Família

5 dicas para ensinar seu filho a resolver as próprias brigas sozinho

É importante passar a bola para eles - reprodução do Youtube/DicasdeMãe
reprodução do Youtube/DicasdeMãe

Publicado em 28/11/2020, às 06h05 - Atualizado às 10h06 por Redação Pais&Filhos


Um dia, minha filha de nove anos veio até mim  aos berros. Ela contou que chamou a colega de classe para brincar e a menina respondeu: “De jeito nenhum”. O meu instinto de mãe superprotetora falou mais alto e fiz exatamente o que não deveria: fui até a amiga da minha filha questionar o que havia acontecido. Então, ela começou a chorar, o que chamou a atenção de todos os pais em volta. Fui tentar ajudar e piorei a situação.

É importante passar a bola para eles (Foto: reprodução do Youtube/DicasdeMãe)

É normal querer intervir quando outra criança é grossa com o seu filho, mas o erro está em querer interferir minutos depois do ocorrido. Se nós, pais, formos sempre os primeiros a intervir, não vamos dar oportunidade para os nossos filhos resolverem os conflitos sozinhos. “Saber como lidar com os outros, trabalhar em grupo para resolver problemas e entender pontos de vista diferentes são habilidades essenciais para a vida em sociedade”, explica Nancy Kaplan, diretora do Instituto de Resolução Ilimitada de Conflitos (em tradução livre), em Freeland, Washington.

A verdade é que crianças e adultos têm que lidar com conflitos todos os dias. Se as crianças não aprendem formas de lidar com o problema, acabam resolvendo no grito, ignorando, com atitudes violentas ou, como Drew fez, pedindo ajuda para outra pessoa. Toda vez que eu decidia ensinar o “jeito correto” de lidar com a situação para as minhas três filhas (além da Drew, eu sou mãe da Camille, de 5 anos, e da Blair, de 11 anos), eu percebi que não sabia o que estava fazendo.

“A maioria dos adultos não sabe lidar com conflitos”, afirma Laura Markham, autora do livro “Pais Calmos, Filhos Felizes: Como Evitar Brigas e Criar Amigos Para a Vida” (em tradução livre). Para a nossa felicidade, existem métodos testados para resolvê-los, sejam eles entre nações ou colegas da escola. “Nós temos que ensinar o que a criança deve dizer e fazer”, conta Laura. Praticar essas atitudes em casa com os pais e com os irmãos ajuda a criança a desenvolver um conjunto de habilidades que serão colocadas em prática quando ela estiver sozinha e enfrentando o mundo real. Nós aprendemos as dicas básicas de especialistas e aplicamos esses cinco passos essenciais.

1. Estabeleça regras que valham para todos

No primeiro dia, durante o jantar, pedimos às nossas filhas para criarem, em conjunto, cinco regras que seriam usadas em todos os conflitos da casa. De cara, elas disseram: “não grite”, “diga a verdade”, “não interrompa”, “seja gentil” e “deixe as mãos e os pés de fora da briga”. Criar as regras juntos ajuda as crianças a se sentirem parte do processo. Mas, ainda assim, a palavra final deve ser sua. Agora que a minha família tem regras estabelecidas, podemos falar “lembra que nós combinamos de não ofender e de ser gentil?”. Além disso, com o tempo, vai ficar natural para as meninas usarem as mesmas regras com os amigos.

2. Respire fundo

É normal explodir quando algo não acontece do jeito que esperávamos. Essa raiva instantânea faz com que o nosso cérebro entre no modo de luta, preparando-se para uma briga em vez de uma resolução do problema, explica Deb Alexander, conselheira escolar. Ela sempre diz aos alunos que, para resolverem um problema, precisam alternar do “cérebro de lagarto” para o “cérebro de mago”.

Deb deu algumas dicas de como pensar racionalmente mesmo quando estamos bravos com algo. Isso inclui contar até 10 e beber um copo de água, o que ajuda muito particularmente, já que nos obriga a sair da área de conflito. Mas o que mais ajuda é ter uma frase para explicar o que aconteceu. Ontem, quando as coisas estavam esquentando entre a Drew e eu e discutíamos sobre as lições de casa, ela simplesmente disse: “Eu não posso mais conversar sobre isso. Estou com o cérebro de lagarto ativado”. Quando ela disse isso, nós duas conseguimos nos acalmar. Depois, quando voltamos ao problema, já conseguimos resolver toda a situação com o modo “cérebro de mago” ativado.

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Brigar faz parte, mas saber resolver os conflitos é outra história (Foto: Getty Images)

3. Não esconda como está se sentindo

As discussões entre as minhas filhas costumam envolver frases como “Você é tão má! Você está me deixando louca!”. “Você é uma mentirosa! Você começou!”. São convites para uma resposta no mesmo nível e não tem como as crianças recuarem depois de começada a discussão. “Essas frases que acusam ou atacam uma pessoa colocam a pessoa que escuta na defensiva”, diz Naomi Drew, autora do livro Guia Para As Crianças Resolverem Conflitos” (em tradução livre).

Ela sugere ensinar os filhos a dizerem o que estão sentindo na hora. Exemplo: “Eu fico triste quando você fala que não quer brincar comigo”, em vez de apontar o dedo para a outra pessoa. “Assim nos referimos ao que a pessoa fez e não às características pessoais dela”, diz Naomi. Depois de duas semanas praticando, eu não deixei a Camille chupar um pirulito e ela disse em resposta: “Eu sinto que você é uma pessoa horrível”. Considerei um progresso.

4. Repita o que você ouviu

Semana passada, minhas filhas começaram a Terceira Guerra Mundial no quarto delas. Enquanto eu subia as escadas, eu só conseguia pensar que seria um ótimo momento para aprender a lidar com conflitos na prática. Logo em seguida, já estava ensaiando dizer: “Vocês vão ficar de castigo até completarem 18 anos!”. Eu sentei no corredor com a Drew e a Blair e, com a voz calma, disse para conversarmos sobre o que tinha acontecido.

Depois de lembrá-las sobre as regras de não gritar e de não interromper, eu pedi para começarem a contar. Depois, pedi que repetissem. Nós precisamos de muita prática para entendermos o motivo de estarmos chateados com alguém, principalmente quando moramos na mesma casa. Mas não demorou muito para a Blair aplicar o que aprendeu em casa quando uma amiga parou de se sentar com ela no ônibus.

Blair perguntou para a garota se ela estava brava e elas começaram a conversar. Quando a Blair chegou em casa, contou. “Eu disse para ela que tinha entendido. Ela não estava sentando mais comigo porque achou que eu estava ignorando ela”. “Essa parte é a mais importante. Você tem que ouvir o ponto de vista da outra pessoa e mostrar que entendeu”, diz Linda Stamato, codiretora do Centro de Negociação e Resolução de Conflitos na Rutgers University, em New Jersey.

5. Escolha uma solução

Essa hora é a mais complicada. “A nossa sociedade faz com que as crianças tenham como principal objetivo saírem vitoriosas”, conta Nancy. Mas, para colocar em prática, é preciso de compromisso. Quando existe um impasse, as crianças podem sugerir formas e dar ideias de como resolver. Para acabar com a briga entre a Blair e a Drew, Blair, que não gosta que ninguém invada o seu quarto, ofereceu uma concessão. “Nós não podemos entrar no quarto da outra, a menos que peça primeiro”. Drew acrescentou: “E nós temos que bater à porta primeiro”. “Vocês duas concordam em bater à porta?” Elas disseram que sim e nós definimos mais uma regra.

É claro que nem todas as crianças estão preparadas para resolverem conflitos. Honestamente, lidar com eles parece decorar as fórmulas usadas na aula de matemática. Eu já me perguntei várias vezes: “Será que elas estão aprendendo? Vão começar a fazer isso sozinhas?”. Ontem mesmo, a Drew chegou em casa mais cedo do que tinha combinado. Isso porque resolveu ir embora da casa da amiga porque ela estava muito mandona em todas as brincadeiras (e aplicou todos os passos). Apesar de não resolver todo o problema, ninguém veio até mim chorando. E eu não intervi com o modo “cérebro de lagarto” ativo, fazendo uma criança chorar, como aquele dia na saída da escola. Por isso, já posso me considerar vitoriosa quando o assunto é resolver desentendimentos entre a Drew, a amiga dela e eu mesma.

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