Publicado em 30/06/2021, às 10h05 - Atualizado às 10h13 por Cecilia Malavolta, filha de Iêda e Afonso
A UNICEF acaba de lançar a pesquisa Impactos Primários e Secundários da Covid-19 em Crianças e Adolescentes, realizada pelo IPEC para avaliar como mais de um ano de pandemia afetou a Educação, segurança alimentar e renda das famílias brasileiras. Nesta quarta-feira, 30 de junho, foi feita uma coletiva de imprensa para anunciar os resultados do estudo na terceira rodada.
A primeira rodada da pesquisa foi realizada entre 03 de julho e 18 de julho de 2020. A segunda aconteceu de 29 de outubro a 13 de novembro e a terceira, entre 10 e 25 de maio. Em cada uma das etapas, foram entrevistadas por telefone 1.516 pessoas, todas com 18 anos ou mais.
As três etapas da pesquisa do IPEC para a Unicef mostraram que a pandemia impactou a qualidade e quantidade de alimentos que chegam às mesas das famílias. 55% dos entrevistados relataram que, desde o início da covid-19, os hábitos alimentares mudaram. Por um lado, o consumo de fast food e industrializados permaneceu estável entre a primeira e terceira rodada, e o consumo de refrigerantes diminuiu. Por outro, as famílias passaram a consumir menos frutas, verduras e alimentos saudáveis – principalmente em casas com crianças ou adolescentes entre a população que se autodeclara preta ou parda.
Os dados levantam um alerta para a insegurança alimentar. 17% das pessoas entrevistadas para o estudo disseram que alguém no domicílio deixou de comer porque não havia dinheiro para comprar comida. Quando falamos de crianças e adolescentes, 13% delas também deixaram de comer pelo mesmo motivo. Os números estão estáveis desde novembro de 2020, mas Florence Bauer, representante do UNICEF no Brasil, reforça a importância de políticas que auxiliem as famílias em situações mais vulneráveis.
O aumento da desigualdade social também se mostra presente no âmbito da educação. Para 71% dos entrevistados que vivem com crianças e adolescentes de 0 a 17 anos, o celular, em especial o aplicativo WhatsApp, é o principal meio de comunicação e estudo das aulas remotas, em especial para as famílias mais pobres. A pesquisa mostra como esse fator prejudica o desempenho de pessoas em idade escolar que vivem com famílias com renda de até 1 salário mínimo. “Estudantes em situação de maior vulnerabilidade têm menos acesso à internet e ao computador, o que limita as suas oportunidades de estudar e aprender adequadamente em casa”, reforça Florence.
Entre as principais dificuldades para realizar as atividades remotas da escola, podemos citar a falta de acesso à internet ou baixa qualidade de conexão (35%), falta de tempo de pais ou responsáveis para acompanhar o desenvolvimento escolar e dar orientações (35%), falta de equipamentos adequados para estudar (31%) e necessidade de se dedicar a outras tarefas, como cuidar da casa, tomar conta de outras pessoas ou trabalhar, o que impossibilidade dedicação aos estudos (24%).
Com o avanço da vacinação e tempo de pandemia, as escolas começaram a retomar as atividades presenciais. Para 41% das famílias entrevistadas que vivem com crianças e adolescentes em casa, essa oferta começou em maio deste ano e 48% da população com filhos afirmou que as crianças já voltaram a frequentar as aulas presencialmente.
Além disso, o número de pessoas que querem manter as escolas fechadas diminuiu: em maio de 2020, 82% da população afirmou que preferia manter as atividades remotas. Em novembro, durante a segunda rodada da pesquisa, o percentual mudou para 71%. Na terceira etapa, de maio de 2021, apenas 59% dos entrevistados preferem manter as crianças e adolescentes com quem moram realizando estudos online.
A pandemia também impactou na saúde mental das famílias. A pesquisa mostrou que 56% das pessoas entrevistadas relataram que os adolescentes que vivem na mesma casa que eles apresentaram sintomas relacionados a transtornos mentais. Os principais são:
Florence reforçou durante o evento que a desigualdade social aumentou significativamente. Quando falamos sobre diminuição de renda, as famílias mais pobres foram as que mais sofreram com o problema comparado às famílias com mais condição financeira. Para essas últimas, houve uma queda na diminuição de renda delas, acentuando as disparidades entre classes sociais e econômicas.
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