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Anticoncepcional masculino atinge 99% de eficácia em estudo feito com camundongos

Anticoncepcional masculino atinge 99% de eficácia em estudo feito com camundongos - Getty Images
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Publicado em 24/03/2022, às 13h19 por Helena Leite, filha de Luciana e Paulo


Uma pílula anticoncepcional masculina que foi desenvolvida por uma equipe de cientistas demonstrou ser 99% eficaz em camundongos sem provocar efeitos colaterais. Segundo informações do G1, os dados sobre essa pesquisa vão ser apresentados  na reunião de primavera da American Chemical Society e os testes em humanos poderão iniciar até o final do ano.

A pílula representa um marco na oferta de métodos de controle de natalidade e responsabilidades para os homens. O anticoncepcional feminino foi aprovado em 1960 e, desde então, os pesquisadores estão trabalhando para tentar desenvolver uma versão do medicamento para os homens.

Anticoncepcional masculino atinge 99% de eficácia em estudo feito com camundongos
Anticoncepcional masculino atinge 99% de eficácia em estudo feito com camundongos (Foto: Getty Images)

“Vários estudos mostram que os homens estão interessados em compartilhar a responsabilidade contraceptiva com suas parceiras”, afirmou o doutor Abdullah Al Noman, graduado da Universidade de Minnesota, encarregado de apresentar a pesquisa, em entrevista à AFP. Por enquanto, os métodos eficazes de prevenção para os homens se limitam no uso do preservativo e na vasectomia.

Como ficam os hormônios?

A pílula anticoncepcional feminina utiliza hormônios para alterar o ciclo menstrual. Até o momento, os pesquisadores estavam tentando criar uma versão para os homens usando os mesmos princípios ativos, mas dessa vez com o uso de testosterona. A grande questão dessa forma de produzir, no entanto, são os efeitos colaterais que ela pode trazer, como: ganho de peso, depressão e aumento dos níveis de colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL), o que aumenta o risco de doença cardíaca.

Vale ressaltar que a pílula feminina também traz uma série de efeitos colaterais, como os riscos de coagulação do sangue. Frente à possibilidade de engravidar, no entanto, o cálculo de riscos é feito de forma diferente pela comunidade médica.

A fim de evitar esses problemas no caso do anticoncepcional masculino, a equipe de pesquisadores buscou inovar e criar uma pílula não-hormonal. Para isso, Noman, que trabalha no laboratório da professora Gunda Georg, focou o estudo em uma proteína chamada “receptor de ácido retinoico (RAR) alfa”.

Para entender melhor como tudo funciona, é preciso olhar para dentro do corpo dos homens. Neles, a vitamina A é processada de várias maneiras, incluindo o ácido retinoico, que tem um papel importante no crescimento celular, na formação de espermatozoides e no desenvolvimento embrionário. Para desenvolver essas funções, no entanto, o ácido retinoico precisa interagir com o RAR-alfa. Experimentos de laboratório mostraram que camundongos sem o gene criado pelo receptor RAR-alfa são estéreis.

Anticoncepcional masculino atinge 99% de eficácia em estudo feito com camundongos
A pílula masculina não é feita a partir de hormônios como a feminina (Foto: Getty)

Ou seja, para criar a pílula,  Noman e Georg desenvolveram um composto que bloqueia a ação do RAR-alfa. Para isso, eles utilizaram um modelo computadorizado. A ideia é encontrar um composto que sirva exatamente com o receptor, por isso a escolha do modelo computadorizado. “Se soubermos como é o buraco da fechadura, podemos fazer uma chave melhor, é aí que entra o modelo computadorizado”, explicou Noman.

O composto químico, chamado YCT529, também foi projetado para atuar especificamente com o receptor RAR-alfa, e não com outros receptores relacionados, como RAR-beta e RAR-gama, a fim de evitar ao máximo possíveis efeitos colaterais.

Quando os camundongos ingeriram oralmente o composto, tiveram a produção de espermatozoides reduzida drasticamente. A medicação foi 99% eficaz na prevenção da gravidez sem efeitos adversos observáveis. Os camundongos recuperaram a fertilidade 4 a 6 semanas após a interrupção do medicamento.

A ideia agora é seguir com os testes e os pesquisadores esperam que o medicamento possa ser comercializado daqui há 5 anos. “Não há garantia de que funcionará, mas seria realmente surpreendente se não observássemos um efeito em humanos também”, ressaltou o cientista sobre as próximas fases de testes.


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