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“A Mulher da Casa Abandonada”: como falar com seu filho sobre assuntos que viralizam na internet

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, as crianças em idades cada vez mais precoces têm tido acesso aos equipamentos de telefones celulares e smartphones, notebooks - iStock
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Publicado em 06/07/2022, às 15h31 por Carolina Ildefonso, mãe de Victor


Com a facilidade do mundo digital, a fase dos ‘porquês” fica ainda mais aguçada e com muitos pontos de interrogação. Os canais diretos e indiretos de comunicação são muitos — escola, televisão, internet e as mais variadas redes sociais. De alguma forma, as informações vão chegar e você precisa saber como lidar.

É um grande desafio para os adultos. Mas como filtrar tudo isso e explicar para a criança sobre temas que não são indicados para a faixa de idade deles? O equilíbrio é melhor caminho! Independentemente de qual assunto seja, a Roberta Bento, mãe de Taís, especialista em educação e neurociência cognitiva, cofundadora do SOS Educação faz um alerta: proibir é, sem dúvida alguma, a pior das opções. “O equilíbrio, que não tem nada de fácil, consiste em ouvir, atentamente, o que a criança trouxer sobre o assunto. E depois de ouvir, fazer perguntas”, explica ela.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, as crianças em idades cada vez mais precoces têm tido acesso aos equipamentos de telefones celulares e smartphones, notebooks (Foto: iStock)

A psicóloga Vanessa Abdo, mãe de Laura e Rafael, tem uma boa estratégia: depois de ouvir atentamente a pergunta da criança, inverta a situação e faça você as perguntas. O que você acha que é? Quem te contou sobre esse assunto? Dessa forma, o adulto ganha tempo para elaborar a resposta e consegue entender até que ponto a criança está envolvida no tema. “Mas nunca banalize o assunto, peça para perguntar para outra pessoa (pai, avó, professora) ou diga que aquele assunto não para a idade dela”, reforça ela.

Mas, caso você não tenha a mínima ideia do que se trata, é hora de buscar fontes confiáveis de informação, abastecer seu repertório antes do bate-papo. Segundo Roberta, essas situações ajudam a abordar assuntos como cidadania, empatia, responsabilidade e da relação entre causa e consequência. “E tudo bem dizer que ainda não sabe, mas vai descobrir para falar com ele. Lembre-se de que fazer perguntas, de forma descontraída e interessada, sem demonstrar censura ou desaprovação, ajuda para que seu filho possa se abrir. E suas perguntas também ajudam a descobrir a profundidade da resposta que seu filho precisa.”

De olho nas redes

Os dedinhos das crianças parecem que já nascem treinados para mexer no celular e pular de uma tela para outra com facilidade. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, as crianças em idades cada vez mais precoces têm tido acesso aos equipamentos de telefones celulares e smartphones, notebooks além dos computadores que são usados pelos pais. Por isso, acompanhar o conteúdo que os menores consomem pelo mundo digital é fundamental. A psicóloga Vanessa Abdo alerta ainda que os adultos precisam ter a certeza de que aquilo que as crianças estão assistindo está de acordo com a faixa etária deles.

Além do risco de acessar conteúdos impróprios, a SBP lista outros prejuízos que o uso excessivo das telas pode acarretar às crianças:

  • Dependência Digital
  • Problemas de saúde mental: irritabilidade, ansiedade e depressão
  • Transtornos do déficit de atenção e hiperatividade
  • Transtornos do sono
  • Sobrepeso ou anorexia
  • Sedentarismo e falta da prática de exercícios
  • Riscos da sexualidade, nudez, abuso sexual, estupro virtual
  • Comportamentos auto-lesivos, indução e riscos de suicídio
  • Problemas visuais, miopia e síndrome visual do computador
  • Transtornos posturais e músculo-esqueléticos

O acompanhamento dos responsáveis é essencial. A SBP orienta que os menores de dois anos não devem ter exposição, a partir dessa idade o tempo deve limitado. Entretanto, nada substitui o afeto humano! “Nada substitui a importância das brincadeiras e do olho no olho por robôs e algoritmos”, reforça Vanessa.

Sedentarismo e falta da prática de exercícios é uma das consequências do uso excessivo das telas pelas crianças (Foto: Shutterstocks)

Viralizou!

Essa semana, o caso da Mulher da Casa Abandonada, tomou conta das mídias e despertou a curiosidade em todas as idades. É o assunto do momento que surgiu a partir de um podcast do jornal Folha de São Paulo, apresentado pelo jornalista Chico Felliti, e trouxe à tona a história de uma misteriosa moradora, do bairro dos jardins, em São Paulo, que quando aparece esconde o rosto com pomada branca e deixa a casa apenas durante às noites, com aparência maltrapilha. E mais do que isso, a mulher, no entanto, já integrou a lista de procurados do FBI por acusações de crimes entre 1970 e 2000 e há 24 anos a mulher se refugiou na mesma mansão que cresceu, mas a casa se degradou com o tempo. Ufa, que assunto pesado!

Fernanda Rezende, mãe de Felippe Rezende, de 13 anos, conta que ela soube da história depois que o filho passou o final de semana todo falando sobre o assunto, depois de ver informações pelo TikTok. “Por mais que não seja um assunto indicado para a idade dele eu acho que esses diálogos se tornam bastante positivos. Desde novinho ele sempre foi muito curioso e sempre traz muitos questionamentos para dentro de casa”, conta Fernanda.

Segundo as especialistas, o que a criança precisa é de uma postura firme e acolhedora. “A escuta atenta do adulto responsável ajuda para que a criança perceba que não precisa colocar filtros, seja na fala, nas dúvidas, nos medos ou na curiosidade, que em casa ela terá uma fonte segura.  “E colabora também para que você, pai, mãe, avó possa se tornar a fonte mais confiável na qual ele vai buscar respostas sempre que informações novas chegarem”, finaliza Roberta.

Assista ao primeiro episódio do POD&tudo, o podcast da Pais&Filhos.


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