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Vitiligo na infância: como identificar os primeiros sinais e tratar a doença

Pais, fiquem atentos! Quanto antes diagnosticada, maiores são as chances de controlar a evolução das manchas - Getty Images
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Publicado em 27/01/2022, às 13h11 - Atualizado em 29/07/2022, às 16h00 por Sandra Lacerda, filha de Sandra e José Leonardo


Ainda que pequenas, basta aparecer manchas brancas na pele que muitas pessoas já pensam: vitiligo! Essa é uma doença genética e autoimune que causa manchas brancas na pele devido à diminuição ou desaparecimento de melanócitos– células responsáveis pela formação de melanina, pigmento que dá cor à nossa pele. A condição pode estar ligada também à hereditariedade, pois constatou-se 30% dos pacientes têm familiares com a mesma condição.

Embora afete 1% a 2% da população mundial e 0,5% dos brasileiros, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), é necessário estar atento aos sinais, que podem aparecer em qualquer idade, inclusive na infância. “Estima-se que 50% dos casos iniciam-se antes dos 20 anos e 25% antes dos 10 anos de idade”, indica a dermatologista Luciana Passoni, filha de Artur Cesar e Cecilia Donaire. Por isso, é papel dos pais estarem atentos para identificar e iniciar o tratamento antes que a condição se agrave.

As manchas podem aparecer em qualquer parte do corpo, mas principalmente em áreas de atrito, como braços, cotovelos, mãos e pés, inclusive no rosto. “A condição pode acometer qualquer fototipo de pele, destacando-se a pele parda ou negra. As áreas afetadas não apresentam incômodo ou dores, mas precisam de tratamento para não aumentarem de tamanho”, explica Dra. Luciana.

Pais, fiquem atentos! Quanto antes diagnosticado, maiores são as chances de controlar a evolução das manchas
Pais, fiquem atentos! Quanto antes diagnosticada, maiores são as chances de controlar a evolução das manchas (Foto: Getty Images)

O que causa vitiligo?

A origem da doença ainda não é certa, suas causas não foram determinadas de forma explicita e não há maneiras de evitar o vitiligo. No entanto, o início da condição pode estar relacionado a traumas emocionais ou às manifestações autoimunes. “O vitiligo pode ser desencadeado por fatores emocionais ou problemas no sistema imunológico, por exemplo. Manter a criança e o adolescente num ambiente equilibrado e saudável é muito importante”, diz Luciana.

Tipos de vitiligo

Existem dois tipos de vitiligo que serão devidamente identificados após uma consulta com o dermatologista. O não segmentar ou bilateral é o mais frequente e o mais grave. As manchas se manifestam nos dois lados do corpo e com maior incidência em extremidades como mãos, pés, nariz e boca. Já o segmentar ou unilateral é o mais comum em crianças, em que as lesões isoladas ficam evidentes em apenas um lado do corpo, mas tendem a responder melhor ao tratamento.

Atento aos sinais!

Uma mancha aqui, outra ali… O vitiligo pode aparecer do dia para a noite em pessoas com tendências genéticas. O surgimento de manchas brancas ou mais claras que a do tom de pele, coceira na região, sensibilidade à luz do sol, além da perda de cor dos fios como cabelos, cílios e sobrancelhas, são os sintomas. “A maioria dos pacientes torna-se ciente das manchas despigmentadas, especialmente em áreas expostas ao sol, durante a primavera ou verão quando a exposição solar repetida aumenta o contraste entre a pele envolvida e não envolvida”, fala a dermatologista Cíntia Guedes, mãe de Helena.

Ainda que seja raro, é possível que as primeiras manchas venham a aparecer logo nos primeiros dias de vida e em qualquer parte do corpo.  Os pais e responsáveis precisam ter um olhar atencioso e estar em alerta para identificar o problema logo no início, sem que haja muitas complicações no futuro, como o aumento das manchas, por exemplo.

O diagnóstico só pode ser dado pelo dermatologista, já que existem outras causas para o surgimento de manchas brancas na pele. Na consulta, o especialista fará uma análise clínica, usando uma luminária que emite raios ultravioletas na pele, e caso ache necessário, pedirá exames ou uma biópsia para ter certeza da doença. “Ao surgir as primeiras manchas na pele é necessário procurar um médico dermatologista. Somente um profissional está apto para diagnosticar e realizar o tratamento individualizado da doença”, alerta Luciana.

25% antes dos casos de vitiligo iniciam-se antes dos 10 anos de idade
Vitiligo na infância: como identificar os primeiros sinais e tratar a doença

Por mais que muitos pensem que pessoas com vitiligo tem mais tendência a ter câncer de pele, isso não é verdade. “A pele afetada fica mais grossa e uma proteína chamada P53 a protege”, explica Dr. Caio Castro, médico dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e pai de Pedro, Felipe e Giulia, sobre a proteção da pele de pessoas que têm vitiligo.

Tratamento em crianças

A pele das crianças é bem mais sensível do que a pele dos adultos e, portanto, exige maior atenção e cuidado. Embora não haja cura para a doença, existem medicamentos e tratamentos que vão ajudar a conter o aparecimento e aumento das manchas. ” O vitiligo não ter cura, mas tem tratamento. É de extrema importância fazer um tratamento sério e com um médico de confiança, para conquistar resultados positivos”, aponta a dermatologista Luciana.

Medicações tópicas como pomadas e loções são as mais indicadas para crianças, pois são menos invasivas do que os demais tratamentos, como fototerapia, e já podem ser o suficiente quando a condição for diagnosticada no início. O curso natural da doença ocorre usualmente por progressão lenta, mas ela pode tanto ser estabilizada por um longo período de tempo, como pode ser exagerada rapidamente. “Cada paciente é único e reage de maneira única aos tratamentos, por isso não se pode afirmar que as machas sumam após determinado tratamento”, diz Luciana, que aconselha a busca por um especialista para a realização de um diagnóstico individualizado.

O protetor solar específico para a pele infantil deve ser o grande aliado de quem está enfrentando o vitiligo. Se ante não usava o produto com tanta frequência, agora o paciente deve aplicá-lo constantemente. Recomenda-se também que as crianças evitem usar roupas muito apertadas ou que provoquem atrito ou pressão sobre a pele, para reduzir o aparecimento de novas manchas.

Além disso, o acompanhamento emocional e psicológico também podem ajudar no controle da evolução da doença. “O vitiligo não é contagioso, não é transmissível e não é prejudicial à saúde física. As manchas causadas pela doença podem afetar a qualidade de vida do paciente e muito a sua autoestima. Não hesite em buscar ajuda de profissionais qualificados”, ressalta Luciana.

Mais do que manchas

Por trás das manchas deixadas na pele pelo vitiligo, na maioria dos casos estão os sentimentos de vergonha, ansiedade, tristeza e insegurança. A autoestima de muitos pacientes pode ser abalada após o surgimento das primeiras manchas na pele e o processo para se acostumar pode ser demorado. Quando falamos de crianças esse caminho pode ser ainda mais longo, já que elas podem não saber como lidar frente a essas mudanças e ainda estão sujeitas a sofrerem bullying de outros colegas que a acharão diferente.

Os pais tem grande papel em ajudar os filhos a aceitarem suas manchas
Os pais tem grande papel em ajudar os filhos a aceitarem suas manchas (Foto: Shutterstock)

De acordo com a doutora Monica Pessanha, psicoterapeuta infantil e mãe de Melissa, a pessoa pode aprender a conviver com as lesões desde que consiga gostar do que vê e se amar independente do olhar dos outros. Esse papel começa, principalmente no caso das crianças, em casa, com os pais. “O ideal é que os pais conversem com os filhos, sobre o papel deles e a importância na família, na escola, como eles são bonitos”, explica. Ensinar as crianças desde cedo a conviver com o vitiligo e gostarem de si mesmas, é essencial.


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