomas neurológicos, “eram mais propensas a precisar de um ventilador e medicamentos para ajudar a estabilizar a circulação sanguínea”. É importante ressaltar, no entanto, que a SIM-P causada após a infecção de crianças pela covid-19 ainda é algo muito novo e que está sendo estudado pela comunidade científica.

Mas afinal, o que é a síndrome pós-covid-19?

O termo é utilizado para os pacientes que tiveram a doença, fizeram o isolamento, se curaram, mas depois de um certo período voltaram a apresentar sintomas. O otorrinolaringologista , Dr. Alexandre Colombini, pai de Bianca, completa ainda que existem casos em que o paciente só apresentou os sintomas de covid após a cura. “Embora a síndrome pós-covid esteja sendo relatada mais frequentemente nos casos que apresentaram a forma grave da infecção, também pode acontecer naqueles pacientes que tiveram casos leves e moderados, especialmente naqueles pessoas que são do grupo de risco: obesos, hipertensos, diabéticos, ou com histórico de transtornos psicológicos”, explica.

Entenda mais sobre a síndrome pós-covid-19 (Foto: Getty Images)

“A síndrome pós-covid-19 é o resultado de uma tempestade inflamatória no organismo da pessoa durante a infecção”, comenta Alexandre Colombini. Geralmente, o problema pode acontecer por conta das citocinas, que se acumulam no sistema nervoso central do paciente, ou demais órgãos, “levando ao estado inflamatório crônico e formações de microtrombos”. Vale lembrar que isso pode levar aos sintomas neurológicos e também sistêmicos.

Os principais sintomas para suspeitar da síndrome pós-covid-19 são: cansaço excessivo, dores musculares, tosse, sensação de falta de ar ao realizar algumas atividades diárias, perda do olfato e do paladar, zumbido, tontura, esquecimento, dor de cabeça, confusão, palpitações, sudorese, ansiedade/depressão, insônia, problemas digestivos, náuseas vômitos, dentre outros sintomas que podem ser manifestados.

De acordo com a infectologista, é importante ressaltar que a síndrome pós-covid-19 não ocorre em todos os casos, mas pode acontecer em qualquer caso. “Apesar de ser mais esperado nas pessoas que apresentaram quadros mais graves, mesmo pessoas que tiveram quadros moderados ou leves podem desenvolver esta síndrome em diferentes graus e por tempos diferentes”. Segundo a especialista, a cada 10 pessoas com covid-19, 8 ainda apresentam sintomas cerca de duas semanas após a cura da doença. No entanto, 6 em cada 10 apresentaram sintomas depois de seis meses da contaminação.

Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica

Nas crianças, o problema ganha o nome de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica e, apesar de rara, pode ser grave. “No início, muitos médicos chegaram a confundir esses sintomas com a doença de Kawasaki, que é um quadro inflamatório semelhante e aparece, geralmente, em bebês e crianças de até cinco anos. Porém, nessa síndrome, nós observamos as manifestações dos sintomas em crianças maiores dessa idade, sendo assim considerada uma nova doença”, explica o otorrinolaringolista.

De acordo com Alexandre Colombini, os principais sintomas observados em pacientes pediátricos são: “febre persistente de até 40ºC, dores abdominais, queda da pressão arterial e manchas na pele. Em casos mais graves, podem até evoluir para uma infecção generalizada”.

Geralmente, as reações costumam aparecer depois de aproximadamente um mês da criança ter contraído covid-19. “Isso pode acontecer, independentemente, se ser uma versão leve, grave ou assintomática da doença”, comenta o otorrinolaringolista. Keila Mara reforça: “a síndrome acontece geralmente entre 1 em cada 5.000 crianças infectadas”.

Síndrome Inflamatória Multissistêmica x Coronavírus

Recentemente, o Centers For Dissesse Control and Prevention (CDC) sugeriu que a doença seja chamada de síndrome inflamatória multissistêmica associada ao Covid-19 e, para que fosse possível comprovar o quadro, é necessário a confirmação à exposição do vírus nas últimas quatro semanas antes do início dos sintomas ou a infecção pelo SARS-CoV-2, ou a soroconversão (momento em que uma quantidade suficiente de anticorpossurge e aparece na sorologia).

As crianças e adolescentes infectados pela síndrome realizaram dois testes para à covid-19. O primeiro PCR identifica se o vírus está ativo naquele período e teve e maioria de respostas negativa. Já o segundo de sorologia, que verifica a resposta imunológica da pessoa em relação ao vírus, com a detecção de anticorpos teve maioria de respostas positiva. Assim a maioria tinha sido infectado anteriormente, mas já tinha os mecanismos de defesa. “Os resultados são mais uma razão para pensarmos que esta síndrome inflamatória multissistêmica pode ser uma complicação tardia do coronavírus, com uma resposta imunológica desproporcional (ou seja, uma síndrome pós infecção)”, a Dra. Renata Waksman, vice-presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), mãe da Muriel e Ricardo

É possível notar ainda semelhanças com a Doença de Kawasaki, uma vasculite aguda rara que causa febre persistente, quadros de erupção cutânea e aneurismas das artérias coronárias. Neste caso específico, é mais comum acometer crianças menores de cinco anos. No caso da Síndrome do Choque Tóxico, causada por bactérias que produzem toxinas, ocorre a disfunção de múltiplos órgãos e instabilidade da pressão arterial. A diferente entre as questões é que enquanto a primeiro o agente transmissor na primeira é um vírus, na segunda é uma bactéria.

Como tratar a síndrome pós-covid-19

Infelizmente, ainda não existe uma prevenção para a síndrome ou um tratamento definido, mas é superimportante que o paciente procure por um especialista para que uma abordagem multidisciplinar seja feita. “De forma geral, deve ser feito um processo de reabilitação do paciente”, comenta Keila.

Seja na população adulta ou pediátrica, Alexandre recomenda que o paciente busque por um especialista da área dos sintomas que está sentindo. “Por exemplo, no caso da perda do olfato ou paladar, procurar um otorrino, no caso de uma dor no peito, alteração da pressão arterial, arritmia, procurar um cardiologista, no caso de falta de ar, cansaço aos esforços, procurar um pneumologista. Isso é essencial para que o especialista possa junto com uma abordagem multidisciplinar de fisioterapia, nutrição, psicólogos, tratar esse paciente na maneira mais adequada”, conclui.


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